Eu não era capaz de acreditar naquilo.
- Esse resultado está errado! - começo a socar o vidro que me separava do meu irmão - Abram essa maldita porta! - eu já sentia as lágrimas queimarem meu rosto.
Eu poderia estar desesperada pelo fato de eu provavelmente também ser uma não Imune, mas aquilo não importava para mim naquele momento. Eu só queria que aquele teste idiota estivesse errado.
- Addie, para! - escuto Thomas gritar e o sinto agarrar meu braço. Eu me rendo à tristeza e começo a chorar em seu ombro, enquanto ele afagava meus cabelos.
Depois de muito tempo, seco as lágrimas com as costas da minha mão e volto a olhar para meu irmão. Ele chorava e eu poderia jurar que ele carregava uma fúria em seus olhos.
Vou até o vidro e coloco minha mão nele, e Newt faz o mesmo. Eu queria tanto tocá-lo, abraçá-lo...
- Eu vou levar o garoto para o Berg. Fiquem aí - ouço Jorge dizer.
Eu o vejo sair, juntamente de Newt. Mesmo sabendo que voltaria a vê-lo, aquela visão partiu meu coração.
- E agora, o que faremos? - escuto Minho perguntar para Brenda.
- Vamos andando. Precisamos encontrar Hans.
>>>
Nós estávamos andando pela cidade de Denver. Todos estavam em silêncio, provavelmente pensando em Newt. Eu já não chorava mais, porém eu estava desmoronando por dentro a cada segundo daquela mértila de vida.
Enquanto andávamos, um homem de sobretudo preto surge e entrega um papel em minhas mãos. Ele vai embora, tão rapidamente como tinha chego, sem dizer uma palavra.
Mesmo sabendo que aquele papel era inofensivo, minhas mãos começaram a tremer, temendo o que estaria escrito ali.
Ainda tremendo, começo a desdobrar o papel, tomando cuidado para que ele não caísse de minhas mãos.
- O que está escrito aí? - Thomas pergunta.
Eu começo a reler as palavras várias vezes, tentando acreditar no que estava diante dos meus olhos.
- Addie? - sinto a mão de Minho em meu ombro.
- É Gally.
Um silêncio paira sobre nós por alguns instantes.
- Como assim? Ele está morto! - Minho cospe as palavras - Isso não pode ser possível.
- Mas é o que consta nesse papel.
Ele rapidamente tira o pedaço de folha rasgada de mim e começa a ler em voz alta.
"Você precisa me encontrar imediatamente. Estou com um grupo chamado Braço Direito. Esquina da Kenwood com Brookshire, apartamento 2.792"
>>>
Ao tocar a campainha, Minho dá alguns passos para trás e posiciona seu corpo na frente do meu, me protegendo.
A porta range ao ser aberta por um garoto de sobrancelhas arqueadas e expressão fechada.
- Entrem.
Hesitando, adentramos o apartamento, que era escuro e não tinha mobília, mas apesar disso, estava limpo.
- Não era para você estar morto? - Minho questiona.
- O CRUEL conseguiu cuidar daquele machucado... Mas enfim, vocês não vieram até aqui para conversarmos sobre isso.
- Então, desembuche sobre tudo. Começando, que mértilas é o Braço Direito?
Gally suspira, tentando manter a calma.
- É um grupo que tem membros espalhados por todo o lugar, até mesmo dentro do complexo do CRUEL. Nosso objetivo é usar todo o dinheiro e influência deles para coisas que realmente importam. Apesar de nossas intenções, ainda precisamos de recursos.
- Mas o que isso tem a ver conosco? - Minho pergunta.
- Como assim? Quer dizer que você não dá a mínima para o futuro da humanidade?
- É claro que sim - Thomas responde - Mas o que podemos fazer quanto a isso?
- Todos sabemos que o CRUEL procura uma Cura e que isso nunca vai acontecer. Queremos ajudar a humanidade, fazer algo que colabore com a saúde das pessoas. Mas, para isso, precisamos nos infiltrar no CRUEL, e para isso precisamos de vocês. Contudo, ainda existe algo que possamos fazer.
- E o que é? - pela primeira vez eu abro minha boca para dirigir uma palavra a ele.
- Existe uma recompensa muito boa para quem achar um tal de Hans e matá-lo.
- Como é que é? - Minho pergunta, irritado, e se levanta.
- Isso mesmo. E queremos a ajuda de vocês, todo auxílio é bem-vindo.
- Vamos logo! Precisamos encontrar Hans antes deles! - Brenda nos apressa.
- Se quiserem nos ajudar, voltem aqui - Gally diz para Thomas. Apesar de tudo, ele parecia sincero.
>>>
Ao sairmos do apartamento, encontramos Jorge vagando pela cidade à nossa procura.
- Hey, hermanos! Onde estavam?
- Longa história, Jorge - Brenda diz, curta e grossa.
No caminho para a casa de Hans, Brenda conta tudo o que aconteceu. Jorge escutava em silêncio.
Finalmente, chegamos no apartamento onde Hans morava.
- Entrem - o homem disse, áspero. Ele era um homem de cabelo grisalho e maxilar cerrado.
Nos sentamos ao redor de uma mesa de cozinha.
- O que quer, Jorge?
- Você sabe muito bem, muchacho. Queremos que tire os implantes no cérebro dos garotos. Mas precisamos que seja rápido. O CRUEL está te querendo morto.
Após o homem implicar muito conosco, ele concordou em tirar o implante de nós.
- Tudo o que eu quero é tirar essa mértila de mim, não desejo minhas memórias de volta - Minho diz, e todos concordam, com uma exceção.
- Hans, você é realmente capaz de devolver nossas memórias? - eu pergunto.
- Sim. Daria mais trabalho, e pode não funcionar, mas eu posso tentar.
- Então eu quero que faça isso em mim.
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where are we? | tmr fic
FanficQuando tudo parecia que não poderia piorar para os Clareanos, algo inusitado acontece. A Caixa traz uma nova pessoa. Mas dessa vez, não é um garoto.