O Perseguidor

Capítulo 22 - Passeio de barco

 Estou tão estressado que parece que toda a tripulação já sentiu e não querem chegar perto de mim. O clima até ficou pesado. Que seja, eu não me importo. Estou deste jeito por culpa daquele imbecil, arrogante do Sr. eu-faço-o-que-quero-quando-eu-quero, Cadu.

 Respiro fundo, exasperado. Ele não tem nenhum direito de falar sobre nossa intimidade. Mais minha do que dele. O barco não é muito grande, até porque em quase 3 horas já dei 30 voltas na proa desse barco, e só estava andando bem lento. Falando em barco, eu não percebi como realmente o barco é na parte de dentro. Já que na parte exterior é feito a madeira envernizada, pintada de azul e branco com alguns pneus pendurados nele. É bem velhinho o barco. O negócio é saber se estamos seguros até lá. Meus olhos curiosos rodearam o barco por inteiro. A cada passo meu parecia que o barco iria quebrar de tanto ranger. Isso realmente era de dar medo. O barco tem 3 andares: a parte debaixo, onde parecia ser os dormitórios da tripulação. Muitas redes com travesseiros em cada uma delas. Mas que cheiro é esse? Recolho meu nariz para a saída mais próxima dali, tampando meu nariz com uma das mãos para mão me sufocar com esse cheiro. Tinha um cheiro muito estranho como se fosse uma mistura de peixe com suor. 

- Ah! Você de novo! - a voz veio de cima das escadas que dava diretamente para a proa. Era o marinheiro que nos salvou... Qual é o nome dele mesmo? - Você está bem?

- Estou sim, obrigado. - digo tentando segurar minha respiração com um sorriso falso. - Você está descendo? Estou te atrapalhando? Desculpa... - Sei que posso ter sido um pouco abrupto em não deixar ele responder as perguntas e sair atropelando ele até que estivesse na proa já. Estava sufocando. Consegui respirar novamente aquele ar limpo e natural sem algum tipo de poluição.  Somente o ar puro. 

- Desculpa. É que nós estamos há alguns dias sem lavar nossas roupas. - ele diz com um sorriso divertido na boca. - Estamos á uns 5 dias embarcados e estamos voltando hoje para casa. Você acaba se acostumando. 

Ah, sim... Que legal. Mas espera ai... 5 dias de embarcados? Então quanto tempo de viajem eles fizeram? Antes que eu pudesse perguntar, ele  já desapareceu lá para baixo. E eu que não vou lá mesmo. Nem pude agradecer, nem perguntar seu nome. Sinto-me péssimo por isso. 

- Está tudo bem garoto? - uma voz atrás de mim me pegou de surpresa, o que dar um pulo pra frente. JORGE!

Garoto? Ah!  Viro-me, com meu rosto pálido, mas rapidamente fico surpreso. É o velho de hoje de manhã que me cumprimentou quando embarquei. Eu ainda nem me desculpei. Sinto meu rosto pegar uma cor avermelhada da vergonha. Ele parece parece ter trocado de roupas pelo que vejo. Seus cabelos grisalhos cortados curtos como militar dava uma aparência um pouco mais maduro do que eu pensava.  Seu rosto estaca um pouco enrugado e com marcas de expressão. Ele tinha mais ou menos 1,75m de altura. Suas roupas estavam um pouco surradas, uma camisa velha listrada, uma calça marrom e um sapato preto. É bem fora do comum. Ele parecia está mais confortável do que hoje pela manhã.

- Senhor... -  tusso, tentando esconder minha vergonha. - sinto muito pela arrogância que fiz com o senhor hoje pela manhã. Não foi minha intenção, e fui muito mal educado.

- Está tudo bem garoto. - a sua mãos direita era grossa, dava para sentir depois de pousar em meu ombro. - Seu companheiro falou o que havia acontecido. É bom falar com ele. Ele está preocupado contigo, pensando que você tinha pulado e fugido dele de novo.

Essa era minha intenção há algumas horas atrás. 

- Sim, senhor! - digo respeitosamente. - Mas no momento não quero falar com ele. Ainda não me acalmei por completo. Se eu o encontrar vou querer voar em cima da garganta dele.

- Uau! - eu não entendo se ele está surpreso ou se divertindo com o que eu falei. - Você é mesmo estressado, garoto.

- Ele que fez isso comigo...