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POV BEATRIZ

Minha garganta fechou. Eu não conseguia respirar, minha cabeça latejava e eu não conseguia enxergar direito. Meus olhos estavam cheios de lágrimas. Eu não conseguia imaginar minha vida sem Nathan, era tudo um espaço em branco. Me apoiei no sofá e continuei inspirando fundo, em busca do oxigênio que começava à faltar. Isso não podia estar acontecendo, Nathan não pode me deixar. Meu rosto rapidamente se enxarcou de lágrimas, quando minha visão se tornou mais plena, comecei a fitar o buquê de rosas vermelhas jogado no chão do apartamento. Idêntico ao de Edu. Meu peito se apertou e eu não conseguia pensar em nada que não fosse em trazê-lo de volta para mim.

- Bea, olha pra mim. - Lari me sacudiu e eu a olhei. - Calma, ele está de cabeça quente.

- Não, não, não Lari! Ele foi embora, ele me deixou! - não conseguia parar de chorar.

- Você precisa se acalmar. - Caíque passou a mão por meus cabelos. - Vem.

Fui guiada até o sofá, Caíque e Lari se sentaram na mesa de centro me olhando como se eu fosse um ET. Mal parecia verdade. Não deveria ser eterno?

- De quem é essa jaqueta? - Caíque perguntou.

- É minha. - ouvi a voz de Edu se aproximar. - Desculpe, não queria que isso tivesse acontecido isso.

- Quem é você? - Caíque franziu o cenho.

- Me chamo Edu, sou amigo da Bea, prazer. - ele estendeu a mão.

- Hum. - Caíque deu de ombros.

- Caíque! - Lari o repreendeu e deu um tapa em seu braço.

- Não sou obrigado. - revirou os olhos. - Então, cara, é melhor você vazar daqui. Já arrumou confusão demais.

- É, você tem razão. - Edu pegou sua jaqueta. - Tchau Bea, qualquer coisa, sabe onde me encontrar. - ele deu um beijo em minha testa.

- Tudo bem. - sorri fraco.

- Tchau gente. - acenou para Lari e Caíque, apenas Lari correspondeu.

- Caíque, você é muito mal-educado. - Lari empurrou ele de leve.

- Não sou obrigado a falar com ninguém, eu hein. - argumentou.

- Gente, eu vou ficar lá no meu quarto ok? Preciso ficar sozinha. - sorri de lado.

- Ok, qualquer coisa eu tô aqui. - Lari sorriu e segurou minha mão.

- Obrigada. - levantei e segui para o quarto.

. . .

-UMA SEMANA DEPOIS-

Finalmente eu consegui parar de chorar, meus olhos já doíam de tão inchados. Não aguentava mais aquilo. Mas, por um lado, eu não tive tanta culpa assim. Nathan não confiou em mim, nem mesmo quis me ouvir. Acreditou em coisas que ele mesmo criou em sua cabeça, ignorou todo o nosso amor, tudo o que passamos juntos. A culpa do nosso término é inteiramente dele.

Eu mal dormi durante essas noites, hoje não comi nada. Estou sem fome, sem sono, sem ânimo, sem amor. Nathy e Lari vieram várias vezes no meu quarto ver se eu precisava de algo ou queria companhia. Apesar de eu dizer um milhão de vezes que tudo o que eu queria era ficar sozinha. Eu realmente amo essas garotas, são minhas melhores amigas, pra sempre.

Me levantei, tirei a fronha manchada do travesseiro e joguei no cesto de roupas do banheiro. Abri a torneira, fiz uma concha com as mãos, a enchi de água e joguei no rosto. Precisava acabar de vez com aquilo. Ele quis assim não é? Sequei o rosto e prendi meu cabelo em um rabo-de-cavalo. Me despi e entrei embaixo da água morna que caía do chuveiro. Era relaxante, era bom. Mas não era tão bom quanto estar nos braços de Nathan, quanto sentir seu cheiro, quanto o beijar, quanto o abraçar, quanto sentir seus carinhos.

Nathan é único.

Sai do banho após uns vinte minutos, vesti uma roupa confortável e o meu celular começou à tocar em cima da escrivaninha. Corri até o mesmo, poderia ser Nathan e o meu coração acelerou com essa possibilidade. Peguei o aparelho e fiquei ainda mais nervosa ao ver o nome que estava escrito na tela: Johnny. Fazia um bom tempo que eu não falava com ele, na verdade, não nos falamos mais desde que terminamos. Atendi.

- Oi. - disse.

- Oi. Nossa... como é bom ouvir sua voz. - ele riu fraco. - Faz muito tempo que não nos falamos e eu...

- ... você? - o incentivei a falar.

- Fiquei sabendo que você e o Nathan terminaram. - suspirei. - Queria saber como você está.

- Como você sabe disso? - franzi o cenho.

- Ele disse no snap, estão todos falando sobre isso na internet. Não viu?

Eu mal tenho tocado em meus aparelhos eletrônicos esses dias.

- Não. - confessei. - Não estou com cabeça pra isso.

- Imagino. - ele disse calmo. - Será que a gente pode se ver? Eu queria sua companhia, e... acho que talvez seja bom para você também. Estou no mesmo ap.

- Johnny, eu não acho que seja uma boa ide...

- ...por favor? - ele pediu.

Seus Detalhes (2) CANCELADAOnde histórias criam vida. Descubra agora