MITCHEL STARK - Capitulo 23

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Elizabeth Holmes

— Tá doendo... — Gemo de dor pelo meu pulso esmagado, mas parece que não surte efeito.  Pela milésima vez.

O Stark vermelho está muito bravo. Do tipo, muito mesmo. Nesse exato momento estou sendo arrastada contra a minha vontade, por um lobisomem ferozmente alterado e soltando palavras de baixo calão por onde passa. E outro caminha atras de mim, com os olhos azuis perdidos. Igual a mim.

Não sei o que acabou de acontecer, mas pelo que entendi acabei de conhecer meu cunhado. Ou algo assim. As coisas por aqui só ficam confusas.

Chegamos ao carro dele que está mais perto que o do Alex. Ele me empurra no banco de passageiro e coloca o cinto em mim, como se eu fosse uma criancinha. Seus olhos vermelhos estão flamejantes, e tenho admitir... até assustadoramente bravo o cara consegue ser sexy. Ele dá a volta e entra, fica de frente para mim e respira fundo.

— Você nunca. NUNCA MAIS! Está me ouvindo? N-U-N-C-A, vai sair de perto de mim de novo! Fui claro o suficiente? — Acho que até os ET's de outra galáxia entenderam.

Ele falando assim me lembra alguém. Uma pessoa que não quero lembrar. Eu eu queria esquecer, mas que me marcou profundamente. Não só a mim, como também marcou a Judith. Se não fosse ela, eu nem sei o que seria de mim. A verdade é que eu sempre precisei de alguém para ser minha tábua, para me manter na linha. Me impedir de surtar.

Eu realmente acreditei que me apoiar nele era uma boa ideia. Eu não quero cometer o mesmo erro. Ele foi só mais uma pessoa abusiva na minha vida, nos envolvemos quando eu era só uma menina e quando dei por mim já estava em suas mãos.

Tentei diversas vezes terminar com ele, mas ele era simplesmente obsessivo demais, apaixonado demais. Intenso demais. E isso só complicou tudo. Tentei me afastar, mas só piorou a situação. Minha mãe teve que se mudar, e eu aproveitei a chance para me afastar. Ele se mudou também.

E foi quando conheci Judith, a clichê líder de torcida, com os caras mais lindos babando nela e uma personalidade egocêntrica. Ou era o que eu achava. Nos aproximamos e terminamos o ensino médio, e eu já estava presa a ele faz 3 anos. Ele era mais velho, terminando a faculdade, era charmoso e sabia como conquistar as pessoas com seu aparente bom humor. E foi assim que conquistou minha mãe, que apoiava esse relacionamento.

Assim que nos formamos, eu e Judith, arrumamos nossas malas e voamos para longe. E paramos nessa cidade. Com esses seres sobrenaturais.

Eu aprendi a minha lição com esse relacionamento. Desde então, eu só tenho me apoiado em Judith. Ela é a única pessoa em que eu confio, e ter que me afastar dela dói muito. Muito mesmo. Pior que isso, é sentir que ela se afastando de mim, como tem feito ultimamente.

— Você falando assim... errrr... um pouquinho transtornado, tem algo haver com o seu transtorno bipolar obsessivo? — Murmuro intimidada. Eu não quero repetir.

— Não, Elizabeth. Isso tem haver com a sua segurança. Aquele desgraçado ameaçou você. Isso não vai ficar assim. — Uma veia no seu pescoço parece que vai explodir. 

— Então quer dizer que eu vou depender de você para tudo? — Tento melhorar o ambiente.

— Não fui claro o suficiente?

— Até para ir no banheiro? — Murmuro. Eu não quero depender dele.

— Nada contra. — Seu olhar fica malicioso. ARGH, não, o vermelho nas bochechas de novo não.

Mitchel StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora