Capítulo 14

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Uma olhada no passado...

Uma Madison jovem, da pele corada e cabelos curtos discutia abertamente com o pai. Os irmãos observavam a cena com um olhar de reprovação. A mãe tentava apartar.

Pai: NÃO SE META! – Gritou com a mãe dela. Madison se revoltou.

Madison: NÃO GRITE COM ELA!

Pai: Abaixe o tom pra mim. – Ordenou. Ela, é claro, não obedeceu.

Madison: EU FALO NO TOM QUE EU QUISER! – Gritou, irritada – VOCÊ NÃO PODE ME MANIPULAR DESSE JEITO! EU NÃO QUERO ESSA VIDA PRA MIM! NÃO É PORQUE VOCÊ TEM PROBLEMAS QUE EU TENHO QUE SER UMA FRACASSADA COMO VOCÊ!

Ela não viu como; o tapa atingiu seu rosto com força. Ela virou o rosto e os cabelos a acompanharam, a face queimando. O tapa em si doera, mas a humilhação era pior. Ele a havia esbofeteado.


Você fazia faculdade e trabalhava de garçom
Deixou a cidade pequena e nunca olhou para trás.

Pai: Nem mais uma palavra! – Ordenou, autoritário. Madison ainda regulava a respiração.

Mãe: AGORA CHEGA! – Interferiu, se pondo entre os dois. Madison ofegava de raiva. Ia revidar se a mãe não tivesse entrado no meio – Ei, vá pro seu quarto. Por favor. – Pediu, angustiada.

Madison aquiesceu, pela mãe. Encarou o pai por um instante, os olhos negros feito carvão. Naquela noite, de madrugada, quando todos dormiam, ela saiu de casa. Levava uma mochila grande nas costas, e havia deixado uma carta pra mãe debaixo do travesseiro, dizendo que sentiria sua falta e que lamentava muito. Dias depois, de longe, viu a família toda reunida em torno de uma lapide branca que continha seu nome. Aquilo só fez atenuar seu ódio.

Mais alguns dias e ela saiu de Nice, com a ajuda de um amigo. Se emanciparia quando chegasse em Mônaco. Se chamaria Madison; era o que sempre quisera. E teria uma vida nova, partindo do zero. O avião parou no aeroporto e ela desceu dele com o queixo erguido. Não tinha pra onde ir, não conhecia ninguém, mas sabia o que queria. Porém algo a desarmou quando saiu do avião: Nevava. Ela sorriu, encantada, e caminhou pela pista de pouso, usando tênis, um jeans, e uma camisa preta de algodão. Os cabelos estavam presos em um coque. Ela ergueu a mão e vários flocos de neve pousaram nela. A sensação era gostosa. E ela tomou aquilo por um bom sinal. Fora a escolha certa.


Eu era o risco de fuga, com medo de cair.
Me perguntei por que importar com o amor se ele nunca dura.


Meses depois, Madison fora aprovada na universidade federal em dois cursos. Sua vida estava movimentada, ela estudava de manhã, trabalhava em um restaurante a tarde e estudava novamente à noite. Seus cabelos estavam crescendo, e a cada centímetro ela cortava um pouco, até que estava quase todo preto. Sua pele, longe do maldito sol, assumira um tom branco, pálido, e ela a amou por isso. Muitos homens a paqueravam, mas ela não tinha interesse. Morava em um quarto mínimo em uma pensão, no qual quase nunca parava. O principal: tinha um projeto brilhante em mente. Ela trabalhava nele incansavelmente, usando o pouco de tempo que tinha pra dormir e comer. Agora ela estava em um bar, perto de um lago. Ia lá todo dia. O bar era movimentado, mas ela conhecera um dos garçons, e simpatizara. Ele sempre lhe reservava uma das mesas do lado de fora, perto do lago e longe do barulho do bar. Ela ia pra lá sempre que saia da faculdade à noite, e parava ou pra estudar, ou pra trabalhar no projeto. Mas naquele dia seria diferente.


Harry: Vamos, cale a boca. – Disse, rindo. O Harry jovem, solteiro e inconsequente era um imã de mulheres. E ele dava corda a todas.

Niall: Você quer parar de ser galinha? – Perguntou, rindo. Harry sorriu pra uma morena que passou por ele, nem dando importância – Joseph, faça alguma coisa.

P.S.: Eu Te Amo (Livro 3) [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora