Encontros, sequestros e beijos

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Assim que manobrou seu carro, Phill viu a silhueta de Finn parado na entrada de carros da fazenda.
- Hey amigão! - ele cumprimentou já descendo do carro. Finn porém respondeu secamente.
- Oi.
Ele percebeu que algo estava diferente, mas ficou quieto.
- Saiu com a Meghan.
Phill era por natureza um cara muito tranquilo, mas depois de ouvir sobre os sentimentos de sua amiga, não ficou nada feliz com o tom acusatório de Finn.
- Saímos sim. Algum problema para você? - ele devolveu a pergunta em tom de desafio.
- Qual a sua intenção com ela? Diversão?
Phillip começou a se irritar de verdade.
- E isso por acaso é assunto seu Finn? - ele respondeu grosseiramente, já ficando com raiva da covardia dele. Estava mais que na cara o interesse dele em Meghan, mas ele estava sendo um babaca covarde.
- Ela é uma garota legal e inteligente, com a boca suja mais linda que já vi. - a voz levemente pastosa entregou seu estado de semi embriaguez. - Não merece ser apenas mais uma na sua lista.
A forma como ele se referia a Meghan era tão doce, que vez dissipar a raiva de Phill.
- Acho que está dizendo isso para a pessoa errada Finn.
- Do que você está falando? Não adianta negar, vi vocês na praça.
- Não estou negando que estava com a Meg. Somos amigos, e saímos para conversar com frequência. Porém ultimamente ela vinha me evitando. - ele sorriu e passou a mão no cabelo. - A questão aqui é outra Finn.
- E qual? - ele o olhava, meio em dúvida, pensando na fama dele de conquistador.
- Você deveria dizer isso na frente de um espelho. Ou você acha que o relacionamento que está impondo a ela é justo?
- Não impus nada a ela. -  ele respondeu na defensiva e Phill coçou o queixo olhando para ele.
- honestamente Finn, acha realmente que ela está satisfeita em ser seu caso clandestino?
- Ela nunca reclamou. Ela gosta de liberdade.
- Acho que as coisas tomaram um rumo diferente não concorda? Afinal, se ela fosse apenas mais um caso, estaríamos tendo essa conversa?
Finn olhou pensativo para ele, o garoto que ele ensinou tudo, estava lhe passando um sabão por sua atitude idiota.
- Não estou dizendo para você chegar dizendo que a ama, isso certamente a assustaria agora. Mas já pensou em tornar público este relacionamento? Em sair com ela para um encontro não carnal? Mostrar que valoriza sua companhia e não apenas seu corpo?
Finn estava chocado, onde aquele garoto aprendeu a falar assim? Um notório devasso defendendo um relacionamento comum?
- Você é um romântico disfarçado. - Finn falou em tom de acusação. E recebeu o sorriso malandro de Phillip como resposta.
- Eu nunca disse o contrário. Apenas não encontrei a mulher certa. -  depois saiu caminhando sorridente para casa.

Quando entrou, viu que John o esperava na escada, como nos tempos em que eram crianças.
- O que fez agora irmão? - Phill perguntou já rindo da cara de John
- Vou embora. 
Toda a graça acabou, e Phill ficou sério imediatamente.
- Do que exatamente está falando John?
- A única forma de ficar com a Alexandra é me tornar um nômade, farei isso.
- Você enlouqueceu John? E a fazenda? A família? - Phill o olhava enlouquecido.
- A única família que me prende é você Phill, e sei que você deseja a minha felicidade, esta encontra-se ao lado da minha Encantadora. - ele deu um sorriso bobo quando falou de seu amor.
- Tem que ter outra forma! Ela pode vir pra cá e ficar com você. Por que você tem que abandonar tudo? Por que ela não pode... - Não conseguiu completar, pois John levantou, e algo no olhar dele dizia para não continuar.
- Eu a amo Phillip, como nunca amei, como nunca vou amar. É ela, eu sei que é. - John esfregou as têmporas, suspirando em frustração - Eu nunca fui tão feliz quanto estou sendo nos últimos meses. Para mim ir com eles, significa estar longe de vocês, mas quando passarmos por aqui outra vez, ou quando estivermos em uma cidade próxima, eu posso vê-los. Se ela deixar seu povo, nunca mais poderá estar com a única família que ela conhece. -  segurou Phill pelos ombros. - Nunca te pedi nada Phill, mas agora peço, entenda, entenda e me apoie, pois nesta vida o único apoio que sempre tive foi o seu.
- Não pra isso John. - ele se desvencilhou do irmão - Isso é loucura! Você pretende viver do que? Se o que? Acha que esse amor vai durar quanto, quando você finalmente se vir acuado por leis e regras absurdas, as quais você não está acostumado? Quando for isolado por pensar com sua própria cabeça e não de acordo com as regras? -  Ele lançou um olhar triste ao irmão e se retirando completou. - Não conte comigo para essa loucura John, não mesmo.

Encantadora - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora