— Onde está, Tom? Pode me levar lá? – Lyra soou urgente.
— Posso, claro que posso. Só que antes eu quero saber uma coisa. – Tom usou um tom de deboche.
— O que?
— Quem é você? – e agora ficou sério.
Lyra responderia de modo rude. E arrancaria o que queria dele. Claro que faria isso. Mas…
Tom acabou se envolvendo nisso até o último fio de cabelo. E foi tudo culpa dela. Ela o torturou, para começar. Ela mostrou que sabia magia.
— Andando, e eu conto. – ela o empurrou para frente.
— Pode começar.
— De onde eu vim há cinco impérios. Cada descendente real nasce como eu, com magia no sangue. São raros, sabe? Cinco a cada geração, cada um pra governar um lugar. Eu sou princesa de Raython, um desses cinco. Pyro é príncipe de Magma e Lílian é de Ethernia. Cada um de nós tem afinidade maior para um elemento, e o meu é eletricidade. O de Pyro é fogo e de Lílian é terra. Mas ainda assim nós sabemos mais coisas.
O general riu.
— Acho melhor não rir, general. Você viu que é verdade.
— Não é disso. É que… pensei que eram só fábulas. Pensei que você tivesse problemas genéticos, e não que morasse no mundo da fantasia. – ele riu mais.
— Você é mesmo prima de Lílian? – Tom ignorou McMillan.
— Sim. E irmã de Pyro.
— Aquele garoto nada tem a ver com você, menina. Ele parece ter cérebro. – o general entrou na conversa novamente.
— Mas é. Nunca disse isso porque não precisava de ninguém saber.
— E como veio parar aqui? E essa coisa com os robôs? – Tom retomou.
— Aí é que nós encaixamos na coisa dos autômatos. Viemos pra cá pela magia de um orbe. Mas nós perdemos o orbe quando caímos, e encontramos Theo. Ele resolveu nos ajudar e… nós descobrimos onde o nosso orbe está.
— Onde?
— Fairmount encontrou-o e usou como energia para o autômato dele… por isso a coisa criou consciência, evoluiu e se tornou independente. E fugiu. E causou isso tudo. E sabe, eu provavelmente já estaria com meu orbe na mão se não fosse o General Estorvo e seu exército precisamente inútil.
— Ponha-se no meu lugar, menina. E veja como fala comigo.
— Ou o que? Vá à merda, desgraçado! Se eu estou dentro desse maldito esgoto, se o meu namorado está trancado lá na casa de Archie, é tudo culpa sua!
Ela sabia que não. Que tudo aquilo aconteceu mesmo porque ela roubou o orbe das coisas de Phyreon. Mas estava tão cansada de por a culpa nos próprios ombros que queria transferir um pouco pra alguém. E porque não aquele homem que mal conhecera e já odiara?
— Deveria ter contado a verdade.
— Ah, certo. E numa hora dessas eu teria fugido de um sanatório.
— Sala de experiência seria um palpite melhor, princesa. – ele levantou um dedo.
— Tom.
— Hm?
— E você? Por incrível que pareça, Theo ficou preocupado com você. O que aconteceu depois que fugiu?
Tom deu mais dois passos.
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O Orbe de Reidhas - Legend of Raython, spin-off #1
FantasyQual é o seu sonho? Theophilo Steamwork sonhava com o mundo dos livros que lia, em ver todos aqueles seres mágicos. Sonhava em fugir daquela cidade de ferro e vapor, onde não cumpria as expectativas. Seu sonho era impossível, porém. Christopher Fair...