XVII

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Johannes McMillan caminhava quase marchando pelo corredor largo. Manchava o carpete vermelho sem pudor algum. A seu lado, Dominique Langgard andava mais rápido para acompanhá-lo.

Claro que mais cedo ou mais tarde ele solicitaria uma audiência. Afinal, as tropas ocuparam seu terreno e montaram base sem permissão alguma. Mas pelos sete infernos, eles eram o Exército, e não tinham que pedir permissão para milionário algum. E mais, eles deveriam proteger o país de ataques terroristas como aquele.

O General-de-divisão McMillan quase sorriu ao imaginar a expressão que aquele homem faria quando soubesse. Isso se o que aqueles garotos disseram fosse mesmo verdade. Crianças não costumam mentir, mas podiam ser manipuladas.

E eles disseram coisas interessantes sobre aquele cientista novo, Fairmount. E justificaram aqueles bonecos de lata com verossimilhança. E mais, todos eles contaram a mesma maldita história.

Bateu na porta rudemente e logo entrou.

Ele estava de costas, olhando pela janela os contingentes no seu quintal. Longe dos jardins e da mansão, mas ocupavam uma boa área desmatada próxima. Estava sem o paletó, e seus cabelos louros e curtos estavam bagunçados. McMillan podia ver os vários fios brancos.

Crescerão mais uns vinte mil em breve…

— Leadengear. – Chamou.

— General… – Bartholomew Leadengear se virou e apontou cadeiras para os dois. Tinha os olhos azuis firmes e um tanto cansados.

— McMillan. E a Primeira-tenente Langgard. Suponho que quer saber por que ocupamos seu terreno desse jeito repentino, senhor. – o General começou.

— Sim. Soube de algumas coisas, e não é só isso que me preocupa.

As crianças.

— Senhor, houve um ataque terrorista hoje pela manhã, creio que já sabe. Os alvos foram três pontos: A Academia Aurum, a Escola Hellen Daisy Para Moças, e o Centro Astronômico de Rhenium Valley. Não sabemos de onde originaram os ataques, e estamos estudando as armas utilizadas.

Algumas coisas aquele homem não precisava saber. Aliás, ele não tinha que saber de nada. Só contaria uma coisa ou outra para pagar a utilização de seu terreiro, e só. Não devia satisfação a civis.

— General, meus dois filhos estudam naquelas escolas, e já são sete horas da noite e eu ainda não os vi. – ele transpassou toda a preocupação de um pai em sua expressão.

Johannes quase riu daquilo. Deveria soltar a granada agora ou seguraria mais um pouco?

— Senhor, posso garantir que seus filhos estão bem. – Não tinha certeza, mas aquele garoto se parecia muito com o pai. E a menina também. E já que ele não viu os filhos até agora… eles não mentiram.

— Onde eles estão?

— Sob custódia e interrogatório. – McMillan pôs as mãos na mesa, cruzando os dedos. – Detemos sete garotos na Aurum sob a suspeita de estarem com os terroristas.

— O quê? Os meus filhos? Os dois? – ele quase perdeu o controle. Johannes o viu avermelhar, e uma veia pulsar em sua testa.

Talvez ele estivesse mais incrédulo por causa da moça. Aquela moça… só acreditaria depois de ver algumas coisas, e estava precisamente curioso para visitar o porão daquela mansão.

— Sim, os dois. Portavam armas brancas, espadas e adagas. Havia uma garota com um arco também. E… – falaria sobre o veículo da filha dele.

— Quem?

O Orbe de Reidhas - Legend of Raython, spin-off #1Onde histórias criam vida. Descubra agora