PDV do Liam
- Calma… - digo eu lhe agarrando um braço enquanto ela se tenta soltar par pedir justificações ao Niall. Quando o Niall se apercebeu que ela estava ali, parou de beijar a rapariga e veio na nossa direção.
- Desculpa Demi… - pede o Niall, lhe tocando na cara, com um gesto de carinho. Ela afasta-se.
- Não! Tudo bem… Afinal nunca tivemos nada. – afirma Demi e vira as costas ao Niall. Ela saiu praticamente a correr. O Niall estava triste.
- Liam… Por favor, segue-a e leva-a a casa! – implora ele.
- Muito bem. Tem calma meu… - insisto e saio a correr atrás da Demi. Quando sai do meio da confusão reparei que ela já não estava dentro da discoteca. Saí para fora e percebi que ela estava a chorar perto do parque de estacionamento. Continuei a andar, e ela seguiu caminho… Parecia querer ir para casa a pé. – Onde pensas que vais? – pergunto.
Ela olha para trás para perceber quem era. – Vou para casa. – impõe.
- A pé? Sozinha? – questiono.
- Vim no carro do Niall… Não vou pedir-lhe boleia. – explica ela deixando cair mais uma lágrima.
Eu aproximei-me e com cuidado abracei-a. – Eu deixo-te em casa! – decido.
- Não te quero incomodar… Vota para a festa. – diz ela afastando a cabeça do meu ombro.
Não me apetecia larga-la, pois aquele abraço estava a ser incrível, mas afastei-me e abri a porta do carro para ela entrar. Ela fez o que lhe pedi e então saímos em direção da casa dela.
- Era desnecessário fazeres isto… Não é da tua responsabilidade. – explica Demi.
- Passa a ser quando o Niall me pediu para te levar a casa. – revê-lo, com um pouco de receio da sua reação.
- Foi ele que te pediu para me levares? – pergunta ela estupefacta.
- Sim, foi… Parece que se arrependeu do que fez. – respondo tentando desculpar o Niall. A verdade é que nem o conheço. Não sei se foi apenas um descuido por causa do álcool ou é mesmo do tipo dele «comer e deitar fora».
- Que se arrependa… Tipo, eu sei que nós não tínhamos nada sério mas eu pedi respeito. – conta ela com um tom exaltado.
- Tenho a certeza que aquilo foi apenas um descuide. Ele estava bêbedo. – comecei até ser interrompido.
- Não o tentes desculpar. Ele devia ter-se controlado… Mas está tudo bem. Está tudo bem! Eu nem estou triste, nem nada. Já superei. – dizia ela. – Para que é que eu o queria? Para quê?
- Não precisas de fingir comigo… Eu prometo que não conto a ninguém. – afirmo.
- Estas a dizer-me que estou a fingir? Estas a chamar-me mentirosa. Pois fica saber… Tu és igual a ele. Que piscar de olhos foi aquele no dia da audição. Para o carro. Deixa-me sair. – manda ela.
- É que nem penses que te vou deixar ir sozinha neste estado. E desculpa… Desculpa pelo piscar de olhos e desculpa por estar a dizer-te para me contares. Se não queres contar, não contas. – explico.
Ela lança um suspiro profundo e fica calada por uns segundos. – Eu é que peço desculpa… Eu estou a ser uma parva. Tu só queres ajudar e eu ainda te trato mal… Peço desculpa. – O olhar dela estava caído da vergonha que sentia.
- Não te sintas mal… Finge que estás a falar com alguém que tens confiança. – peço.
- É só que eu nunca tive sorte no amor… Tinha uma relação com um rapaz que era um sacana, só queria se famoso… Quando acabei com ele, descobri que o meu verdadeiro amor estava lá, mas já era tarde de mais. – confessou ela.
- Imagino… Deve ser complicado ser-se uma estrela… - digo.
- Eu não sou só uma estrela. Também sou uma pessoa. Ok? – determina ela.
- Ok! Tem calma. Fazemos o seguinte: Começamos de novo. – começo e ela consente com um simples movimento da cabeça. – Eu sou o Liam! E tu és?
- Demi. Sabes… Já conheci um Liam… - disse ela, me deixando de boca aberta.
- Que coincidência. Eu também já conheci uma Demetria. Mas ela não gostava que eu lhe chamasse Demi… - confesso.
- Meu Deus que cena. O meu Liam era dos únicos que me chamava Demi e eu odiava. Mas não és ele… - contesta Demi.
- Então porquê? – questiono.
- Ele era mais querido, mais amigável… Mas também era amedrontado, tímido, inseguro… E além disso eu ia reconhece-lo. – descreve ela enquanto o meu coração começa a apertar-se como se me viesse pela boca. A pessoa que ela está a descrever sou eu. Mas ela não pode ser… Analisei a sua face e reparei que era ela. Só podia ser ela. Eliminei o cabelo azul e imaginei-o castanho-escuro… Era ela. Mas muito mais sexy e bonita.
- Pois… De certeza que não sou eu. – minto. – E sinceramente tu também não és parecida com ela… Ela era mais radical, estava um bocadinho confusa… Mas era linda. Isso é uma das coisas que vocês têm em comum.
- Obrigado… - diz ela.
- Diz-me só mais uma coisa… - peço.
- Sim, o que é? – pergunta.
- Essas tatuagens, «Stay Strong», têm algum significado? – questiono com o objetivo de tirar certezas da possibilidade de aquela Demi ser a minha Demi.
- Antes de eu ser uma estrela, eu tive vida… E uma vida muito complicada! Acabei mesmo, por fazer-me mal a mim própria. Estas tatuagens são para nunca me esquecer da força que tenho por ter ultrapassado os problemas do passado. – responde ela, fazendo as minhas duvidas desaparecerem. É ela.
- Chega-mos! – informo. Desviando o olhar e mudando de conversa. Não sei o que fazer. Se lhe contar ela pode não gostar. Se não lhe contar posso começar de novo.
- Muito obrigado. – afirma ela olhando-me com um pequeno sorriso no rosto.
- De nada… Afinal é a caminho! – explico.
- Eu não estava a falar da boleia. – diz ela. Beija-me no rosto e sai do carro em direção à porta de casa. Eu fiquei sem reação. E percebi que tive a melhor atitude. Não lhe devo contar a verdade. Assim, ainda tenho hipóteses de ganhar a sua confiança, com este novo Liam.