Bisaans

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—Me acompanhe. —disse ele indo em direção á sala de interrogatório— Ela chegou aqui á mais ou menos uma hora e meia e não para de falar no que viu.

Ele entrou na sala me dando passagem.

—Hey Janne, tudo bem responder algumas perguntas enquanto seus pais não chegam? —o xerife á interrogou.

A garota ergueu o rosto afirmando que sim, mas não parecia. Eu nunca tinha visto uma pessoa tão assustada como ela estava.

—Janne que tal nos contar o que sabe? —me aproximei com calma, precisava passar confiança para conseguir todas as respostas que queria.

—Éramos dois grupos de caça, nos encontramos no fim da tarde, minutos antes de voltarmos para o local de encontro onde estariam todos para voltar á cidade antes da noite cair, mas alguns de nós não estavam ali pra caçar e sim se divertir, levaram algumas ervas e muita bebida, os mais velhos e responsáveis do grupo não queria deixar um bando de adolescentes sozinhos na colina durante á noite e se vendo sem saída eles dividiram o grupo, uns voltaram para a cidade e os outros ficaram, quando saíram já tínhamos começado a diversão... —ela deu uma pausa começando á se desesperar novamente, até suas mãos estavam tremendo.

—Hey Janne se acalme. —pediu o xerife á entregando o copo de água.

Ela bebeu tudo sem hesitar.

—O que você viu? —eu a olhava á espera de respostas urgentes.

Se ela estava ali e tinha escapado, poderia não ser um Wendigo.

—Eu não estava me sentindo muito bem, então me afastei um pouco do pessoal para ficar sozinha até os enjoou e a tonteira passar e quando eu voltei... Vocês não vão acreditar em mim... Ninguém acreditou.

O xerife me olhou como se ela tivesse razão, ninguém acreditaria.

—Xerife os pais dela chegaram! —Alguém bateu á porta.

—Ah sim, —ele acenou e então me olhou antes de sair— seja breve, não podemos mantê-la aqui sem necessidade.

Acenei que sim e esperei que ele saísse.

—Janne, —me aproximei á olhando nos olhos dela— eu já vi muita coisa nessa vida e eu acredito em você.

Precisava convencer ela á me contar antes que o Xerife chegasse com os pais dela.

—Eram eles e ao mesmo tempo não eram, estavam pálidos e tinham dentes afiados e sem falar nos gorjeios de cigarra e aqueles olhos brilhando verde no meio do escuro, estavam todos se esfregando um ao outro, foi muito ... —ela travou e não conseguiu terminar.

Isso era uma péssima noticia porque eu não sabia do que se tratava, precisava da ajuda dos meninos. O que poderia ser essa coisa? Agora eu tinha que acreditar em cigarras mutantes que curtem um ménage de vez em quando? Era algo quase impossível!

Depois da delegacia fui direto para o motel, estava morta de cansaço e só queria algumas horas de sono, estava me lembrando no caminho de ligar ao Dean ou ele ficaria furioso, mas estava realmente precisando de descanso que só me joguei na cama e quando me dei conta já era de manhã e meu celular tocava desesperadamente Carry On, provavelmente era obra do Dean o que me fez sorrir mentalmente já que eu estava com sono de mais para movimentar o rosto com sorrisos.

— Alô? — ainda sonolenta atendi sem nem olhar quem era já que minha visão estava embaçada e não poderia ver/ler nada.

— Anallicy? Tá maluca!? — o tom de vez dele era exatamente como tinha imaginado— estou te ligando desde ontem e você não atende, onde está?

A Filha De •John Winchester•Onde histórias criam vida. Descubra agora