Complicações

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Cold pegou Alexandra pelo braço e começou a puxa-la dos braços de John, ele puxou ela de volta e se colocou na frente.
- Senhor, vou pedir que por gentileza mantenha a calma. - apesar de manter seu tom de voz baixo, a frase não deixou de ter o peso de um aviso.
- Quem você pensa que é seu Pepi atrevido.
- O futuro marido de sua filha.
O silêncio que se fez foi tenso, ambos pareciam prestes a se atracar. Alexandra engoliu seco, sabendo que isso não estava bem.
- Papai.
- Não se dirija a mim como papai, sua ardilosa. - seus olhos a atravessaram como duas adagas. - Por isso aquela conversa sobre não casar com Zenon? É isso que você quer? Matar sua mãe de desgosto? Virar uma exilada? - ele gritava.
Alexandra tentava ser forte, mas a ideia de magoar sua mãe...
John percebeu pelo olhar dela e se apressou em falar.
- Isso não será necessário. Eu me tornarei um de vocês. - ele falou de modo a não deixar dúvidas de suas intenções.
Cold olhou para os dois e começou a rir, primeiro com sarcasmo, depois com furia pela ousadia dele.
- Você acha que é só chegar e dizer que quer ser um de nós? E mesmo que seja assim, eu nunca permitirei que você case com a minha filha.
John tensionou todo seu corpo, e olhando ele bem nos olhos lançou o desafio.
- Pode ter certeza que casarei, com ou sem a sua permissão, porque eu AMO a sua filha, e ela ME AMA, e nada neste mundo vai me impedir, nem mesmo você.
Alexandra sorria feito idiota quando com um rápido movimento John bloqueou um soco de seu pai. Assustada ela deu um grito.
- Parem! Por favor parem! - ela se meteu entre os dois, e seu pai a puxou de maneira bruta.
- Já chega! - ele segurou ela pelo pulso. - vamos agora para casa.
Alexandra viu que John estava prestes a se meter, para impedir que ele a levasse daquela maneira.
- John, ta tudo bem. Amanhã conversamos.
- Só por cima do meu cadáver.
John olhou para ele, e para Alexandra, ao ver ela assentir, deu um passo atrás e se afastou.
Cold foi puxando Alexandra, e falando todo tipo de grosseria até chegar em casa. Assim que entraram no acampamento, ele se limitou a apenas manter a cara fechada e praticamente arrasta-la para a tenda.
Ao entrar, jogou ela em cima da cama sem a menor cerimônia, sua mãe que estava do lado de fora e os viu entrar, correu para saber o que se passava.
- Essa sua filha! É uma rameira.
- Do que você está falando Cold?
Dora adiantou-se para levantar a filha, que caiu do outro lado da cama, com a força que foi jogada.
- Não se preocupe! - ele começou a desafivelar seu cinto.- hoje ela receberá a correção que você deveria ter dado.
- Cold não! Não faça isso. - Dora entrou na frente para defender a filha, mas foi inútil. Alexandra orgulhosamente não derramou uma lágrima durante a surra, enquanto sua mãe chorava desesperadamente, implorando para ele parar.
- Se você tivesse feito um bom trabalho como mãe, isso não seria necessário. - ele saiu, e deixou a duas sozinhas.
- O que você fez filha?
- Me apaixonei mãe, me apaixonei pelo filho do patrão.
Sua mãe tapou a boca em choque
- Nina! O que deu em você? É por isso que não quer casar com Zenon? - ela quase gritou, e colocou a mão no peito. - Você vai me matar, vai me matar.
Em meio a tanta gritaria, Martina apareceu.
- O que está acontecendo Dora?
- Essa garota, ela quer matar a gente. - caiu em um choro desconsolado, abraçando a amiga.
Mancando, Alexandra saiu, dizendo apenas que ia visitar Esme, ainda sem derramar uma lágrima, e com o queixo erguido. Porém, assim que a amiga abriu a porta, ela desabou, chorando desesperadamente.
Quando finalmente se acalmou, ela contou toda a história para Esme, que passou da incompreensão ao choque, depois do desespero ao alívio.
- Então ele vai se tornar um de nós? Bom, isso é muito bom. - ela sorriu confiante para a amiga.
- Você acha mesmo Esme, que meu pai vai permitir? Conheço ele o suficiente para saber que mesmo que seja apenas por orgulho, apenas para mostrar quem manda, ele não vai permitir.
- Que bobagem Nina.- Esme acariciava a perna da amiga, tentando consola-la. - No fim das contas, a palavra final aqui é do Zen, e ele sempre foi muito justo.
Alexandra balançou a cabeça em negativa, sem esperanças.
- Meu pai é o braço direito dele, tio Zen jamais vai querer se indispor com papai.
- Bem, vamos torcer então. Se esse John te ama mesmo, ele vai lutar.
Elas se abraçaram, Alexandra chorando, pensando no quanto sentiria a falta de sua amiga, do quanto Esme sempre lhe foi preciosa, e quanto ela era brilhante.
- Seu marido é um homem de sorte. Não conheço alguém mais altruísta e positiva que você.
- O seu também será. - ela sorriu docemente para a amiga. - Você é a criatura mais determinada que conheço. Céus! Ninguém te impede quando você coloca algo na cabeça.
Elas riram um pouco, lembrando de suas travessuras e brincadeiras.
- Mudando de assunto, como está a Rubi?
- Pelo que minha mãe falou, está melhor. - Esme olhava para o nada pensativa. - algo muito estranho se passa, minha mãe é péssima mentirosa, mas seja o que for resolvi deixar pra lá, atoementa-a não ia resolver nada mesmo.
Alexandra olhou para ela sorridente.
- Quando minha amiga ficou tão madura?
Elas riram juntas.

Encantadora - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora