Amy Collins é uma mulher independente, segura e bem-sucedida que não pensava em se casar cedo, mas conheceu Tomas e depois de 02 anos juntos, acabou aceitando o pedido. Para organizar seu casamento, surge Isabel Aguillar, uma linda e famosa cerimoni...
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POV AMY
Nunca fui uma pessoa emotiva e a última coisa que me deixava abalada era casamento, até porque não vi meus pais se casando e não tive um exemplo apropriado do que seria uma união matrimonial digna, uma vez que minha mãe nos abandonou pequena para fugir com o melhor amigo do meu pai, transformando-o num monstro insensível durante grande parte da minha vida.
Essa poderia ser mais uma das mudanças significativas que Isabel exercia em mim. Desde que aquele par de olhos verdes me olhou pela primeira vez algo em mim mudou. Uma parte de mim que estava morta ou quem sabe apenas adormecida havia revivido de uma forma espantadora. Não sei precisar o quanto mudei nesses meses e o quanto estava mudando. E o fato de eu estar com uma enorme vontade de chorar e com meus olhos cheios d'água enquanto minhas duas novas amigas trocavam seus votos no pequeno e lindo altar decorado por flores apenas reforçava meu novo eu.
Senti uma mão quente e delicada procurando a minha e entrelaçando os dedos nos meus carinhosamente. Não era porque Isabel estava do meu lado e seria a única pessoa que pegaria minha mão dessa forma, mas arriscaria dizer que eu já conhecia o seu toque o bastante para reconhece-lo em uma multidão. Apertei sua mão e olhei para ela que tentava secar os olhos delicadamente com um lenço de seda champanhe. As bochechas coradas deixavam seu rosto mais adorável. Ela estava chorando singelamente e vez ou outra uma lágrima escorria por seu rosto angelical. Eu sabia que para Isabel ver o amor tão verdadeiro entre Carla e Lina talvez a remetesse a um ponto do seu passado que ela não queria recordar. Talvez ela estivesse se perguntando naquele momento o que deu errado? Parte de mim se entristecia por pensar que isso a incomodava quando ela nunca mereceu nada disso. E outra parte queria apenas dar tudo que ela não teve. Não sei se um dia chegaríamos ao altar e a trocar votos como Carla e Lina, embora eu estivesse tão apaixonada que no meu íntimo considerasse isso no futuro. Fato é que eu seria uma Amy diferente para ela. Isabel me impulsionava a despertar o melhor em mim, a renegar os ensinamentos de meu pai e me jogar do abismo sem medo de cair. Isso me assustava, obviamente, mas não me amedrontava mais.
Fiquei ali hipnotizada olhando seus olhos verdes vidrados na cerimônia e imaginando porque justo eu que nunca me importei com nada e nem ninguém que não fosse Ana ou Dani tinha encontrado uma pessoa tão pura e tão devotada aos outros quanto Isabel? Todo o empenho que ela havia demonstrado ao ajudar Lina apenas afirmava o quanto seu coração era nobre e o quanto eu tinha sorte. Talvez encontrá-la tenha sido a chance que a vida me deu de não acabar amargurada e sozinha como meu pai e definitivamente não iria ignorar isso.
Olhei para Carla que com um sorriso enorme no rosto, observando-a deslizar a aliança pela mão pequena e delicada de Lina, que sorria de volta sem desviar o olhar de sua esposa. Em seguida Lina fez o mesmo e num gesto quase ensaiado, ambas beijaram a mão uma da outra, onde o anel de ouro reluzia. Não havia ninguém no salão que ousasse dizer que aquelas duas não eram almas gêmeas. Desde do dia em que as conheci na pedra da gávea, estranhamente desejei sentir um amor assim e por ironia do destino era Isabel que estava ao meu lado, como um presságio de que essa felicidade estaria um dia ao meu alcance.
