Capítulo 8 - Um lugar mágico

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Amy estava ansiosa, mas ao mesmo tempo tranquila. Ia conversando com Isabel no caminho e teve uma afinidade instantânea com ela.

- Vocês estão juntos há dois anos então?

- Sim.

- Legal! Vejo muitas pessoas que casam muito cedo. Acho arriscado. Às vezes dá certo e às vezes não.

Amy riu. Isabel olhou para ela confusa.

- Seu pensamento não tem lógica. Explicou.

- Como não? Riu divertida.

- Não creio que sucesso no casamento tenha haver com tempo de relacionamento. É meio fantasioso, mas quando você acha a pessoa certa, o tempo é relativo.

Isabel ficou calada. Olhou para Amy que a olhou de volta. No meio daquela imensidão azul dos olhos dela admirou sua inteligência.

- Tem razão. Disse.

Amy sorriu.

Conversaram ainda sobre trabalho e algumas coisas do casamento até que chegaram ao destino. Estavam na Pedra da Gávea. Amy sorriu diante da descoberta do misterioso passeio.

 Amy sorriu diante da descoberta do misterioso passeio

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- Não acredito! Riu.

- Não gosta daqui? Isabel perguntou.

- Gosto. Mais nunca vim acredita?

- Como pode morar no Rio e nunca ter vindo aqui?

Perguntou curiosa.

- Estou há dois anos e alguns meses no Rio. Com a empresa e tudo que aconteceu, quase não saio pra lugar nenhum.

Isabel abriu a mala do carro e tirou uma mochila de escalada, além de dois pares de tênis. Amy olhou espantada. Percebeu que ela planejou os detalhes para que realmente fosse surpresa. Ficou animada. Reconheceu que um dos pares de tênis era seu. Preto e azul que ela adorava usar nos raros momentos de caminhada na praia.

- Como meu tênis veio parar aqui? Disse incrédula.

Isabel riu.

- Sua irmã Ana me ajudou. Liguei para ela ontem.

- Que pirralha danada!

- Não briga com ela! Eu sou boa de convencer as pessoas a fazer o que eu quero.

Os olhos de ambas se cruzaram e Amy corou de repente diante da afirmação.

- Então vamos?

- Não vai ter ninguém pra nos guiar?

- Amy, eu conheço essa trilha com a palma da mão. Ah, toma! Passa um pouco de protetor e repelente. Ajuda bastante.

Seguiram pela trilha, o cheiro do mato e das folhas, o vento fresco no rosto foi uma espécie de renovação para Amy. Isabel ia à frente guiando-a. Em certo momento, ficou observando de perto a tatuagem que ela tinha. Era uma mulher tocando violino. Ficou curiosa pelo significado daquilo. Reparou também no corpo de Isabel. Era atlético e cheio de curvas. Ficou muda nos momentos em que pensava porque Isabel chamava tanto sua atenção?

Quando chegaram ao topo, Amy arregalou os olhos e ficou maravilhada! A Barra da Tijuca era linda vista do alto. O sol estava brilhante, o mar azul e límpido. Era um paraíso.

- Uau! É perfeito!

Isabel sorriu triunfante diante da expressão maravilhada de Amy.

- Meu lugar preferido! Venho aqui sempre! Confessou.

- E como não vir? Por favor, me chame quando vier.

- Vai ser um prazer.

Isabel forrou umas toalhas no chão. Sentaram para admirar a paisagem. Haviam outras pessoas no local tirando fotos. Um grupo de amigos estava animado admirando a paisagem. Havia dois casais. O primeiro, um homem e uma mulher sentados trocando beijos carinhosos. O outro, Amy reparou mais demoradamente. Eram duas mulheres, a primeira sentada atrás e a outra em sua frente com a cabeça encostada no peito de sua companheira. Conversavam distraídas. Isabel percebeu que Amy as fitava e ficou pensando se ela se incomodava ou não vendo aquilo. Resolveu arriscar saber.

- Te incomoda?

- Ah? Amy virou-se e viu os olhos de Isabel, agora mais verdes que nunca, penetrarem fundo nos dela. Sentiu um calor no rosto crescer.

- O casal de mulheres te incomoda?

- Não, claro que não! Eu só admirei a cumplicidade delas... Parecem muito felizes.

- Mas você também é certo? Vai até se casar! Isabel sorriu.

Amy apenas a olhou e deu um sorriso de canto de boca. Não respondeu. Ela sempre usava o silêncio quando não sabia o que dizer. Achou melhor mudar de assunto.

- Então senhorita organizadora, como esta linda paisagem vai me ajudar a organizar meu casamento?

- O que você sente estando aqui?

- Me sinto renovada.

- Ótimo! - Isabel puxou um caderno de dentro da mochila e desdobrou uma lista com vários ítens – Essa é sua primeira tarefa! Vou começar com o mais fácil, os detalhes de cores e decoração. Aproveite esse ar puro e deixe sua mente livre. Vou marcar suas preferências. Procure imaginar as coisas que eu disser e veja o que mais lhe agrada ok?

Amy ficou alguns instantes olhando Isabel. Estava admirada com aquilo tudo, porém nunca havia ouvido falar de tal método e olha que ela leu muitos sites sobre a profissão de Isabel. Como sempre ela queria buscar um sentido nas coisas, por menor que fossem. Sua curiosidade fez com ela deixasse sua descrição de lado.

- Você sempre trazia as noivas para cá?

- Não. Você é a primeira... Isabel deu um sorriso meio tímido.

- Então porque me trouxe aqui?

- Não sei. Tem algo em você que é especial. Eu só tive vontade de fazer diferente...

O coração de Amy manifestou-se de repente. Aquela mesma sensação da confeitaria havia voltado. Corada, desviou do olhar de Isabel e concentrou-se na paisagem. Respirou aquele ar puro profundamente, enquanto ela começava com as perguntas.

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Esse sábado promete não?

Beijos

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