Welcome to London (L.S)

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Narradora POV

Louis começou a correr puxando Harry pela mão; a chuva começava a aumentar, os ventos ficavam cada vez mais gelados e os trovões mais altos.  Como se não fosse o suficiente estar na chuva,  Harry havia deixado o casaco em casa e estava vestido uma blusa branca meio transparente. Louis é mais baixo e parece mais frágil do que Harry, mas sempre teve mais condicionamento físico e consegue correr rápido, por isso Harry não conseguia acompanha-lo e começou a ficar cansado.

-Louis...Como você p-pode correr t-tanto?-Perguntou ofegante puxando a mão dele para Louis parar de correr.-Não consigo te acompanhar.

-Sou o Flash, Barry Allen é meu sósia.-Louis disse e Harry tentou rir mas o frio era maior, então a risada saiu como um tremor.

-Tá com frio?-Louis questionou.-Pega a minha jaqueta, eu to usando suéter.-Louis tirou a jaqueta e estendeu pra Harry.

-Eu não deveria aceitar porque sou muito cavalheiro.

Louis segurou a mão de Harry novamente e voltou a puxá -lo, correndo na mesma velocidade de antes. A chuva passou de uma garoa para uma tempestade em poucos minutos; era tão forte e agressiva que a visão dos meninos ficaram embaçadas e por isso eles não enxergavam nada a frente. A água fria molhava os cabelos de ambos, deixando encharcado e grudado na testa; a blusa de Harry também ficava molhada e grudava no seu peitoral quente. Louis continuava a correr, e Harry não sabia como o maior conseguia enxergar o caminho com a visão embaçada pela água, mas alguma coisa dizia que poderia confiar nele então Harry se concentrou apenas em correr e deixou Louis o guiar.

A volta parecia demorar mais que a ida. As ruas estavam desertas e a cada trovão, Harry ficava com medo de acontecer alguma coisa e estarem sozinhos na rua. Ele começou a ficar cansado de novo, e diminuiu o ritmo sem querer, entre a vontade de parar e acontecer algo, e a necessidade de continuar apesar do cansaço. Louis percebeu e começou a diminuir o ritmo também,  ainda segurando a mão de Harry.

-Vamos lá Harry, falta pouco agora.-Ele diz um pouco ofegante, com os olhos quase fechados por conta da chuva que, além de atrapalhar a visão, deixa seu suéter totalmente encharcado.

Alguns quarteirões a frente, Harry conseguiu reconhecer algumas casas e viu que estavam perto. Louis correu mais um pouco, ainda o puxando e pulando algumas poças de água que se acumulavam pela calçada. A chuva continuava tão forte quanto antes, o céu clarejava algumas vezes por conta dos raios e dos trovões, fazendo ambos se encolherem a cada novo estrondo. Apesar disso, Louis parecia não se importar com o caos e apenas corria.

Correram em direção a porta de entrada quando avistaram a casa de Louis e quando se aproximaram, o menor colocou as mão no bolso e tirou a chave da porta. Ele abriu com uma certa pressa, fechando-a atrás de si. Louis encostou as costas na porta e penou a cabeça pra trás, fechando os olhos, e respirando devagar, com o corpo totalmente molhado, assim como o de Harry, e o cabelo colado na testa; Harry apoiou seu corpo na parede ao lado do menor e Louis fez mesmo, buscando fôlego depois de correr quase uma maratona; Harry passou as mãos pelo cabelo tentando tirar o excesso de água e fez o mesmo com o de Louis. O menor sorriu ainda de olhos fechados em meio a respiração ofegante, por terem conseguido chegar em casa a tempo de evitar uma bronca por parte da Jay ou do Mark, e por terem escapado de algum acidente. Louis abriu os olhos e encarou o rosto do menor como se quisesse checar se ele estava bem também, então Harry sorriu pra ele, com a adrenalina ainda correndo pelo corpo e, mais uma vez, os olhares de ambos se conectaram e foi o suficiente para mante-los num silencio confortável. 

A casa estava totalmente silenciosa e escura, apenas com o som da chuva torrencial e dos trovões e raios do lado de fora, que vez ou outra iluminava a casa. 

-Acho melhor tirarmos a blusa e colocar na lavanderia.-Louis sussurrou olhando ao redor, se certificando de que estavam sozinhos.-Vamos acabar pegando um resfriado.

