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É tão triste saber que as coisas não são como queremos, saber que não somos nós que escolhemos como vai começar e terminar o nosso dia. As vezes falamos que nossas vidas são feitas de escolhas, só que existe um porém. Eu já não acredito mais nisso, porque eu não escolhi estar aqui sofrendo, em nenhum momento eu escolhi ter uma vida ruim, não fez a escolha de ser torturada por uma pessoa que dizia me amar, não escolhi ver meus amigos sofrerem.

As vezes só gostaria de entender por que a vida é assim.Talvez porque eu não escutei os concelho dos meus pais, não sei bem dizer o por que de tudo isso estar acontecendo, mas espero que passe, que passe logo e que seja o mais rápido possível.

James: Bom dia!!

— Só se for para você -digo ironicamente.

James: -Se aproxima de mim- Até quando você vai me tratar assim?

— Não espere que nossa amizade volte a ser como antes.

James: Entenda que eu não queria fazer isso.

— Mas já fez -ele abaixa a cabeça- Não adianta vim com arrependimentos agora.

James: Eu não tinha outra escolha! Você tem noção de que eu tive que mentir para todos, para meus amigos e minha família.

— Problema seu - James olhou para mim espantado- Não me importo para quem você mentiu ou deixou te mentir, você esqueceu de uma amizade "verdadeira" - suspirei fundo - Agora quero que se lixe com os seus arrependimentos.

James: Me desc....

—Me deixa sozinha, não quero escutar suas lamentações.

James: Ok!!

Era só o que me faltava mesmo. Fez o que fez e agora quer vir me pedir desculpas, dizia ser meu amigo e me apunhalou pelas costas, não sou obrigada a aturar isso, eu já não sei mais quem são meus verdadeiros amigos, já não sei dizer se os que estão ao meu lado estão por que gostam da minha amizade mesmo ou só porque sentem pena de me verem nessa situação, ou saberem que eu não tenho uma vida perfeita.

É bem nessas horas em que eu apenas desejo a morte, sei que isso não é o certo mas eu não tenho culpa, acho que talvez assim eu não sofra nunca mais.

Ian: Olá olá olá.

—O que você quer?

Ian: Você....- diz chegando perto de mim- Será que é pedir de mais?

— Nem em seus sonhos isso irá acontecer Ian...- digo olhando seriamente para ele.

Ian: Tem certeza disso? - passa sua mão pelo meu corpo até chegar em minha cintura.

— Toda a certeza do mundo!! - digo já com a voz trêmula.

Ian: É isso que vamos ver agora.

Ele me segura com força e começa a beijar meu pescoço, não consigo evitar pois estou amarrada, mesmo que eu não queira, não sou capaz de fazer nada.

(...)

Foram longas horas de tortura, com o Ian a abusar de mim, me violentando sem dó e piedade, já não estava mais aguentando. As dores passaram a tomar conta do meu corpo, comecei a me sentir fraca pois estava perdendo um pouco de sangue, mas nada que me faça ir para o hospital.

Digo que nunca passei por essa situação, cansei de ver reportagens na TV de meninas sendo violentadas, mas nunca passou pela minha cabeça que um dia eu seria vitima de um estrupo. É ruim, muito ruim.

Sei que será algo que irá ficar marcado para sempre em minha vida, uma coisa que não irá sair tão fácil assim da minha memória.

Não poderei fazer nada contra o Ian e nem mesmo denunciar ele por causa do abuso, ele não só me ameaçou mais ainda, mas sim como meus amigos e ate mesmo minha família.

Incrível como as coisas mudam de uma hora para outra, como nos enganamos com as pessoas pois confiamos de mais e achamos que elas são algo, mas no final da história elas são outra coisa.

Agora nesses exato momento estou dentro do carro parado na frente do meu apartamento junto com o Ian, o silêncio estava tomando conta daquele espaço em que estávamos juntos.

Ian: Não conte a ninguém o que aconteceu princesa -evito contatos visual com ele.

— Ok - falo em um tom baixo.

Ian:  -deposita um beijo no canto de minha boca - Vai e logo logo nos vemos novamente.

Desço do carro e vou para o elevador, comecei a chorar pois ainda não conseguia acreditar no que estava acontecendo.

Quando chego em frente a porta do meu apartamento, olho para mesma e decido abri-la o mais depressa possível só para poder me sentir em paz por meros minutos, mesmo sabendo que depois tudo poderia voltar como estava sendo antes.

Assim que abro a porta me deparo com o Josh, a Sophia e mais um pessoal na sala, todos fixaram seus olhos em mim e eu paralisei.

Sophia: Any o que aconteceu com você?

—Nada...não se preocupe comigo -digo tentando sair, mas uma mão ne segura me impedindo de sair.

Xxx: Você tem certeza?

—Isso importa para você Josh? - digo já com meus olhos cheios de lagrimas.

Josh: Óbvio que sim Any - ele olha fixamente em meus olhos - O que está acontecendo?

— Me deixa.

Me solto e subo correndo para o meu quarto, tomo um banho quente, tentando relaxar o máximo possível que eu conseguisse mesmo sabendo que seria difícil.

Josh

Confesso que me assustei quando vi a Any entrando no apartamento naquela situação, nunca tinha a visto assim.

O pior foi que ela nem sequer fez questão de nos contar o que havia acontecido, apenas nos ignorou e subiu para seu quarto com lágrimas nos olhos.

Alguém fez isso a ela, alguém está a machucando e isso não vai ficar barato assim não. Vou fazer de tudo para tentar descobrir o que está acontecendo, mesmo sabendo que não será nada fácil.

Pode até parecer que não, mas a Any é importante para mim, não consigo vê-la chorando, sinto a obrigação de ter que cuidar dela.

Só que ela é uma mulher muito teimosa e não tira da cabeça o fato de achar que eu sou um mulherengo e que fico perto dela apenas porque tenho pena.

Mas isso não é verdade porque eu não sou assim, me sinto mal por ela pensar isso de mim, pois sei que essa não é a realidade, porém não posso fazer nada que possa mudar os pensamentos  dela.

Dusk Till Dawn|| BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora