9. ➹ primeira temp

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Voltamos à Clareira, e Minho me chama para ir até um lugar no bosque, a Casa dos Mapas.

É uma construção, visivelmente feita pelos garotos, onde o Labirinto inteiro está mapeado.

- Isso é tudo - Minho disse, sem esperança - Esse é o fim do Labirinto. Não contamos aos outros Clareanos para não deixá-los sem esperança, que já não é muita.

Fico analisando o mapeamento, até que pergunto:

- O que são esses números?
- Eles representam as áreas. A cada dia, uma área está aberta. É como se fosse um padrão, ou raios que isso seja.

Ficamos em silêncio, até que digo:

- Bem, vou voltar para a Clareira.

- Okay, vou ficar só para fazer algumas anotações. Te vejo mais tarde.

Saio da Casa dos Mapas e começo a andar pelo bosque, fazendo barulho a cada passo que dava, pisando nas folhas e gravetos caídos no chão. Percorro um caminho considerável, até que Gally surge de trás de uma árvore.

- Olha, olha - ele dá um sorriso perverso, que atenua sua cara horrível - Parece que estamos sozinhos, não?

Percebo na hora o que ele quis dizer, mas meus músculos não respondem ao meu chamado, me deixando paralisada.

Um passo. Dois.

A cada passo que ele dava, meu nervosismo aumentava. Fico parada, meus pés criando raízes no chão, até que, quando ele já está bem na minha frente, começo a reagir.

Ele direciona sua mão no meu rosto, para tocá-lo.

É agora.

Quando ele já toca meu rosto, dou uma mordida na sua mão, e vejo o sangue escorrer. Ele agoniza de dor, segurando sua mão onde enterrei meus dentes.

Aproveito seu momento de distração e dou uma joelhada vocêsabeaonde. Ele cai no chão, sem defesas, e aproveito para clamar por ajuda.

- Socorro! - grito, e dou um berro novamente - Socorro!

Depois de alguns segundos, ouço barulhos de passos, indicando que alguém se aproximava. Vejo Newt sair da mata, seguido de alguns outros Clareanos, que olhavam para tudo aquilo com descrença.

- Addie, o que foi? - Newt perguntou.

No mesmo instante, Minho surge atrás de nós.

- Que mértila aconteceu aqui?

Naquele momento, libero tudo o que sinto pelas minhas lágrimas. Dor. Medo. Raiva. Ódio.

- Newt, ele tentou... Ele tentou me atacar... - digo, minha voz trêmula por conta das lágrimas.

Logo, todos entendem o que aconteceu. Minho faz uma expressão de fúria e começa a espancar Gally, que ainda está jogado no chão. Soco após soco, chutes, pontapés, tudo o que se possa imaginar.

Newt me abraça, seus braços envolvendo meu corpo, me protegendo de tudo aquilo.

Desabo de vez, minhas lágrimas encharcando sua camisa, mas ele parece não se importar.

- Ei, calma, eu estou aqui - ele passa a mão no meu cabelo - Winston, Jackson, separem os dois - mesmo após ter dado as ordens, não me soltou de seu abraço - Eu estou aqui, maninha. Nada vai lhe acontecer.

>>>

Já se passara cerca de meia hora desde o ocorrido. Gally fora levado para ser tratado pelos Socorristas, e eu não queria nem saber em que estado ele estava.

Eu estava sentada no chão, olhando para o céu, submersa em meus pensamentos, quando Minho apareceu.

- Oi, Minho - dei um sorriso fraco.

- Addie, me desculpa... Se eu tivesse ido com você, isso não teria acontecido...

- Ei, Minho! Não é culpa sua. Não carregue um fardo que não te pertence. E, obrigada. Não sei se é bem essa a palavra, mas só por você ter me proporcionado a visão do Gally ser espancado, já tenho de lhe agradecer - dou uma risada fraca, e ele também.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, e posso afirmar, foi bem constrangedor. Até que Minho tornou a falar.

- Quando eu ouvi seu grito vindo do bosque... - ele olhava para suas mãos, se sentindo culpado consigo mesmo e bravo com Gally ao mesmo tempo - Eu fiquei tão desperado, eu achei que algo de ruim tinha lhe acontecido...

- Minho, de novo com isso? - peguei sua mão, e ele olhou para mim surpreendido - Já te disse. Se tem alguém aqui que é culpado, esse alguém é o Gally. Ninguém deve ficar se culpando por um erro de outra pessoa.

Ficamos nos olhando, até que começamos a nos aproximar. Estávamos tão perto um do outro...

- Addie! - era Newt.

O esmurrei mentalmente. Minho ficou bem sem graça, e começou a olhar para meu irmão como quem dizia "depois eu te mato".

Eu até teria rido daquela cena, se não fosse o meu beijo que tinha sido interrompido.

Se Newt reparou que algo estava prestes a acontecer, conseguiu esconder muito bem.

- Gally vai ficar bem, mas vai demorar para se recuperar - um sorriso surgiu no canto dos seus lábios e uma sobrancelha foi arqueada - Quem diria, hein, maninha? Acabou com ele.

- Bom, não foi nada - dou de ombros, fingindo indiferença, e os meninos se entreolham, até que não aguentamos e caímos na risada.

Não fazíamos ideia do que iria acontecer no dia seguinte.

>>>

Oi, tudo bem? O que acharam do cap? Foi meio bosta, mas o próximo estará melhor :3
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