Começaram a ir em direção a pequena lavanderia, que fica ao lado da cozinha. Louis tirou o seu suéter encharcado e em seguida Harry fez o mesmo, sentindo o alivio quando o pano fino e frio descolou da pele quente por ter feito esforço físico. O maior não conseguiu evitar de olhar para Louis, molhado e sem blusa na sua frente, torcendo a blusa para tirar o excesso de água fazendo com que seus músculos ficassem em evidencia. Apesar de magro, Louis é extremamente bonito e definido; seu cabelo não estava tão molhado quanto antes, porém ainda era possível ver algumas gotas de água pingando pelo seu rosto, e percorrendo todo o seu corpo até a barra da sua calça. A atenção de Harry ficou presa em Louis, quase impossível de desviar, e quando percebeu que estava quase em outra dimensão, ele balançou a cabeça negativamente tentando afastar os pensamentos e começou a torcer a sua blusa, colocando-a na máquina de lavar em seguida. Louis começou a mexer nos botões da máquina para ligá-la e pediu para que Harry pegasse o sabão em cima do armário, porém o menor estava exatamente na frente do mesmo, então Harry precisou passar seu braço por cima da cabeça do menor para conseguir alcançar o que ele queria, mesmo sendo alto. Seus dedos encostaram no sabão, porém ele se desequilibrou ao mesmo tempo e, na tentativa de não cair, apoiou suas mãos ao lado de Louis, que se assustou e se encolheu na parede a sua frente. 

Durante todos aqueles dias, era o momento em que Harry estivera mais próximo de Louis. A lavanderia é minúscula, mal cabendo a máquina de lavar e o armário com alguns produtos de limpeza, então, apesar do frio, o local começou a ficar extremamente quente.  O menor olhou para Harry um pouco assustado e desconfiado, ao vê-lo parado na sua frente com as mãos apoiadas ao lado da sua cabeça, e o corpo tão próximo do dele. Ele desviou seu olhar, e abaixou um pouco a cabeça, tentando fugir da situação; Louis fitou o peitoral de Harry, com os lábios um pouco entreabertos, como se estivesse muito difícil de respirar. Os olhos do maior continuaram olhando pro menor na sua frente, tão forte e ao mesmo tempo parecendo tão frágil, principalmente depois de tudo que Louis havia o contado naquela noite. Harry aproximou o seu corpo um pouco mais pra frente, sem saber ao certo como agir, e Louis apoiou suas mãos pequenas e quentes no peitoral do maior, as respirações se misturavam permitindo que eles sentissem um ao outro. De repente tudo ficou menor, os medos ficaram menores, as frustrações passadas, o ambiente ficou consideravelmente menor. Louis tinha um imã que o puxa para Harry sempre que estão juntos, que acende no menor a vontade de toca-lo, de estabelecer algum tipo de contato. 

Louis sentia seu estomago dando mil voltas por segundo a cada toque de Harry. Sem se importar como as consequências, Harry leva seus dedos até os fios do cabelo liso do menor, que insistem em cair sobre a testa e Louis fechou os olhos ao toque delicado do cacheado. Em seguida Harry deslizou seus dedos pelo rosto de Louis e o menor não conseguia expressar nenhum tipo ação que o fizesse parar. Enquanto de um lado, tudo o puxava para Harry, do outro, algo o dizia pra ficar longe. Eram como imãs, Harry era o positivo, enquanto Louis tinha um lado positivo que o afastava e um negativo que o atraia. Quando a mão do maior chegou ao queixo de Louis, ele o levantou um pouco e aproximou seu rosto. Quanto mais ele se aproximava,mais Louis sentia sua respiração se misturar com a de Harry, mais o coração acelerava e suas mãos suavam; Harry tocou a mão livre de Louis, porém um estalo fez o menor abrir os olhos. E então tudo voltou a tona.

-Desculpa, mas não consigo.-Foi a unica coisa que Louis conseguiu dizer, antes de sair correndo em direção ao seu quarto.

O coração de Louis batia descompassado. A cada pulsada, era como se ele parasse durante dois segundos e voltasse a pulsar de novo, e Louis não sabia se era pela adrenalina de ter corrido tanto, ou adrenalina de ter Harry tão próximo dele. Foi a primeira vez depois de tanto tempo que Louis havia permitido que algum garoto chegasse tão perto, além dos meninos, e o que no começo tinha sido bom, se tornou apavorante logo depois que ele lembrou em como isso tudo aquilo poderia terminar. E Louis não estava disposto a passar por tudo de novo. Não estava disposto a correr riscos, não mais.

N/A: Ta todo mundo bem? hahah pelo visto não vai ser tão fácil pro Harold...