Capítulo 4 - Segredos.

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O calor de seu corpo estava amenizando meu choro e por mais incrível que pareça, está me tranquilizando. Como este homem faz isso comigo? Faz-me chorar e logo depois me tranquiliza? Ele não fala nada, o que me deixa ainda mais tranquilo. Meu corpo parece tão leve, o corpo dele está tão perto e aquecendo o me com seu calor aconchegante é febril. Até parece que estou... É de fato. Estou em seus braços fortes, sendo levado de volta à balcão da cozinha.
Parece a dona Maju está em algum cômodo da sala. Ela preparou a janta. Ótimo com essa agitação toda nem comi algo hoje. Estou morrendo de fome. Carlos me põe sentado na cadeira em frente ao prato farto(para minha pessoa). Frango, arroz feijão, salada. Nossa, parece delicioso! Não espero por cerimônias e ataco com o garfo e faca em mãos.
Ainda tenho que fazer as perguntas pra ele. Quem é Jorge? E o que aqueles dois caras estavam falando? Algo sobre vingança. Mas contra meu pai? Ele já está morto!

- Não está com fome Guto? - ergo os meus olhos para aquele homem de olhar preocupado para min.

- N-não... - respiro fundo baixando minha cabeça e olhando o meu prato. - Estou com fome sim Cadu. Mas sobre o que os homens que estavam me perseguindo falaram. Quem é Jorge?

- Jorge? - ele disfarça a voz alarmada de raiva. Ele conhece! Eu sei disso.

Finjo não ter ouvido e me acalmo, cortando um pedaço da coxa do frango e o pondo em minha boca. Saboreando-a com o arroz e o feijão. Dando um pequeno silêncio entre nossa conversa que não estava começando bem. Nossa! Isso está delicioso!

- Estou ciente de que você sabe de algo. E não quer me contar. - digo enfiando mais um pouco de comida em minha boca.

- Cê você estão tão ciente disso, por que não fecha boca e não termine sua janta? - sua raiva era bem palpável, mesmo sua voz tendo saído assim: suave em um tom amargo.

Ele não quer discutir isso na mesa. E eu não posso perder essa oportunidade. Única oportunidade! Relação minhas mãos que precionava a faca com força, e volto a olhar para ele. Ele era tão admirável, ainda mais com raiva. Um ser humano perfeito... "Concentre-se!", minha consciência me tira de meu transe. Tenho que me concentrar...

- Bem... Eu...

- Não é da sua conta. - eu o vejo suspirar exasperado.

Quem esse merda pensa que é pra falar assim comigo?! Ele olha pra mim como se estivesse feito algo errado.

- Não adiante me olhar de cara feia. Isso não tem nada haver contigo.

- E desde quando isso não tem haver comigo? Quase morri está manhã! E você diz que não tem nada haver comigo! - minha voz sai tão branda que esperava, ecoando o tom de minha raiva pela sala inteira.

Meu corpo é inundado por um arrepio intenso só de sentir os seus olhos flamejantes de fúria sobre mim, a raiva palpável, e a tensão no ar que ele tem sobre mim. Merda! Isso não poderia ser pior? "Cansei". Levanto-me.

- Pare de drama Guto! E você pensa que está indo aonde? - ouço o pé da cadeira arranhar o chão.

- Pra minha casa. - digo, seco virando-me e saio batendo meu pé com força em direção ao quarto pronto para pegar as minhas roupas. Sei que não deve está limpa, mas vou usá-las assim mesmo até chegar em casa.

- Você não vai! - ele ruge atrás de mim e parece que ele avançado mais rápido com seus poucos passos.

Viro-me pra ele no meio do corredor, o encarando a uns 2 metros de mim. Frente a frente. Cerrando o cenho pra ele saber o quanta raiva estou sentindo.

- E o que você vai fazer? Me prender aqui?

- Se for necessário... - sua voz ameaçadora me faz recuar lentamente. Assustando.

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