5º Capitulo: "O Primeiro Corte"

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3 Meses Mais Tarde

Já passou tanto tempo desde que moramos nesta casa, só eu e a minha mãe juntas e mais unidas que nunca, exceto nas horas de comer em que eu me afasto dela para não cair na tentação… Já é a terceira vez este mês em que tenho de vomitar, por ter comido demais. Já pensei em me bater a mim própria, eu tenho a culpa de ser assim, por isso eu mereço sofrer. Eu já entendo a razão dos meus colegas me fazerem aquilo que fazem, eles só me querem ajudar… Se me castigarem e me gozarem e me fazerem sentir gorda eu vou emagrecer, mas ouvi no outro dia a médica a dizer que não tinha de ser ninguém a nos dizer o que fazer, nem ninguém a faze-lo por nós… Nós temos de agir por iniciativa, para o nosso bem.

Passei a manhã sem comer, ou seja, bati o meu recorde, visto que já não como nada à cerca de 12 ou 14 horas… Mas mesmo assim quando me olho ao espelho quase não noto diferença, ou melhor, eu sinto-me cada vez mais gorda…

As aulas estavam a ser uma seca… E cada vez mais me stressava. Finalmente tocou e eu o Liam, a Sel e a Miley fomos para a cantina. A comida era apetitosa, mas eu não queria comer…

- Desta vez é grelhado! – disse Sel.

- Não comes Demetria? – perguntou-me o Liam.

- Eu sei, que agora és vegetariana… Mas tens de comer pelo menos a salada. – disse Miley.

Mais uma das minhas mentiras… Se eu fosse vegetariana, não me obrigariam a comer carne e se não me obrigassem a comer carne eu iria emagrecer. Mas ainda havia o problema da salada…

Bom, mas também uma saladinha não me ia fazer mal.

- Eu já vou comer a minha salada não se preocupem! Só estava distraída…

- Com o quê? – perguntou Liam.

Eu estava a olhar para o lado, para uma das mesas na parte dos «populares».

- A sério Demetria? Esquece aquele palhaço! – disse Miley.

- Ele não para de olhar para mim! – respondi eu.

- Quem está ali? Não consigo ver. – disse Selena virando a cabeça para olhar.

- O anormal do costume! – disse Miley.

- Não digam isso dele. Por favor!

- É o que ele merece! – disse Miley.

- O meu Deus ele vem na minha direção! Ajudem-me! – disse eu.

- Olá! – disse Joe.

- Olá, está tudo bem?

- Sim… Como é que te chamas desculpa?

- Demetria! – respondeu ela.

- Sim isso! Olá Sel. Logo à noite queres sair?

- Sim quero, mas nunca contigo!

- Desculpa? Sabes que qualquer rapariga nesta escola se mataria para sair comigo?

- Convencido, essas raparigas que se matariam para estar contigo precisam de um abre olhos.

            Joe, virou a cara e continuou o seu caminho.

            - O que foi isto? – perguntou Liam.

            - Ele deve ter descoberto que eu sou Selena Gomez e o meu pai é o produtor Simon Cowell. – respondeu Selena.

            - Como é que tu foste capaz de recusar este convite? – perguntei eu zangada.

            - Demetria, acorda. Este tipo é um otário! – disse a Selena.

            - Não lhe chamem isso! Merda, tu é que és uma convencida! Lá por seres a Miss Selena Gomez, não deixas de ser a Selena Trevino. Acorda miúda. – gritei eu me levantando. Eu fugi para casa… Não queria saber das aulas para nada.

            - Esta miúda está tapada por ele! – disse Miley.

            - Eu não acredito que ela me disse isto. – respondeu Sel muito triste.

            - Ela está muito estranha! Desde à dois meses que eu a tenho notado um pouco em baixo! - disse Liam.

            - Tens razão. Mas o que pode-mos fazer? – disse Miley.

            - Primeiro a Sel tem de a perdoar. Pois de certeza que ela te vai pedir desculpa. – disse Liam.

            - Claro que a perdoo! Isso nem se mete em questão. – disse Sel.

            - Segundo, o que achas se o teu pai lhe conseguir concretizar um sonho? – questionou Liam.

            - Achas que eu já não tentei, até o meu pai já falou com ela. Mas ela não aceita nem sequer fazer um dueto comigo! – disse Sel.

            - Mas ela canta? Eu não sabia… - disse Miley.

            - Ela canta e encanta… - disse Liam.

            - Olha a baba! – Selena ficou mais sorridente.

            Quando cheguei a casa bebi uma garrafa de água de 1 litro, para me encher o estomago e aliviar a fome… A minha mãe só chegava à noite, e eu estava sozinha em casa. Subi para o quarto e deitei-me em cima da cama.

            Comecei a questionar-me: “Porque será que ele não me pediu a mim parra sair?”, era obvio que era por eu ser feia e gorda, afinal ele nem sabia o meu nome… “Eu fui estupida com a Sel” tudo era minha culpa, eu tinha que pagar por aquilo que fiz!

            Levantei-me da cama e nas escadas da sala atirei-me para me magoar. Fui até à cozinha e cortei-me com uma faca, liguei o fogão e meti o meu braço no fogo, agarrei de novo na faca e cortei os pulsos. Aquela dor era enorme, mas estava a satisfazer a minha vontade de sofrer. “A culpa de tudo é minha.”

            Com os olhos em lágrimas e já com dor suficiente sentei-me no chão da cozinha e limpei o sangue que estava espalhado. Fui corar as feridas antes que a minha mãe chegasse, para que ela não ficasse mal por minha culpa.

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