7. ➹ primeira temp

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Após eu ter dito o seu nome, Thomas olha para mim.

- Você... Você me conhece? - o garoto pergunta, seu rosto carregando medo.

Sinto todos os olhares da Clareira sobre mim.

Droga, droga, droga.

- Bem, é...

Newt olha para mim:

- Addie, como você sabe o nome do Fedelho?

Olho para meus pés, suspiro e volto meu olhar para meu irmão.

- Eu tive um sonho novamente - olho para o garoto de cabelos escuros - Eu e Thomas estávamos numa sala, e ele me disse uma coisa, algo que parecia o perturbar muito.

- O quê? - Minho pergunta, visivelmente curioso.

- Cruel não é bom. Seja lá o que isso signifique.

>>>

Já havia se passado uma hora desde que Thomas chegou, e depois de Chuck ter apresentado a Clareira para ele, o Novato foi até uma árvore e ficou debaixo dela. Aproveitei o momento e fui falar com ele.

- Oi, Thomas - direciono um sorriso para ele - Como está se sentindo?

- Confuso - ele diz, a palavra parecendo se dissipar como névoa em meio aos seus pensamentos - Não sei onde estou, o que está acontecendo, quem me colocou aqui e porque... E o pior de tudo, não consigo me lembrar de nada - ele olha para as suas mãos, nervoso. Consigo ver lágrimas se formando em seus olhos - Onde eu estou? - sua voz saiu trêmula.

Coloco uma mão em seu ombro, e essa sensação me parece vagamente familiar.

- Ei, ei, Thomas - ele levanta o rosto e olha para mim. Sinto lágrimas em meus olhos também - Eu também me sinto assim. Mas se apavorar não vai mudar nada. Eu quero sair daqui também, tanto quanto você. Quero respostas. Eu me sinto pequena, amedrontada, como se não pudesse fazer nada. Mas eu te garanto, de um jeito ou de outro, nós vamos sair daqui. Eu juro.

Nos olhamos por um tempo, até que, com a visão distorcida por causa das lágrimas, nos abraçamos.

- Agora, venha - digo, sorrindo e secando as lágrimas. Estendo o braço para ele - Vou te mostrar o resto da Clareira.

>>>

- Addie, esse Labirinto... Ninguém me fala nada sobre ele. Por quê? O que tem além dele?

Passamos o dia inteiro conversando, andando pela Clareira, e já era quase fim de tarde.

- O Labirinto muda toda noite, após os muros se fecharem - ele me olha como se eu fosse louca - Sim, eles são capazes de se mover. Não me pergunte como. Enfim, à noite, quando já estamos trancados aqui, surgem os Verdugos, criaturas que parecem ser metade robóticas e metade animais. Nunca queira ver uma delas.

- Mas elas não ficam somente dentro do Labirinto? Como você sabe como os Verdugos são?

- Bem, digamos que eu já passei por duas situações: em uma delas, os muros não se fecharam e um Verdugo veio para cá.

- E a outra vez?

- Eu fiquei trancada no Labirinto por uma noite.

Ele me olha, sem acreditar, seu queixo caído.

Vejo Minho saindo do Labirinto. Ele não se aproxima, mas acena com a cabeça, como se me pedisse para que conversássemos.

- Bem, Thomas... Já volto. Te conto o resto depois.

Saio e vou em direção à Minho, que está perto da entrada do bosque.

- Oi, Minho. O que quer conversar comigo?

- Bem, Addie... Eu vi como você conseguiu se virar no Labirinto, então quero que você se torne uma Corredora. Você precisará de treinamentos para melhorar, mas vejo que fará progresso.

- Isso é algum tipo de brincadeira, senhor Minho? - digo, fazendo uma expressão de interrogação e cruzando os braços.

Ele finge que está com um ar de indiferença.

- Bem, ao menos que não queira ser uma Corredora... - ele encolhe os ombros.

- Hey, nem diga uma coisa dessas - ele se surpreende com o abraço que lhe dou - Obrigada, Minho.

- Ei, não vai achando que é fácil, não, Fedelha - ele dá um sorriso - Começamos os treinamentos amanhã.

where are we? | tmr ficOnde histórias criam vida. Descubra agora