XVI

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— É por aqui – Amy desceu do colo de Pyro e o tomou pelo braço.

Estavam nos jardins de sua mansão, e ninguém estava lá para vê-los. E também, aquilo não fazia diferença agora.

Entraram correndo pela porta da cozinha, e algumas cozinheiras perguntaram o que ela fazia ali. Amy só disse que não era nada de mais, sem parar de correr.

Subiram três lances de escada e em um instante Pyro se viu no quarto dela. Todo rosado e cheio de coisas fofas. Não teve tempo de reparar em nada. Principalmente depois que ela tirou um quadro da parede e girou uma válvula.

Um barulho de engrenagem soou, macio e quase inaudível, e Amy tirou o carpete branco do chão.

Um alçapão estava lá, não muito grande.

— Venha atrás de mim, há degraus.

— Você fez isso?

— Sim, com o Archie. Anda! – ela desapareceu no buraco, e Pyro logo a acompanhou.

Desceu inúmeros degraus e depois teve que se abaixar e engatinhar, mas um minuto depois viu uma luz azulada. Saiu numa porta pequena, e viu Amy correr na fraca luz.

Pyro fechou os olhos quando ela acendeu os holofotes principais, e arfou de espanto.

Uma sala enorme, de aproximadamente cem metros quadrados, apinhada de peças, ferramentas e coisas de metal que Pyro não conhecia.

— Você disse que tinha uma oficina, não um laboratório completo. Tem certeza que você e Archie fizeram isso? – ele disse, aturdido, olhando as paredes de metal frio.

— Sim, já disse! Desculpe nunca ter falado… nós estamos construindo isso há uns dez anos.

— Dez? Você tem quinze anos, Amy.

Ela parou e o olhou.

— É que, bem… eu sou superdotada. Mas não fale isso com os outros, certo? Sempre escondi, com medo de não viver como alguém normal, mas… ah, deixa isso pra lá.

Ela correu até um armário e tirou umas peças de roupa de lá.

— Pyro, pode vir aqui um instante?

Ele apareceu a seu lado magicamente.

— Dê-me aquela peça do autômato.

Entregou a ela o braço de metal, e Amy abriu um baú enorme. Lá dentro havia facas, adagas, duas espadas grandes. Facas de atirar e até um arco enorme com sua aljava. As espadas eram diferentes das que Pyro costumava usar. Mais finas e angulares, delicadas.

Amy pegou uma das adagas e jogou o braço do autômato para o ar. Um instante depois, golpeou-o. O braço voou por alguns metros e parou, sem um arranhão.

— Certo, não funciona. Pode encantar essa Dagger? – ela entregou o cabo para Pyro.

Ele passou uma fina camada mágica pela peça, e Amy tomou-a de volta.

— Outro teste?

— Sim.

Pyro trouxe o braço mecânico de volta e fê-lo flutuar com magia. Amy acertou-o novamente, que se partiu sem resistência.

— Perfeito! – ela sorriu. – Pode fazer o mesmo com todas? Preciso tirar esse uniforme inútil.

Pyro pôs as mãos acima do caixote e passou a transferir sua energia para as armas. Mas não resistiu e olhou pra trás.

O Orbe de Reidhas - Legend of Raython, spin-off #1Onde histórias criam vida. Descubra agora