Capítulo 45

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Isabella

Eu estava fora do dormitório num segundo. A academia inteira estava uma confusão devido as notícias.

Com tudo isso acontecendo Miranda deve estar aqui, já que ela é minha guardiã.

As pessoas agruparam-se em grupos pequenos nos corredores. Familiares procuravam uns aos outros.

Algumas conversas eram feitas em sussurros apavorados; alguns eram altos e fáceis de ouvir. Eu parei algumas pessoas, tentando pegar a história certa.

Todos tinham uma visão diferente do que tinha acontecido, no entanto, e uns nem paravam pra conversar.

Eles passavam com pressa, ou procurando seus familiares ou se preparando para sair da Academia, convencidos de que havia um lugar mais seguro em outro lugar.

Frustrada com as histórias diferentes, eu finalmente, relutantemente, sabia que tinha que procurar as duas fontes que me dariam informações solidas. Mirada ou Eduardo.

Era como virar uma moeda. Eu não estava animada com nenhuma das duas no momento.

Eu debati momentaneamente e finalmente decidi por Miranda.

A porta do quarto de uma das guardiãs estava entre aberta, e eu entrei, e eu vi que um quartel temporário tinha sido montado aqui. Vários guardiões estavam amontoados, entrando e saindo, discutindo estratégias. Alguns nos deram olhares estranhos, mas ninguém me parou para me questionar. Eu sentei em um pequeno sofá e ouvimos a conversa que Clara estava tendo. Não vi Miranda, mas pelo menos tinha Clara ali. Ela estava com um grupo de guardiões, um deles era Eduardo. E eu queria evitar ele. Os olhos marrons dele me olharam brevemente e eu desviei meu olhar. Eu não queria lidar com meus sentimentos perturbados por ele agora.

Logo discerni os detalhes. Oito alunos da academia tinham sido assassinados junto com seus cinco guardiões.

Três alunos estavam desaparecidos, mortos ou sequestrados pelos mafiosos.

O ataque não tinha acontecido perto daqui; tinha sido em algum lugar perto do norte da Califórnia. Ainda assim, uma tragédia como essa não podia deixar de ecoar no mundo dos Mafiosos, e para alguns, dois estados de distância era muito perto. As pessoas estavam aterrorizadas, e eu logo soube o que fazia esse ataque ser tão notável.

- Deviam ser mais do que da última vez, - disse Clara.

- Mais? Exclamou um dos outros guardiões. - Aquele último grupo foi sem precedentes. Eu ainda não consigo acreditar que nove Máfias rivais conseguiram trabalhar juntos. Você espera que eu acredite que eles conseguiram ficar ainda mais organizados? -

- Sim, - falou Clara.

- Alguma evidencia de Policiais? - Alguém perguntou.

Clara hesitou, então Eduardo tomou a frente

- Não. Mais do jeito que tudo foi feito... é idêntico ao ataque anterior-

A voz dele era dura, mas havia meio que um cansaço nela. Não era exaustão física, no entanto.

Era mental, eu percebi. Tensão e dor pelo que eles estavam falando. Eu sempre pensei que Eduardo era algum tipo de máquina de matar, mas isso era claramente difícil pra ele. Era um duro, e feio assunto de discutir – mas ao mesmo tempo, ele estava falando sem hesitar. Era o dever dele.

Um caroço se formou na minha garganta e eu rapidamente o engoli. Idêntico ao ataque anterior. Desde o massacre, nós analisamos extensamente a estranheza de um grupo tão grande de mafiosos se juntar e recrutar policiais. Nós falamos em termos vagos. Se algo assim acontecer de novo... Mas ninguém tinha falado seriamente sobre isso. Uma vez era casualidade. Talvez uns bandos de Mafiosos tinham se reunido por acaso e num impulso decidiram invadir e atacar de surpresa a Academia. Era horrível, mas nós podíamos entender isso.

Meu Guardião (Obra Incompleta)Onde histórias criam vida. Descubra agora