Capítulo 25 SEM RESPOSTAS

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                                 Passaram-se três dias desde aquele telefonema e numa manhã quando Lucci ia saindo furtivo de casa, deu de cara com a menina sentada à mesa da cozinha comendo um pedaço de pão

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                                 Passaram-se três dias desde aquele telefonema e numa manhã quando Lucci ia saindo furtivo de casa, deu de cara com a menina sentada à mesa da cozinha comendo um pedaço de pão. Ele logo percebeu que a menina estava pronta para ir embora,

sentou à sua frente e falou baixinho para não assustá-la:

— você está pretendendo ir embora? Não está gostando da minha casa? Alguém te fez alguma coisa? Porque se fez me diz que resolvo já já...

— Não, senhor, ninguém me fez nada, gosto daqui, fui bem tratada e como o que quero, ninguém briga comigo. Mas preciso ir, meu irmão está em Reggio e vou me encontrar com ele, tenho que assumir o que fiz. E além do mais, quando o senhor descobrir o meu segredo, não vai mais me querer aqui.

— que segredo?

— não posso contar, é segredo já disse. Grazzie por tudo sig-nore, agora preciso ir. Posso levar mais um pedaço do pão? É para a viagem.

— pode sim, mas me escute, só mais um pouco.

— senhore! Não me impeça, foi o senhor mesmo que disse que eu não era prisioneira aqui.

Falou essas palavras já com a boca cheia, se levantando, jun-tando a bolsa e a boneca embaixo do braço e saiu sem olhar para trás.

Lucci estava tão absorto em seus pensamentos, que nem notou que a menina havia saído e estava quase chegando à porta da rua.

— pare! Gabriely, não abra essa porta.

A menina virou para ele assustada com seus grandes olhos verdes fitados nele, que se mostrava muito aflito ou zangado, ela não sabia diferenciar.

— o que fiz, senhor? Disse ao senhor que ia embora e não falou nada. Preciso ir, muita grazzie por tudo.

Ela voltou-se para a porta e ia abri-la, quando ele falou mais sério e segurou em seu braço... O medo subiu-lhe dos pés à cabeça acompanhado por uma insegurança que ela já não sentia mais desde que chegara àquele lugar.

— menina! Se você abrir essa porta e ousar por o pé pra fora dessa casa, vou ter que chamar o delegado.

— non! Signore, não roubei nada, está aqui a minha bolsa, pode olhar, só tenho as minhas coisas, nem o vestido que o senhor me deu eu vou levando, pode ver — falou isso despejando tudo em cima da cadeira próxima da porta.

A atitude desesperada da menina fez com o coração daquele homem apertasse dentro do peito. Maria ouviu vozes e desceu, viu ainda na escada Gabriely aflita tentando se explicar para Lucci e ele nervoso coçando a cabeça.

— escute, menina, sei que você não roubou nada, confio em você, mas não é por mim, e é por mim sim, venha, senta aqui, que vou te explicar tudo.

Ele a puxou pelo braço, mesmo ela tendo relutado bastante, mas Maria sentou-se ao lado com a mão em seu ombro para acalmá-la.

— minha filha, por acaso eu te fiz alguma coisa pra você que-rer ir embora?

Brasiliana a menina em RiaceWhere stories live. Discover now