Capítulo 33 - Encarando

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Hey meninas, 

Olha eu de novo aqui! Capítulo passado foi tenso né?

Bom, então se preparem para este! hehe 

Boa leitura :)

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POV AMY

Fria.

Extremamente fria.

Quase gélida.

Era assim que eu lidava com minhas emoções. Nunca permiti que qualquer pessoa me subjugasse ou me expusesse assim de bom grado. Sempre sofri com meu falecido pai, mas sempre considerei boa a forma como ele me ensinou a lidar com minhas emoções. Não deixar que elas te controlassem e usá-las a seu favor. Nunca perder o controle.

Era quase irônico que meu orgulho descesse garganta abaixo sempre que eu estava com ela. E mais irônico ainda que cada vez mais eu me sentia confortável com isso.

Estávamos no táxi a caminho da casa de Isabel e eu ainda pensava em toda história que eu havia ouvido dela. Em como era horrendo e deplorável. Por um momento pensei em Ana, minha amada irmã, na cama com alguém que eu amasse e senti uma angústia tremenda. Era inimaginável. Enquanto eu tentava definir o que sentia, não consegui definir quem estaria com Ana nessa traição e fiquei intrigada com isso. Eu definitivamente não sabia mais o que sentia por Tom, e ainda não tinha concretizado o que eu sentia por Isabel. Mas eu sabia que era grande. Muito grande. Tão grande que eu procurei a mão dela no banco do carro e entrelacei nossos dedos sem pensar se era ou não certo. Ela estava nervosa e foi a forma que eu encontrei para acalmá-la. Ela olhou para mim com aqueles olhos verdes e lindos, que mais pareciam duas esmeraldas e sorriu envergonhada com meu gesto. Suas bochechas rosaram levemente e eu tive uma vontade enorme de colar meus lábios no dela, de sentir sua língua na minha. De abraça-la e protege-la do mundo e das duas cobras que ela teria que ver em poucos minutos.

Isabel havia decidido pegar suas roupas e voltar para o Rio antes do tempo. Eu não questionei apesar de ter vontade de ficar com ela mais uma noite, antes de voltar para minha vida real. No entanto, eu sabia que ela não podia ficar aqui, não depois do que ela viu. Ela só sofreria mais e eu não podia permitir isso.

O que eu faria quando os visse? Não tinha o direito de fazer nada, então não podia fazer nada. Afinal nós não temos nenhum relacionamento e eu tenho um noivo... ainda. Não podia permitir que Isabel ficasse exposta e muito menos que a comparassem com eles por minha causa. Só de pensar nisso meu sangue ferveu e sem querer apertei a mão de Isabel com um pouco mais de força, diante da raiva que senti. Ela me olhou com uma sobrancelha arqueada sem entender porque apertei a mão dela de repente. Eu sorri sem jeito e demonstrei no olhar que estava lhe transmitindo força. Ela pareceu acreditar e sorriu ainda mais abertamente, abaixando seu rosto de anjo encabulada. Num ímpeto me aproximei e beijei sua bochecha. Ela ficou vermelha feito cereja e encostou a cabeça no meu ombro. Seu cheiro doce e cítrico invadiu minhas narinas e repousei minha cabeça na dela com os olhos fechados, me permitindo viajar naquela paz que ela me trazia. Quando finalmente abri os olhos vi que o taxista gordo e velho estava expiando pelo retrovisor central e depositei um olhar fulminante para ele que logo desviou o rosto sem jeito e continuou dirigindo.

Porque os taxistas têm essa mania horrível de ficar prestando atenção no que fazemos? Não são pagos para isso. São pagos para dirigir. Ponto final. Sempre detestei gente indiscreta. E agora eu queria tomar Isabel em meus braços e não podia, porque certamente ele diria aos quatro cantos de Teresópolis que a filha dos Aguillar estava com uma mulher em seu táxi. Se ele soubesse como eu estava com raiva pelo que Isabel havia me contado, não teria nem pensado em nos espiar no banco de trás. Mas não havia nada que eu pudesse fazer a não ser lutar comigo mesmo e me afastar de Isabel. Discretamente afastei meu corpo do dela – ainda fuzilando o taxista que se mantinha olhando a rua – e ela sorriu para mim novamente, inocente e alheia ao que estava acontecendo.

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