MITCHEL STARK - Capitulo 25

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Elizabeth Holmes

A viagem de carro foi silenciosa, como sempre. Ele não tirava o sorriso convencido do rosto, o que me fazia querer abrir a porta e pular para fora do carro. Mas não fiz. Eu quero saber o porquê dele ter se afastado. Tudo bem que ele tem um parafuso a menos, isso todos sabem, mas não entender uma indireta daquelas?

Eu não vou correr para seus braços, por mais que eu queira. Avisei que queria ir devagar, ele não se manifestou desde então. Eu queria que ele tentasse. Se ele realmente acreditasse em nós, ele me levaria flores, me chamaria para sair, não me ignoraria ou me lançaria patadas.

Não quero "isso". Ele me arrastando, depois de ter feito uma cena no restaurante que eu estava com meu amigo. Fico vermelha outra vez pela vergonha. O que o Nick deve estar pensando de mim agora?

Queria que minha consciência estivesse aqui para me dizer o que fazer, ela sumiu. Acho que estou finalmente me curando do distúrbio mental, que pena. O Lobão do meu lado deveria fazer o mesmo.

— Elizabeth, eu... — Ele começa a se explicar quando para em frente ao seu gramado.

— Eu vou para minha casa. Por favor, não me incomode mais. — Peço, tentando soar gentil.

Ele tenta argumentar de volta, mas não deixo. Saio do carro, deixando Mitchel e seus olhos vermelhos para trás. Talvez eu devesse ter dado a ele a chance de explicar. Talvez não. Eu não quero pensar nas possibilidades, isso me deprime. Saber que poderíamos ter optado por uma coisa e acabamos optando pela errada sem chance de voltar atrás, é deprimente.

Vou até a minha porta e antes que eu toque na maçaneta, ela se mexe sozinha. Vejo um homem do outro lado da porta quando ela é aberta.

— Adeus, Judith. – Ele diz, muito sério.

Ele abriu a porta sem olhar para mim. Judith também não está me olhando. Ninguém notou minha presença, eles só continuam se olhando. Sem parar.

— Sim. É melhor você ir — ela diz.

O homem de cabelos claros e olhos escuros passa pela porta, eu já tinha me escondido na parede de fora.

Suspiro e entro dentro de casa. Judith parece surpresa em me ver.

— Liz? — Pergunta.

— Problemas no paraíso? — Respondo de volta. Ela parece realmente abalada por esse homem. Será esse o misteriosos que deixa ela tão mudada?

— Você não sabe nem a metade. Chegou para você umas flores, deixei lá no seu quarto. Vou tomar banho.

Dito isso, ela se vira e vai para o quarto. Trancando a porta em seguida. Vou para o meu e vejo um lindo buquê de violetas azuis com um envelope em cima da cama.

Pego o envelope e o abro....

"Eu não sei bem o que as pessoas escrevem em cartas. Se elas começam com "Oi" ou "Querida Eli". Mas vou tentar. Com essa carta eu espero esclarecer todas as suas dúvidas.

Querida Eli,

Você não quis me escutar, mesmo eu tendo muito a dizer. Eu me afastei de você, sim. Me encontrei com outras mulheres, sim. Mas nem tudo é o que parece. Quando eu disse que cuidaria de você, eu estava falando sério. Você é a minha companheira. Você pode até não entender a dimensão que esse título possui, mas eu sim. Você é a Luna da alcateia, a única que pode me dar um herdeiro e me fazer sentir completo.

A minha história com a Kelly é complicada e desastrosa. Não começou bem e passou longe de um final feliz. Mas foi real. Existiu e você sofreu as consequências disso. Sinto muito. Ela queria que você sofresse, até que percebeu que você era a única que poderia dar o que ela queria. Sua liberdade.

Mitchel StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora