Já havia se passado uma semana desde que Gally havia sido levado. E ele estava certo em relação aos Verdugos. Eles estavam levando os Clareanos, um a cada noite, e cada vez mais a quantidade de garotos ia diminuindo.
Era notável que todos estavam afetados. Os garotos andavam de um lado para o outro, perdidos em seus pensamentos, com medo de que fossem os próximos a serem levados. Quando estavam exercendo suas funções, o faziam em silêncio. Eu sentia falta do falatório que enchia os meus ouvidos, que tornava a Clareira um lugar acolhedor.
E enquanto todos estavam submersos em seus pensamentos, algo inacreditável aconteceu.
- Addie! - escuto a voz estridente de Chuck me chamar - Olhe para o céu!
Quando levantei meus olhos para cima, o céu estava todo cinzento, e o sol havia desaparecido.
Mas o que?
Pisco algumas vezes, tentando acreditar no que estava acontecendo diante dos meus olhos. A coloração típica da iluminação solar não estava mais lá, e o céu se assemelhava a uma grande mancha cinza acima de nossas cabeças.
- Como assim? Nós precisamos do sol! - fico indignada.
Chuck dá de ombros e senta-se do meu lado.
- Pois é. Mas acho que, se isso for obra das Criadores, não podemos fazer nada - ele tenta mudar de assunto - E o seu pé?
- Bem, está um pouco melhor.
O que não era mentira. A unha continuava arroxeada, mas o dedo havia desinchado um pouco. O corte estava cicatrizando, e a cada dia a dor amenizava. Em pouco tempo eu já poderia voltar a ser uma Corredora.
Chuck olha para o lado, e quando volta a olhar para mim, carrega um sorrisinho no rosto.
- Bem, eu já vou indo - ele dá uma risadinha abafada e vai embora.
E logo entendo porque ele fez isso.
- Oi, Minho. Como foi no Labirinto hoje?
- O mesmo plong de sempre - ele diz, frustrado.
Ficamos em silêncio, até que eu o quebro.
- Eu te amo, Minho. Só fiquei com vontade de te dizer isso.
Não o estou vendo, pois minha cabeça está apoiada em seu peito, mas imagino um sorriso se formando em seu rosto.
Em meio à toda aquela ruína, nós tínhamos encontrado algo que muitos nem imaginam ter um dia: o amor.
>>>
Quando a noite já se aproximava, fomos nos abrigar dentro da Sede, por questões de "segurança".
O que é segurança quando estamos no inferno?
Estávamos no segundo andar da Sede, onde Alby ainda passava pela Transformação.
Mas fomos pegos de surpresa quando ele começou a estrangular Thomas.
- Você! - ele gritou, em um tom acusador.
Minho foi tentar ajudar Thomas, seguido por Newt, cada um segurando um braço de Alby.
Thomas finalmente se desvencilhou das mãos do garoto. Arfando, buscou ar desesperadamente, enquanto os meninos ainda tentavam acalmar o Líder dos Clareanos.
- Tom! Meu Deus, você está bem? - Teresa perguntou, se aproximando dele.
- Agora não, Teresa - a afastei com meus braços e fui ver como Thomas estava.
Levo minha mão até a boca, assustada por ver as marcas dos dedos de Alby no pescoço de Thomas.
- Calma, Thomas - apoiei minha mão em seu ombro - Respire fundo, já passou.
Newt se aproxima de mim.
- Levem Thomas lá para baixo e chamem Jeff para examinar se está tudo bem com ele.
- Por que será que Alby fez isso? Eu digo, estrangular Thomas, do nada...
- Eu ainda não sei, maninha. Vou conversar com ele, por isso quero que vocês nos deixem sozinhos.
- Newt... Eu estou com medo de tudo o que está acontecendo... - sinto meus olhos marejarem.
- Ô, Addie- ele me envolve com seus braços - Eu sempre vou te proteger.
E mais uma vez eu me permito desabar em lágrimas.
>>>
Eu estava no primeiro andar da Sede, junto com os outros Clareanos. Estavam todos em silêncio, apreensivos e aguardando o Verdugo aparecer.
E, infelizmente, ele veio.
Mesmo à metros de distância, era possível ouvir os barulhos metálicos causados pelo Verdugo. Meu coração acelera e começo a suar frio.
A medida que a criatura se aproximava, os ruídos ficavam mais altos e fáceis de se ouvir.
O Verdugo coloca uma de suas patas dentro da Sede, passando pelo buraco que deixou da última vez, que os meninos nem se importaram em consertar.
Mesmo tendo passado por aquela situação várias vezes, eu ainda estremecia quando o Verdugo vinha pegar a próxima vítima.
Ele mexe sua pata na minha direção, e eu fico paralisada. Mas logo ele começa a direcionar sua pata para outro lado da Sede.
Ufa. Não vou ser levada dessa vez.
Mas eu estava enganada.
Com um movimento brusco, o Verdugo atira sua pata sobre meu corpo, e eu não consigo ter nenhuma reação. Sinto as patas do Verdugo afundarem na minha pele. Lágrimas brotavam dos meus olhos, que ardiam.
Não era possível.
Ouço Newt gritar:
- Addie! - posso notar lágrimas em seus olhos, e isso partiu meu coração.
- Não se preocupe, meu irmão - dei um sorriso trêmulo - Eu vou ficar bem.
Ele fica sem fala.
- Não! Addie, sai daí, mértila! - agora era Minho quem gritava.
- Hey, Minho - não consigo enxergá-lo direito, minhas lágrimas distorcendo minha visão - Não me faça chorar mais, droga.
- Addie, você não pode ir embora! - ele berrava, desesperado.
Eu estendo minha mão, necessitando seu toque, e ele a pega. Minho tenta me puxar, mas foi em vão, o Verdugo me segurando forte.
- Você não pode ir... - ele fala em um tom baixo, vencido pela tristeza.
O Verdugo começa a se afastar, e Minho tenta segurar minha mão na sua, mas logo elas foram separadas.
- Eu te amo. Sempre.
Minha última visão antes de tudo se escurecer foi a do meu amado, ajoelhado, chorando.
>>>
Gente!! Não me matem!! Capítulo final... da primeira temporada.
Isso mesmo. Vai rolar segunda temporada sim. Me aguentem.
Rolou uma lagriminha com esse final?! ;-;
Completamos 1K!!! Obrigada :3 Para comemorar, vou postar hj mesmo o epílogo. Me aguardem.
Beijos e até a próxima
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where are we? | tmr fic
ФанфикQuando tudo parecia que não poderia piorar para os Clareanos, algo inusitado acontece. A Caixa traz uma nova pessoa. Mas dessa vez, não é um garoto.