Theo olhava pela janela, mais uma vez.
Lyra saiu tão rápido que mal teve tempo de se despedir dele. Só trocaram um abraço e um beijo leve enquanto Lílian buscava as armas.
Ele não costumava acreditar nessas coisas, mas tinha a impressão de que algo ruim aconteceria. E Lyra tão longe dele, e ele sem poder fazer nada, preso ali, inútil, fitando a escuridão e os homens fardados montando guarda aqui e lá.
— Ei, ei. Não se preocupe, Theo. – Lílian apertou seu ombro. O toque era firme e acolhedor. – Lyra é forte, vai dar conta disso.
— Não sei se você entenderia, Lílian…
— Entendo sim. Eu fico assim quando Daniel vai a qualquer incursão.
— Daniel?
— Meu namorado. – Lílian sorriu.
— Você nunca fala dele. – Theo a olhou, curioso.
— Ah. É que… evito pensar nele e no que ele está sentindo agora. Ele e meu pai devem estar apostando quem chora mais. – ela riu.
— Não ria, isso é sério. – Theo a cortou.
— Sim. Mas tenho certeza de que os dois viraram amigos íntimos, e reviraram Ethernia de cabeça pra baixo atrás de mim. – ela suspirou.
— Seu pai sabia… que vocês estavam juntos?
— Sabia, mas fingia que não. Eu contei pra ele, sabe? Só que ele resolveu fingir que nada estava acontecendo até o dia que Daniel fosse pedir minha mão. Tudo ia super bem. Mãe ama ele, e Ian não pode vê-lo no castelo que corre atrás feito um doido. Mas o cavaleiro certinho – suspirou – jurou que só ia pedir minha mão quando virasse primeiro-general e tivesse total confiança de meu pai.
Theo riu.
— Homens assim são raros. – ele disse. – veja só, eu não sou assim.
— Tio Raz não é chato. Só você o fazer rir um ou duas vezes e pronto.
— Creio que eu não vá conhecer seu tio Raz. – ele tentou disfarçar o tom.
— Até onde eu conheço Lady Lyra… – ela parou.
— Lady Lyra…? – Theo a olhou, e viu que ela olhava fixamente para um ponto.
Olhou na mesma direção que ela, e não viu nada.
— Um, dois. Três e quatro. Infernos.
Theo nunca ouviu aquele tom na voz de Lílian, e quando pensou em falar algo, ela havia desaparecido.
— Arch! – Theo chamou, e ele andou até a janela.
— Tem alguma coisa estranha por aqui? Lílian viu algo e desapareceu.
Archie forçou a visão em todo o perímetro e não viu nada de mais. Só os homens, andando, pra lá e pra cá, e pra lá…
— Ali. Tem um cara caído. – apontou. – E mais um. Mais outro…
— É uma invasão, Arch. – Theo o encarou, sério.
— Por que viriam aqui? Não há nada, a não ser que eles queiram levar o Chris… – Archie olhou de soslaio para onde o professor conversava com Liv e Chris.
— Porque o cilindro original está aqui. – Lílian disse, e Theo se virou imediatamente.
Ela estava com o arco nas mãos, e o baú de armas nos pés.
— Defendam-se. Eu sou uma só. E quando eu digo para se defenderem, não é para vocês saírem correndo atrás dos autômatos. – o tom dela foi sério, frio.
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O Orbe de Reidhas - Legend of Raython, spin-off #1
FantasyQual é o seu sonho? Theophilo Steamwork sonhava com o mundo dos livros que lia, em ver todos aqueles seres mágicos. Sonhava em fugir daquela cidade de ferro e vapor, onde não cumpria as expectativas. Seu sonho era impossível, porém. Christopher Fair...