Eu fiquei por alguns momentos sem conseguir falar.
Oi? Como assim? De onde você tirou esse nome? Isso... As memórias, elas também apareceram para você? - eu questiono.
- No começo eu estranhei. Mas quando eu examinei o seu rosto, percebi que o conhecia de algum lugar. Foi quando aconteceu. Memórias surgiram diante dos meus olhos. Lembranças, de quando eu... De quando nós estávamos na Clareira.
- Mas o que raios é a Clareira?
Ele suspira e começa a contar todos os detalhes. Eu ouço tudo, sem interrompê-lo.
- ... E então você apareceu na Clareira. A primeira garota. Todos desconfiaram de ti. Eu tinha todos os motivos do mundo para te banir na primeira oportunidade que tivesse. Mas, desde o primeiro momento, eu alimentei algo diferente por você. Os dias se passaram. As coisas começaram a mudar entre nós dois. Até que... - ele faz uma pausa - Até que começamos a gostar um do outro.
- Espera. Gostar? De que jeito? - tento enrolar ele, me fingindo de idiota.
- Você me amou, Addie - aquelas palavras me atingiram em cheio.
- Opa, opa. Então é assim? Eu acordo no meio do Deserto sem me lembrar de nada, nada, e você simplesmente espera que eu acredite nessa história e, principalmente, que te amei? Você pode estar muito bem me enganando!
Com um movimento brusco, ele pega meus ombros e começa a falar:
- Olhe bem para mim. Você acha mesmo que eu estou mentindo? - seus olhos estavam vermelhos, e sua voz falhou um pouco. - Não estou pedindo para você me amar de novo nem nada. Você faz o que quiser da sua vida.
Com essa frase, ele me deixou sozinha, atordoada e digerindo tudo aquilo.
>>>
Depois daquela conversa que tive com Minho, fiquei parada no lugar, um pouco afastada do grupo. Até que Newt me chamou.
- Ei, garota! Venha cá.
Respirei fundo e comecei a andar. Eu não sabia o que iria acontecer; se eles entendessem uma vírgula errada, poderiam me largar no meio do deserto.
- Sente-se aqui - ele indicou um lugar ao seu lado, onde me acomodei - Ótimo. Agora, comece a contar tudo o que sabe.
- Bem... - eu olhei para Minho, que desviou o olhar. Tentei afastá-lo de meus pensamentos e contei toda a história novamente.
- Quer dizer que você teve lembranças? Do nada? - aquele garoto irritante implica comigo novamente - Você espera mesmo que eu acredite nisso?
- Eu já te contei tudo! Não sei de nada, não me lembro de nada, assim como você!
- Ah, pare de ment-
- Já chega.
Eu me viro, surpreendida com quem tinha dito aquilo. Minho.
- Ela tem diversos motivos para desconfiar de nós, assim como você desconfia dela. Ela pode ser mais uma vítima do CRUEL como qualquer um de nós. Se eles foram capazes de nos prender em um Labirinto, por que não poderiam fazer algo com ela também?
Agora o garoto que tinha ficado sem palavras. Me seguro para que meus lábios não formem um sorrisinho.
É, talvez eu tenha gostado dele, mesmo.
- Bem, alguém está contra ela? - Newt pergunta, e ninguém se manifesta - Ótimo. Então vamos retomar nossa viagem.
>>>
Já era meu segundo dia com o grupo, e eu já estava ficando com a garganta seca pela milésima vez naquele dia, e a cada vez mais a água começava a ficar escassa. Fui conversar com alguém, talvez isso me distraísse da sede.
- Oi, é... Thomas? - ele foi uma das únicas pessoas com quem tinha simpatizado - Você pode me explicar algo, que até agora eu ainda não sei? - ele assente com a cabeça - Para onde estamos indo?
- Não temos um destino, simplesmente... fugimos do CRUEL. É uma longa história.
- Bom, acho que temos tempo de sobra para isso...
- Pessoal! - um dos garotos gritou, nos interrompendo - Acho que estou vendo algo! - era Caçarola, que apontava para o horizonte.
No começo, tudo era uma mancha indistinta, mas quando andei mais um pouco, reparei que ao longe haviam prédios, muitos deles. Alguns tombados, outros com os vidros quebrados. A cena era caótica.
Começamos a andar mais rapidamente, ansiosos. Em questão de alguns minutos, chegamos na cidade, que parecia abandonada.
Ao longe, era possível ouvir gritos de horror e pessoas insanas, mas deduzi que aonde estávamos era deserto.
E eu estava errada.
- Olá, hermanos.
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where are we? | tmr fic
ФанфикQuando tudo parecia que não poderia piorar para os Clareanos, algo inusitado acontece. A Caixa traz uma nova pessoa. Mas dessa vez, não é um garoto.