Suspiros

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O capítulo de hoje dedico as minhas amigas do clube do livro, somos bookslovers, wandettes, ladies, princesas, olímpicas... Somos loucas e nos divertimos.
Meninas, espero que vocês também Suspirem com este capítulo. Muito obrigada por toda força e apoio que vocês me dão.


Ao se dar conta de sua total falta de comedimento, Alexandra se afastou murmurando desculpas,mas para seu total desconcerto e satisfação, John puxou ela de volta para seus braços, e durante alguns minutos permaneceram assim, abraçados em silêncio.
Ele sentia aquele perfume inebriante que se desprendia dos cabelos dela, a maciez daquele manto negro, sempre contidos em um rabo de cavalo, ou em um coque. Lembrou-se do dia em que seus cabelos se soltaram durante a cavalgada e ele os viu em toda a sua exuberância, revoltos ao vento.

A sensação era de estar no céu, nem em seus sonhos mais ousados, Alexandra jamais imaginaria John puxando ela para um abraço, um abraço terno e cálido. Os braços fortes e musculosos, era como ser abraçada por um urso, ele era grande, ela pensou, e ruborizou ao se dar conta de quão íntimo estava este abraço, ele acariciava seus cabelos e costas, e ela sentia o cheiro de sua colônia, com seu rosto aconchegado no peito largo e forte dele.
Ao perceber o leve estremecimento dela, ele se afastou pouco, e tocando de leve em seu queixo, a olhou nos olhos.
- O que foi meu anjo?
- Eu... é. - ela estava tão envergonhada que não conseguia formular uma frase. Mas seu rosto era expressivo demais, e John era experiente o suficiente para entender, tanto aquele olhar, como o rubor naquele rosto tão perfeito.
- Encantadora, o que há entre nós não é motivo de vergonha. É sincero e puro, então não pense demais. - ela suspirou e se aconchegou ainda mais naquele abraço, fazendo John dar um sorriso tolo.
- Senti tanto sua falta John.
Aquela declaração tão sincera, e desprovida de artifícios fez o coração dele bater descompassado
- E eu a sua Encantadora, mais do que você possa imaginar.
Com muita relutância eles se afastaram um pouco, e ele começou a olhar seus traços delicados, o nariz pequeno e arrebitado, as maçãs do rosto altas, os olhos de gato, de um raro castanho dourado.
- Vejo que se recuperou bem da queda. - ele passou a mão no rosto dela, onde um hematoma começava a sumir
- Sim. - ela sorriu ainda sem jeito com essa proximidade.
Ele começou a seus dedos pelos olhos, e descendo pelo nariz, gravando em sua memória cada detalhe, então seus dedos tocaram a boca, sua e cheia, em forma de coração. Alexandra suspirou em antecipação, sentindo a direção dos pensamentos dele, seu coração deu um salto em expectativa. John deu um sorriso torno, diante da entrega dela, e acariciando a nuca dela, aproximou seus lábios dos dela, estavam tão próximos que sentiam a respiração um do outro.
- Moça! - Finn gritou entrando no estábulo, fazendo Alexandra e John darem um salto, cada um para um lado. Ele esfregando a nuca e sorrindo em frustração, e ela ajeitando os cabelos, passando a mão no rosto.
- Ora vejam! Você voltou. - Finn falou, fingindo surpresa por ver John ali. - Ia perguntar o que houve para você não ter voltado para a ala de treinamento, mas vejo que nosso  patrão estava requisitando sua atenção.
Não escapou de John e Alexandra, a forma como ele frisou a natureza do relacionamento deles. Completamente constrangida, Alexandra murmurou desculpas e se retirou na velocidade da luz.
- Você não tem esse direito Finn - John o encarava furioso por ter envergonhado Alexandra.
- Estou tentando te livrar de um problema dos diabos garoto. Seja grato! Você estava prestes a cometer uma insanidade
- Isso não é da sua conta! Entendo su intenção, mas sou um homem adulto.
- Essa é a questão, você é um adulto, ela não. É uma jovem inocente, criada em um círculo social restrito. Pelo que entendi, é a primeira vez que ela trabalha sem a supervisão dos pais. Não sei muito sobre os nômades com quem ela vive, mas essa gente, essas tribos, normalmente tem leis, e regras, que se forem quebradas, pode resultar em morte. - ele não gritava, mas seu tom era firme e incisivo. - Pense bem, sua paixonite pode ter um alto preço para ela.
Completamente furioso ele deu um soco na viga do estábulo, fazendo os animais relincharem agitados com o estrondo. Finn tinha razão, ele sabia que seu sentimento por ela era profundo, que não era uma simples paixonite como ele alegou, mas não sabia ao certo quais era as regras às quais ela era submetida, e ele preferia ter seu braço arrancado, a deixar ela sofrer qualquer dano. Assim, decidiu que deveria ter cautela, e se informar, antes de dar qualquer passo precipitado.

