XXIV

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— Na verdade diz que fizeram contato visual com objetos não identificados, e chamaram a Tenente, mas só pode ser eles. – Chris cruzou os braços.

Lílian olhou os primos.

— Vocês dois vão. Temos que nos dividir. Vou pegar as armas que estão com Amy para vocês, só um segundo. Sellphir.

Ela surgiu exatamente atrás do soldado que vigiava o trabalho de Amy. Suavemente tocou-o, e ele caiu no chão.

Com o barulho do baque, Amy se virou.

— Lílian?

— Preciso das armas… rápido. – ela se aproximou.

— Estão naquele baú, mas… o que houve?

Lílian correu até ele e tirou duas espadas curtas.

— Não tenho tempo pra te explicar… desculpe. Depois eu volto. – ela olhou Amy. – não fique preocupada, certo? Vai ficar tudo bem. E finja que esse daqui teve uma queda de pressão. Vou acordá-lo.

A maga encostou um dedo ao homem, e depois desapareceu com a Sellphir.

Amy correu até ele, e fingiu socorrê-lo.

— O que houve, menina? Como eu…?

— Você caiu do nada, deve ser queda de pressão… – ela fingiu.

Ajudou-o a se levantar.

E permaneceu inquieta, cheia de dúvidas sobre a visita repentina de Lílian.

Lyra surgiu no gramado da Academia, e se abaixou imediatamente, desviando-se de um estilhaço que vinha em sua direção.

Olhou Pyro de esgrelha e viu que ele não foi atingido por nada.

A confusão era visível e audível de longe. Explosões, tiros, ordens berradas a plenos pulmões. Os dois magos correram, tentando não ser vistos pelos soldados.

Usaram a Sellphir para se aproximar da Ala Norte, onde havia o prédio de Pesquisa Científica – e onde os estragos eram maiores.

Ali, eles encontraram os autômatos. E como Chris disse, eles já estavam diferentes.

Alguns maiores, outros menores. Alguns disparavam os mesmos projéteis que os soldados, outros não. Lyra percebeu que eles não mandavam esferas de energia mais, apenas projéteis.

As linhas aliadas protegiam a entrada do prédio, atirando explosivos e disparando contra os autômatos, mas sofria baixas cada vez maiores.

Seriam dizimados em segundos, se não tivessem auxílio.

Lyra e Pyro se encararam por um instante.

— Você vai pra dentro, Pyro. Caso um deles entre.

— Seria melhor o contrário, não? – ele a olhou.

— Você teria piedade e não mataria algum soldado que entrasse na frente de um alvo. – ela soou fria.

Pyro se lembrou de algo. E sentiu a pele repuxada das cicatrizes nas suas costas. Lembrou-se que de todos os bisnetos de Phyreon Thrower, Lyra era a que mais se parecia com ele.

— Evite. Matá-los. – ele disse, e desapareceu.

Lyra prendeu a adaga no cinto da saia, e reuniu energia nas mãos. Lançou-a na primeira fileira de autômatos, que explodiu imediatamente, lançando alguns longe, e despedaçando outros.

Ela percebeu que os homens continuavam a atirar. Isso seria um problema para ela, que queria destruir os autômatos a curta distância. Theo lhe explicara como armas de fogo funcionavam, e algumas barreiras mágicas seriam eficientes contra os disparos. Porém, Lyra não tinha a concentração necessária para manter uma barreira e atacar ao mesmo tempo.

O Orbe de Reidhas - Legend of Raython, spin-off #1Onde histórias criam vida. Descubra agora