Capítulo 18 - O plano

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 Está tudo calmo... Calmo por demais para o meu gosto. Aprendi nesses últimos dias que não devo relaxar perante as adversidades. Mas pelo contrário, devo está mais alerta. A ansiedade corrói meu corpo gradualmente até que sou me desperto por completo. Estou dentro do meu campo de segurança, nos braços do homem que amo e que me prometeu que cuidaria de mim. Bem... também devo cuidar dele. Hesitante, aos pouco vou me saindo de seus braços, o tempo estava frio hoje. Eu não sei qual é o dia ou mês que estou. Faz tanto tempo que estou preso neste mundo. Esgueirando-me pelas sombras da casa, percebo que há pouco feixes de luz do dia penetrando a casa. Ao que parece deve ser 10h e alguns minutos. O Sol ainda não estava perpendicular no céu. Aproximo-me mais das janelas, parece que o meu mar de rosas alguma hora iria se tornar um mar de espinhos logo logo. Tenho que aproveitar para sairmos logo.  Voltando para o corpulento jogado ao chão, admiro-o como dorme tranquilamente. Seu rosto se enrugou parecendo que havia perdido algo a poucos segundo. Seu corpo suando e ele se remexia, até que finalmente seus olhos abriram arregalados e por algum momento assustador estavam a procura de alguma coisa. Somente suavizaram quando suas mãos me tocara, puxando-me para eles e finalmente estou de volta em seu braços quentes. Ri, mas um riso bobo de felicidade. Meus braços envolveram-no também, acalmando seu terror que parecia ter crescido e logo dissipado. 

- Graças Deus você está aqui. - disse ele, parece que ia ter um ataque do miocárdio se não estivesse por aqui.

- Calma, - minhas mãos subiram até tocar seu rosto, tranquilizando-o. - eu não irei a lugar algum sem você.

 Seu sorriso foi o que mais derreteu meu coração. sedutor, sexy, relaxado, presunçoso e imprevisível. Assim podia ser denominado o sorriso deste homem que se iguala a de uma criança. Ergo-me tentando puxa-lo, mas ele estava sentado, morgado, querendo dormir mais um pouco. Não posso arriscar tudo e ele sabe muito bem disso. 

- Temos que sair daqui rápido! - digo, puxando-o mais uma vez. Quando vejo que eu não consigo eu paro batendo o pé furioso em sua frente.

- E vamos para onde? - ele indagou, até parece que já havia pensado em tudo. - E como iremos? A pé? Você é louco. 

 Seu olhar era intimidador, então dei um passo para trás encarando-o. Eu sei que ele tem razão mas não podemos sair sem qualquer tipo de veiculo para nos transportar. Apesar que é bastante longe para irmos.

- É melhor que ficarmos aqui e esperarmos que os capangas de Jorge nos encontrem. - retruco, dando de ombros.- Já que não me encontraram pela madrugada, provavelmente eles irão vir com mais reforços. Devem está fazendo isso agora mesmo.

 Seu semblante mudo, de brincalhão foi totalmente para um empresário sério e frio. Como ele consegue fazer isso em poucos segundos? Ele estava casado por demais. Não era algo que eu precisaria me preocupar. Mas estava com seu celular em mão. Com seus dedos voando sobre as teclas, ele ligou para alguém.

- Sim... Isso... A situação pode piorar. - Seu tom dominador autoritário está de volta. É excitante. - Eu quero um carro aqui antes do meio dia... Não me interessa como vai fazer. Só o faça. 

 A sua irritação era bem palpável. Algo que eu já vi algumas vezes acontecer, até mesmo comigo. Descontrolado como um animal. O que posso fazer é ficar do lado dele, e é o que faço. Achego-me por trás dele, envolvendo meus braços ao redor do tronco dele e o abraçando com força. Seu corpo parece que relaxava a cada segundo que estamos assim. 

- O Bernardo vai chegar daqui a pouco para nos buscar. - Então ele ligou para ele?

- Você não está sendo muito duro com ele? - sussurrei inalando seu cheiro, e cada vez meu rosto afundava em sua pele rígida por músculos.

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