Capítulo 53

76 5 0
                                    

Passamos sorrateiramente pela rua e quando chegamos em frente à casa paramos brevemente. Era uma grande propriedade com um andar superior janelas pretas e aparentemente tranquila. A porta da frente estava aberta, apesar de saber que o certo a ser feito era uma breve ronda no local para nos certificarmos de que podemos entrar, senti que minhas pernas não me obedeciam e então caminhei rapidamente até lá, colocando minha arma em posição e sentido meus sentidos trabalharem de forma completamente atenta. Escutei passos que me seguiram, mas não me virei para ver qual dos Guardiões tinha me acompanhado.

Quando parei na porta e olhei o que tinha na sala eu quase não consegui processar o que eu via. Um verdadeiro cenário de terror tinha se formado ali. Não que me surpreendesse algo tão semelhante. Havia sangue por toda parte. Tapete, chão, paredes, tudo estava cheio de sangue. Também havia pedaços de vidros espalhados por todo o lado, um corpo estava sem cabeça próxima à lareira e um pouco mais à frente para a direita, outro corpo também e sem cabeça, mas completamente dilacerado, sem ter como identificar o corpo.

Mas nada foi tão terrível quando eu finalmente vi quem eu procurava; sentada no canto da sala estava Isa debruçada em cima de Stephen ele estava morto, mas ela parecia não se importar com isso. Suas roupas estavam rasgadas e sujas, seus cabelos totalmente cobertos por sangue.

Definitivamente Isa havia travado uma verdadeira guerra contra aqueles mafiosos.
Senti meu coração despedaçar naquele mesmo instante. Ela estava viva, mas parecia não ser mais a Isa que eu conhecia.
Contraindo a vontade de correr até ela, cuidadosamente, me aproximei deles. Os outros Guardiões também vieram.

Quando ouviu os nossos passos, ela ergueu o rosto e então eu pude ver que o pior havia acontecido. Ela estava transtornada, completamente fora de si.
Cuidadosamente continuei me aproximando dela. Ciente que os demais guardiões me seguiam copiando meus passos. Ela nos olhou com fúria nos olhos claramente sem nos reconhecer. Então ela se ergueu com uma espada enferrujada em punho, pronta para atacar qualquer coisa que se aproximar dela.

Era como se um instinto animal tivesse nela e não a deixava ver o que nós só queríamos ajudá-la. Ela só conseguia nos ver como perigo. Os outros guardiões pareceram ver isso, pois pararam de me seguir. Miranda, no entanto continuou se aproximando de Isa assim como eu.

- fique longe- a voz Isabela saiu baixa e irreconhecível. – Fiquem longe dele. - repetiu.

Eu não me importei com o seu olhar raivoso e continuei me aproximando, porém fiquei assustado com a cor de sua Íris era algo surreal, Mas continue Caminhando com cuidado em sua direção Miranda também continuou, mas eu realmente não estava me importando com ela.

- Droga Isabela- murmurou Miranda.

Toda minha atenção estava em Isabela que continuou empunhando a espada pronta para nos atacar.

- Fiquei longe - ela gritou e sua voz era extremamente descontrolada e ameaçadora.

Senti que Miranda parou imediatamente, mas eu não. Eu não podia aceitar aquilo. Não conseguia assimilar que Isa estivesse em tamanho estado de choque a qual não estivesse me reconhecendo.

-Volkov - Chamou Miranda ainda parada analisando minha ação. - É melhor não se aproximar, ela está fora de controle. - Diz tentando me fazer recuar.

Mas eu não fiz. Eu precisava trazê-la de volta, mesmo que para isso, eu precise lutar com ela.

- Bella - Eu falei com toda suavidade que pude, olhando-a profundamente em seus olhos, tendo buscar qualquer resquício daquela garota que eu conhecia e que tanto amo.

- Largue está espada- Ordenei. Percebi que suas mãos tremiam, de forma que toda firmeza que ela tinha anteriormente, começou aceder.

-Fiquem longe de nós- Ela falou ainda descontrolada.

- Isa - Eu persistir, mesmo sentindo uma pontada de derrota em mim.

Ela parecia perdida. Mas, de repente, algo pareceu brilhar nela. Ela me olhou com reconhecimento surgindo.

-Está tudo bem - Falei gentilmente. - Tudo vai ficar bem. Já pode soltar esta espada. -

O temor das mãos dela aumentou e eu percebi que ela usava de uma enorme força para manter aquela espada erguida na minha direção.

- Eu não posso - A voz dela saiu dolorosa. - Eu não posso deixa-lo sozinho. Tenho que protegê-lo-

-Você protegeu. - Falei instantaneamente.

Sem poder mais segurar a espada, Isa a soltou, o barulho da sua queda no chão fez com quê ressoasse nos meus ouvidos.
Poucos segundos depois ela desabou, praticamente caindo também. Com uma velocidade que nem eu sabia que tinha, fui até Isa e á segurei pela cintura, ajudando-a se levantar, eu a segurei fortemente contra o meu corpo, sentindo com profundo alívio por tê-la encontrado e poder estar perto dela novamente.

Meu Guardião (Obra Incompleta)Onde histórias criam vida. Descubra agora