MITCHEL STARK - Capitulo 11

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Elizabeth Holmes

Olho pela janela pela terceira vez, para ter certeza de que ele saiu de casa. Sua moto não está. Perfeito.

Corro até a porta sem fazer nenhum ruído para não acordar a Judith e saio de casa. Um vento frio bate no meu rosto me cobrando um casaco, que eu não trouxe. Eu vou sobreviver. Atravesso a rua sem nenhum carro em movimento, e vou até sua porta.

Eu sei que é contra lei, eu sei que é errado, mas não existe nada certo na minha vida agora. E, de todas as decisões que tomei, sei que essa pode ser uma das piores ou melhores.

Giro a maçaneta mas está trancada. Óbvio que eu pensei nessa possibilidade, todos que escondem algo sempre guardam isso a sete chaves.

Ou no caso, uma fechadura.

Então, eu tinha uma tia...

(Que queime eternamente no inferno.)

.... que não era exatamente um exemplo a se seguir, enquanto estava viva. E no meu aniversario de quatorze anos, eu tive que passar com ela, por que o vôo da minha mãe atrasou e ela ficou presa em NY.

Depois de fumar muita maconha, ela começou a beber e cismou que tínhamos que festejar meus quatorze anos. O que era ridículo pelo estado dela. Mas nada fez ela mudar de ideia. Subimos na sua velha caminhonete e tive que acompanhá-la nessa aventura nada convencional.

Vamos combinar que estar num carro, onde quem dirige está bêbado e drogado, não é das melhores experiências.

Paramos numa mansão, que era bem grande mesmo, e saímos do carro. Ela dizia que era de um amigo que deu a chave para ela, mas ela tinha perdido e eu acreditei.

Ao chegar ao portão, que não tinha nem sequer câmeras, pulamos ele. E depois de eu me ralar toda, fomos em direção a enorme porta de madeira. Onde tinha uma fechadura um tanto complicada, mas nem isso impediu a tia Sasha.

Com um grampo de cabelo e um palito metálico fino, ela conseguiu abrir a porta rapidinho. Sorte que eu prestei atenção ao que ela fez, já que sou muito curiosa.

Seguimos para dentro da casa, que parecia abandonada e pelo sorriso que minha tia deu, percebi que aquela casa não pertencia a amigo algum. Tentei puxa-lá para fora, mas ela estava determinada e....

Bom, não importa o resto.

Pego meu grampo de cabelo e um palitinho que tenho guardado no bolso da calça jeans, encaixo na fechadura, mexo o grampo e em seguida o palitinho de metal... Taram! Escuto a trava destrancar.

Estou invadindo uma propriedade privada por vontade própria pela primeira vez, isso é emocionante.

Entro pela casa e vejo todas as paredes brancas, com pinturas abstratas medonhas penduradas. O que é muito assustador. A recepção da casa tem um grande sofá de coro preto com uma linda luminária, as escadas que são logo em frente parecem ser feitas de pedra sabão. Claras e sem nenhuma sujeira.

Caminho para frente e vejo um corredor logo ao lado da sala, decido seguir por ele. A casa tem janelas na parte de cima, a deixando totalmente clara. Uma visão espetacular.

Há cinco portas, quatro brancas e outra toda preta, que fica por último.

A porta preta me atrai por alguma razão. Mas decido começar pela primeira, que é um lavabo muito lindo por sinal. A segunda que fica em frente, uma salinha com uma TV de tela plana gigante, a terceira parece um quarto de hóspedes com uma cama queen size e a quarta é uma cozinha imensa.

Acho que nunca vi uma cozinha mais linda, sua parede é preta e seus móveis são brancos com detalhes vermelhos. Simplesmente espetacular.

Depois de acordar do meu transe sigo para a última porta. Essa é a primeira maçaneta preta que vejo, ele deve gostar mesmo de preto. Ao menos isso temos em comum.

Respiro fundo. Estou nervosa e nem sei o motivo.

Okay. Fazendo uma análise psicológica estou nervosa porque, se você considerar a diferença dessa porta com as outras quatro você consegue perceber que essa tem algo a mais. O que provavelmente seria respostas. Ou por que nos filmes, nessas partes sempre alguma coisa interrompe. E estou nervosa por medo. Medo de alguma coisa acontecer ou das respostas.

Giro a maçaneta e para minha sorte está destrancada. Quando vou dar mais um passo escuto uma voz.

— Quem está aí? — Essa voz me é familiar, mas percebo que não é o Stark quando não sinto o arrepio.

Droga, mil vezes droga.

Fecho a porta e saio de perto dela. Isso foi estranho. Quem seria? Vamos descobrir agora.

Entrando nesse corredor, vejo uma cabeleira linda loira e quando abaixo o olhar posso ver seus belos olhos azuis. Alex.

— Elizabeth? — Ele está confuso — O que faz aqui?

Respiro fundo... diversas vezes antes de responder a ele.

— Eu... eu... A porta estava destrancada e eu estava procurando o Mitchel! Isso, procurando ele, mas vejo que ele não está em casa então é melhor eu ir. — Tento cortar logo a conversa para ele não perceber meu olhar de culpada.

— Ó sim, claro, pode deixar que eu aviso ele sobre sua vinda — diz com aquele sorriso de tirar o fôlego. Aquele sorriso maroto, que junto com aquele cara de astro o torna espetacular. — Não quer ficar um pouco?

— Não. Eu tenho faculdade, eu perdi muitas aulas e preciso me reajustar... Eu já vou indo... — Me embolo toda com as palavras e em um momento já estou na porta — Até mais Alex, foi um prazer.

— Prazer é só na cama, docinho. Até mais — Ele abre um sorriso travesso e vai embora. Estou parecendo picolé no sol.

Corro até meu quarto para buscar minha mochila e avisar a Judith que já vou indo.

Chego na universidade a tempo da minha primeira aula, com o professor Shane. Quando entro  na sala por sorte não sou a última, tem mais cadeiras faltando gente. Assim que o professor me vê abre um sorriso e me sinto desconfortável. Abaixo a cabeça e sigo em direção a uma cadeira qualquer.

— Então alunos, hoje vamos mudar um pouco o tema da nossa aula. — Ele começa aula, já de pé . — Iremos falar sobre a psicologia e o sobrenatural, a famosa ficção.

Eu não sabia que existia essa aula.

— Algo em especial, senhor? — um garoto moreno pergunta.

— Sim — ele responde, vejo seus olhos ficarem sombrios. — Lobisomens.

Mitchel StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora