Capítulo 14 UM HOMEM SEM CORAÇÃO

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                           Não podia mais deixá-la ter uma vida tão dura como vinha tendo, não era justo. Afinal ele era o homem da casa, ele que tinha que trabalhar para sustentar a irmã. Naquela mesma noite o rapaz ficou sentado no banco à luz do lampião. Estava assim pensando, quando ouviu um carro parar em frente a sua casa. E logo ouviu baterem na porta, o menino ficou parado, não sabia o que fazer. Porém bateram mais forte e ele foi atender, antes olhou pela fresta da porta e viu três homens de terno e chapéu. Seu sangue gelou, dois dos homens estavam armados... Colou o ouvido à porta e temeu pela irmã. Tornaram a bater, só que dessa vez mais forte... Ele com medo de acordar a irmã, abriu a porta e saiu, fechando-a atrás de si. De braços cruzados devido o frio, retirou o boné e cumprimentou os homens:

— bonanotte! — o homem dentro do carro não respondeu, só balançou a cabeça.

— soube que o velho Victorio morreu — disse o homem.

— si! Sim signore., está com 10 dias que nostro papa morreu.

— quantos anos você tem, rapaz?

— 15 anos, signore.

— agora que seu pai morreu, você vai precisar dar um rumo na vida, não é verdade?

— sim, signore.

— venha trabalhar comigo que eu vou te ensinar muito e quando crescer vai ser um homem muito rico.

— grazzie, signore, mas não posso aceitar. Meu papa sempre me ensinou que o que o signore faz é errado, prefiro ser pobre a minha vida toda do que não ser honesto.

O homem se enfureceu e com um sinal de cabeça ordenou que seus homens segurassem o rapaz que não se intimidou. Os sol-dados agarraram o garoto e o encostaram na parede. O estranho, sem sair do carro, falou com um jeito debochado:

— É pra rir muito, você me dizer que o velho te ensinou a ser honesto. Aquele lá nunca foi honesto. então o carinha é metido a valen-te. Muito bem, isso mostra que tem a quem puxar, não nega o sangue do velho Victorio. Eu o conheci bem, bons tempos aqueles, até que re-solveu cair fora. Mas deixa pra lá, você deve conhecer essa história. En-tão você é valente, está se perdendo rapaz, você pode ter muito futuro.

O dom ficaria feliz de ajudar um herdeiro do velho Victorio...

— não quero nada de vocês, saiam daqui e me deixem em paz.

— não! Dessa vez não vamos embora sem resolver o que viemos fazer. Essa casa que você mora é nossa a partir de agora, não mexemos com vocês antes, pois o velho ainda era protegido pelo dom, mas agora eu posso fazer o que quiser. Soltem o garoto, deixe-o falar.

io non capisco, signore, o nostro papa nos deixou essa casa, não tem nada dentro, só a minha irmã e eu, per favore não nos expulse. Para onde vamos e o que será da gente?

— isso não é problema meu, se virem e vamos deixar de conversar, pegue tudo que podem carregar e saiam daqui agora, ou saem por bem com as pernas ou num caixão.

Benetto temeu pela integridade da irmã, não reagiu, entrou em casa, chamou a menina com muita calma, embora o seu coração estivesse na garganta...


Brasiliana a menina em RiaceWhere stories live. Discover now