2.1 - parte 1

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Duas semanas depois...

POV BEATRIZ

Durante essas duas semanas, eu não vi Nathan em nenhum dia. Fui até o apartamento dele diversas vezes, liguei, deixei recado, mensagem, pedi para o porteiro avisar caso o visse, fiz de tudo. Mas ele nunca estava lá. Não sabia se era culpa minha, se eu tinha feito algo ou coisa parecida. Preferia acreditar que ele havia sido assaltado e que estava trabalhando tanto que não tinha tempo para me avisar.

As redes sociais dele estavam intactas. Nenhuma foto, nenhum post, nenhum snap. Nathan estava tão sumido que parecia morto.

Será que ele morreu?

Acordei naquela manhã que um maldito lembrete.

Meu aniversário”

Era o nome dele. Odiava tanto essa data que sempre me esquecia, achava estranho as pessoas ficarem me dando parabéns e só depois me lembrava que dia era.

Eu iria completar ridículos e longos vinte e dois anos, então, parabéns para mim.

Era quinze de novembro, e logo começaria a chuva de mensagens e ligações. Sentia vontade de evaporar, sumir, desaparecer como Nathan.

Me levantei da cama, tomei um banho, vesti uma roupa bonitinha porque a qualquer momento pode aparecer uma visita e eu não quero estar parecendo o Chuck. Segui para a cozinha e comecei a preparar meu café da manhã.

O apartamento estava tão silenciosos que me dava medo. Assim que a mesa estava pronta, segui até o quarto de Nathy e bati na porta, a achei diversas vezes e nada. Fiz o mesmo no quarto de Lari, e obtive o mesmo resultado.

Vai saber o que essas duas estão aprontando.

Voltei para a cozinha e me sentei na mesa, tomando meu café da manhã de aniversário sozinha.

POV NATHAN

Fazia duas semanas que eu não a via, confesso que estava morrendo de saudades. Um segundo longe dela era muito, catorze dias eram quase insuportáveis. Não sei como resisti. Mas não podia deixar ela desconfiar. Tudo tinha que estar perfeitamente escondido, mesmo que ela fosse me odiar depois.

Aquele dia tinha que ser perfeito. Estava quase tudo pronto, só faltavam alguns ajustes necessários para que parte do suporte não caísse, como caiu na cabeça de Caíque quando ele tentou consertar.

Nunca estive tão certo e tão nervoso ao mesmo tempo.

- É melhor você ir lá, Nathan. - Paulo sugeriu, se sentando ao meu lado no banco. - Sei lá, dar feliz aniversário à ela ou algo assim. Ela vai ficar furiosa.

- Não, relaxa. - sorri de lado e dei de ombros. - Está tudo sobre controle.

- Tem certeza? - ele apontou para o celular em minha mão, que tocava.

Era ela.

- Não vai atender? - ele sorriu de lado. - Você está ignorando ela há duas semanas, deve ter achado que você morreu.

- Tem razão, eu vou atender. - delizei o dedo pela tela, sem saber que estava assinando minha certidão de óbito.

- Mas que porra você estava fazendo que não podia me atender? - ela gritava. - Você ficou louco? Duas semanas, Nathan! Du-as se-ma-nas! - ela fez questão de dizer pausadamente.

- Oi para você também. - eu adorava quando ela ficava brava.

Ficava imaginando como ela devia estar ainda mais linda agora, com os olhos arregalados, as mãos tremendo e as bochechas vermelhas.

- Vai tomar no seu cú. - apitos foram ouvidos.

- Bea? - tirei o celular do ouvido e olhei a tela.

Ela havia desligado na minha cara.

Seus Detalhes (2) CANCELADAOnde histórias criam vida. Descubra agora