P.S.: Eu Te Amo (Livro 3) [H.S]

Capítulo 10

                 

Um mês depois...

Jace finalmente havia voltado. Não havia ido atrás de garota alguma; viajara pra não ter que cuidar da bagunça que sobrou do vernissage. Louis que se desdobrasse. Tirara férias (de que não se sabe), mas voltou porque precisava falar com Niall. Achava que havia algo errado nas contabilidades de uma de suas ações. E se havia alguém que detectaria esse erro, era Niall. Nada passava por debaixo dos olhos de Niall. Jace estava parado na picape, no estacionamento do prédio da empresa de Niall, lendo uns papeis. Havia algo errado ali, com certeza. Ele coçou o cabelo, distraído. Então viu um lampejo no retrovisor.

Jace: Meu Deus! – Ofegou, pelo susto. A mulher de Niall estava parada ali, imóvel como uma estatua, quieta, os olhos escuros olhando-o, contratando com a pele pálida. Ela riu com o susto dele. Jace respirou fundo, colocando o estomago (que dera um pulo) no lugar, enquanto ela entrava no banco do carona – Vampiros procriam? – Perguntou, sorrindo, ao ver a barriga dela, destacada no vestido preto que ela usava. Era a primeira vez que ele via ela sem saltos; usava uma sapatilha. Em resposta ela deu um sorriso aberto, os dentes faiscando pra ele.

XXXX: É bom te ver de novo, Jace. – Disse, pondo o cinto de segurança.

Jace: Igualmente. Vamos a algum lugar? – Perguntou, largando os papeis.

XXXX: Vamos. Eu vou terminar matando alguém se eu não comer chocolates. Por tanto... – Ela indicou o volante com a cabeça, e Jace riu.

Os dois saíram do prédio conversando sobre tudo: a vernissage de Melanie, a gravidez dela, Niall, Samantha, enfim, tudo. Pararam em uma delicatessen, e ela comprou a caixa de bombons mais cara que achou.

Os bombons eram um pouco maiores que bolas de gude, e ficavam organizadinhos em fileiras em uma caixa rasa, forrada de papel dourado. Jace se divertiu vendo ela comer daquele modo.

XXXX: Huum... – Suspirou, engolindo o que tinha na boca, enquanto caminhavam de volta pro carro – É o inferno, eu vou engordar. – Lamentou, entrando no carro.

Jace: Então Perrie fugiu. – Disse, desgostoso, entrando no carro. Não gostava nada dessa situação.

XXXX: Fugiu. Então Niall não me deixa sozinha por mais de 5 minutos. Aliás, ele já deve estar me procurando. – Disse, colocando a caixa dos bombons em cima do porta-luvas. – Ele queria ficar em casa, mas eu terminaria enlouquecendo de tédio. Então ele vem trabalhar e eu venho com ele. Enfim.

Jace sempre gostara de Perrie. Se decepcionara violentamente com tudo o que ela fizera. O ressentimento e a raiva que tinha eram sentimentos com os quais ele não sabia lidar. Os dois seguiram em silencio até o caminho pro prédio. Quando Jace parou o carro...

XXXX: Eu estou com fome. – Constatou, olhando pra frente. Jace pôs as mãos defensivamente no pescoço. Ela rolou os olhos. – Ok, vai ficar nessa agora?

Jace: Quando você tem amigos vampiros é sempre bom se precaver. Do modo como você está comendo, eu não sei se tenho sangue o suficiente pra manter a nós dois. – Disse, se fingindo de assustado.

XXXX: Então o problema todo é sangue? – Perguntou, erguendo a sobrancelha – Você é patético, Jace. – Disse, suspirando.

Jace observou, divertido, ela abrir seu porta-luvas, ela vasculhou ali até achar um canivete. Ele ergueu as sobrancelhas quando ela lhe mostrou o punho, debochada. Ia dizer "não!", mas ela já havia se cortado. Não no pulso, como os emos fazem, mas uma linha reta desde o inicio do dedão da mão esquerda, indo até o inicio do punho. Do tamanho de uma boca. Um fio de sangue caiu dali imediatamente. Jace riu alto vendo ela largar o canivete. Era por causa dessas atitudes que a adorava! Ela mostrou a mão, que sangrava fluidamente pra ele, como se oferecesse, e ele negou com a cabeça, como se recusasse. Ela levou a mão até a boca, os olhos se fechando por um instante enquanto tomava do próprio sangue. Era uma cena perturbadora; Jace achou aquilo radicalmente sexy. Ela tomou uns cinco goles fartos do próprio sangue, parecendo deliciada com aquilo. Quando ela largou o corte estava seco, apenas uma linha fina, e a pele da mão dela estava branca feito papel. Ela sorriu pra Jace, os dentes brancos e os lábios sujos de um vermelho escuro, e lambeu os lábios.