Rubi saiu a procura de frutas para uma torta, sabia que na colina perto do rio, tinham morangos silvestres. Ela caminhava para lá em total êxtase, já imaginando a torta que faria.
Estava recolhendo alguns morangos, quando ouviu um barulho, ao perceber que o som vinha do rio, aproximou-se para ver, mas escondida atrás de um arbusto. O que viu tirou seu fôlego. Ela sentou, e com a mão no peito, tentava controlar, tanto sua respiração, quanto seus batimentos cardíacos. Ela olhou para o céu e pedindo perdão a Deus, virou e voltou a espiar.
Abaixo no rio, Zenon nadava completamente nu, a cada braçada, ela via os músculos definidos das costas dele se movendo, ele mergulhou e ela pôde ver suas nadegas firmes, quando ele surgiu na superfície, jogando os cabelos para trás, e saindo do rio, ela quase desmaiou. Novamente se virou e deitou na grama, olhando para o céu, e pensando no quão perfeito era aquele corpo. Ela nunca tinha visto um homem nú, mas sabia quais eram as diferenças entre homem e mulher, e para ela, a anatomia de Zenon, se não era perfeita, beirava a perfeição. Seu pulso ainda estava acelerado, e ela respirava com dificuldade, ainda se lembrando momento em que ele saiu do rio, com a agua escorrendo por todo seu corpo, enquanto ele pegava sua toalha, e olhava para os lados. Prático como pedia a situação, ele passava a toalha pelos braços fortes e definidos, em seguida, secava o peito largo e liso, a falta de pêlos no peito era compensada pela vasta e negra cabeleira cacheada que ja batia no pescoço. Os músculos de seu abdômen, assim como todo o resto era definido, marcado com divisões, por onde as gotículas de água escorriam lânguidamente até o V que se formava um pouco mais abaixo. Ele olhava em todas as direções como se soubesse que estava sendo observado, seus olhos negros eram selvagens, sua beleza bruta era tão elementar que despertava os instintos mais primitivos.
Rubi começou a sentir um calor intenso percorrer seu corpo, suas mãos estavam suadas, fechando os olhos ela suspirou, e agradeceu aos céus por não ter sido descoberta, mas principalmente por ao menos uma vez na vida ter tido coragem de fazer o que desejava. Assim, decidiu que Zenon merecia um prêmio, por mesmo sem saber, ter feito seu dia mais ensolarado.

Alexandra terminou suas tarefas, e se preparou para ir embora, estava eufórica com o que havia acontecido mais cedo, e acreditava que John se ofereceria para leva-la pra casa, porém foi com tristeza que recebeu a notícia de que ele não poderia fazer isso.
- Sinto muito Encantadora, mas acho que Finn vai me prender pelos próximos 50 anos com aqueles livros da administração.
- Sim, eu imagino. - ela sorriu tristemente, e John acariciou seu rosto ternamente
- Amanhã darei um jeito. Quero muito conversar com você.
Ela sorriu um pouco mais otimista, e ela deu um daqueles charmosos meio sorrisos, platou um sonoro beijo na testa dela e partiu.
Na manhã seguinte, quando chegou, a fazenda já estava em total agitação. Pegasus estava tremendamente irritadiço, e com um coice derrubou a portinhola de sua baia. John que não era do tipo que mandar fazer, quando ele mesmo pode colocar as mãos a obra. Alexandra chegou as baias e a visão que teve, lhe deixou totalmente sem ar, sem ação, sem palavras. John, que com a ajuda de Finn e Paul, prendia uma nova portinhola na baia, estava sem camisa, de onde estava, o via usando uma marreta para pregar a porta, o exercício deixa suas costas molhadas de suor, e Alexandra conseguia ver cada gotículas escorrendo entre os músculos rijos dele. O braço forte, fazia movimentos precisos e repetitivos, seu abdômen se contraia a cada batida, o peito dele, parecia coberto por um veludo negro, que brilhava com suor. John parou um instante para secar o suor de sua testa quando notou que Alexandra o obsevava, completamente embasbacada. A visão dela boquiaberta com ele trabalhando sem camisa, elevou ao nível máximo seu orgulho masculino, sem ser capaz de se negar o prazer, de mexer ainda mais com ela, ele deu uma piscadela, acompanhado de um sorriso safado, mostrando que sabia exatamente o que estava fazendo, isso a fez ruborizar até os dedos dos pés. Pega no flagra, observando o corpo de John, Alexandra saiu rapidamente de lá, tropeçando em um pequeno tronco que estava na lateral do estábulo. Recuperou o equilibrio, e assim que ficou longe da vista dos outros, encostou na parede, e com a mão no peito, suspirou.
Depois disso, Alexandra o evitou de todas as formas possíveis, assim que ele se retirou dos estabulos, levou Pegasus para se exercitar, o que acalmou um pouco o temperamento do animal. Mas quando voltava para a baia, recém concertada, deparou- se com um sorridente John, cheirando a colônia masculina, os cabelos ainda úmidos do banho recente.
- Olá Encantadora! Nem nos falamos hoje cedo.
- V-você estava ocupado. - ela respondeu desviando seus olhos dos dele, então ao se separar com seu peito largo, a imagem dele sem camisa voltou instantaneamente a sua mente, aquele peitoral peludo, reluzente de suor, ela ruborizou outra vez e baixou os olhos, sem coragem de olha-lo nos olhos.
Uma mecha se desprendeu do rabo de cavalo, e John a colocou atrás de sua orelha dela, seguindo com uma suave caricia em sua nuca, causando um arrepio por todo seu corpo. Ele se aproximou um pouco mais e sussurrou em seu ouvido
- Vem comigo, quero te mostrar uma coisa.
O hálito quentes no pé de seu ouvido tirou o ar de seus pulmões. Ela não conseguia pensar com clareza, então apenas aceitou a mão que ele lhe estendeu e o seguiu para onde quer que ele a estivesse levando.

Encantadora - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora