Capítulo 69 - Nascimentos e Renascimentos

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E aí Amybetes,

Estamos na reta final do romance.

Boa leitura :)

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POV NARRADOR

Alguns momentos na vida representam muito. Tem um significado único. A cada pessoa que nasce no planeta, algumas morrem. É insano pensar nisso. Insano pensar que ao mesmo que alguns sorriem outros choram. E inacreditavelmente, o mundo, continua populoso. Continua crescendo, amadurecendo - na maioria das vezes - e continua morrendo. O sopro da vida não acontece apenas quando estamos diante de um nascimento. Ele pode acontecer a qualquer momento. Muitas vezes, morremos por partes, mesmo estando vivos. E ainda assim a vida sempre nos dá oportunidade de viver. De deixar nossa própria escuridão para trás e renascer.

A vida é mesmo engraçada. Era o que Amy pensava sentada no sofá creme da maternidade. O teto azul, pintado de nuvens brancas e anjinhos infantis, trazia uma aura de paz. Um convite a uma nova vida. A de Lucca estava prestes a começar, mas a de Amy tinha renascido. Ela tinha encontrado na dor latente dos anos mais difíceis de sua existência, esperança. Ana foi seu sopro de vida. Foi aquela oportunidade que a vida havia lhe dado de realmente viver. Ela poderia ter se matado aos poucos. Poderia ter sufocado seu próprio eu, tornando-se alguém desprezível como seus pais.

Amy conseguiu sobreviver. Ela sobreviveu e cultivou seus valores morais. Se tornou alguém decente. Alguém que poderia ser exemplo para sua irmã. Amy tinha paz, mas não era feliz. Ela tinha se conformado a ficar na própria zona de conforto. Estaria sofrendo novamente agora por sua covardia. Estaria casada com Tomas e sofrendo nas mãos dele ou de Sônia. Mas a vida não deixou. Ela soprou novamente sobre a alma cansada de Amy. E do seu sopro, um anjo loiro de olhos verdes, surgiu. Isabel fora a oportunidade de finalmente ser feliz. De se arriscar, se permitir. De descobrir. Isabel fora o caminho de luz, de final feliz, que Amy relutava em acreditar.

E através dela Amy renasceu.

Ela tinha alguém que amava, tinha amigos verdadeiros e tinha Ana. Ela tinha uma família não convencional, mas ainda assim tão verdadeira quanto tantas que se iniciam todos os dias. Uma família é feita de amor, não de sangue. E nenhum fato da vida de Amy permitia que se pensasse o contrário. Ela era a prova vida de que o amor muda tudo. Ele transforma, edifica, renasce, rejuvesnece.

A morena sorriu largamente fitando os anjinhos no teto. Ela teve o seu na adolescência e queria ter quantos a vida permitisse no futuro com a sua garota. Ela queria passar o restante de sua existência sentindo a alma ser acariciada com os sopros de vida. Ela queria dar a eles tudo que não teve. Queria amá-los com todas as forças.

Sentia-se feliz porque suas amigas teriam um filho fruto de um amor que para muitos não existe ou é errado. Mas não era. Era real. Era verdadeiro e digno como qualquer outro. E Lucca era a prova. Era o sopro de esperança. Era mais um ser que cresceria aprendendo os verdadeiros valores do amor e de família. Aprendendo que quando se trata de amor não existem "porém" nem "porquês". O Amor é soberano e se basta por si. Ele não escolhe raça, gênero ou religião. Ele escolhe almas.

Havia esperança para o mundo afinal, tinha que haver.

Amy ouviu passos na sala e não precisou olhar para saber quem era. O cheiro lhe era conhecido. A presença era parte dela. Ela reconheceria sua amada em qualquer multidão ou lugar do mundo. Baixou a cabeça ainda sorrindo por fitar os anjos do teto e Isabel segurava um copo de café. Com certeza era Cappuccino Amy pensou. E o sorriso instantaneamente cresceu. Ela que sempre cuidou de tudo, agora tinha alguém que cuidava dela. Que amava sem pedir nada em troca. Que soprava esperança e amor em sua alma todos os dias. Todos os momentos.

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