Capítulo 7 - A luz ao fim do túnel

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 Aqui está tão escuro... e frio... O breu tragou toda a minha visão. Será que eu morri? Meus olhos se enchem de lágrimas, e meu desespero sobre a cabeça. Eu realmente morri? Não quero saber da resposta agora. Alguém deve ter me sequestrado. Meu corpo se mexe, mas... involuntariamente. Estou saindo de algum compartimento. Minhas mãos acham uma maçaneta e estou de volta ao meu mundo. Normal. Um tempo chuvoso entre, frio e denso. Está muito frio, e eu só estou usando a mesma blusa e a cueca desde ontem a noite. Um garoto da mesma estatura que a minha, usando um casaco grosso bege, calça Skynni escura e as botas pretas de couro. Ele parecia está com frio e um pouco irritado. Eu tento me aproximar, mas parece que ele nem ouvia meus passos. Éramos só nos dois. Estávamos sozinhos ali naquela rua.

— Ei! Rapaz! Com sua licença! — parece que ele não consegue me ouvir, ou está se fazendo de surdo.

 Espere um pouco... Essa rua... é muito familiar. Esse tempo... Sim! Eu me lembro. Foi o dia em que...

— Aí meu Deus! — consigo ouvir aquela voz, daquele garoto horrorizado, ouvindo vozes raivosas vindo de todas as partes. É a mesma que a minha!

 Consigo chegar a tempo ao lado dele, e vejo aquela mesma cena se repetir novamente. Aquele garoto era EU! Levo minha mão tentando impedir que ele vá ao encontro daquele ser caído ao chão. Mas minha mão passa pelo corpo dele, como se eu fosse apenas um fantasma vagando em minhas próprias memórias. Eu vejo o, andar com seus passos apressados até o corpo caído no chão. Parece um flashback.
 Tudo se apaga novamente. Estou em meio ao breu novamente. Onde estou? O que é isso? E... de onde aquela porta apareceu? E como? Esse piso... esses moveis. Estou entrando aos poucos em casa. Aquele corpo está de volta, estendido no chão. Passos apressados ecoam, e a minha voz aparece novamente. Eu lembro disso. De como eu tratei aquele idiota. Mas acho que ele estava fingindo está desmaiado o tempo todo. Forçou-me a transar com ele naquele dia!

— Foi isso mesmo que aconteceu? — essa voz é minha voz. Mas eu não abri minha boca.

 Eu viro o meu corpo, olhando para todas as partes da minha casa. Uau! Agora posso mexer meu corpo.  Ergo uma de minhas mãos, as mexendo lentamente, tendo o meu controle total sobre meu corpo de volta. Graças a Deus!

— Que bom que pode se mexer novamente, Augusto. — a voz está mais de volta, e posso sentir seu sorriso irônico. Até aprece que ele está me espreitando de algum lugar dessa casa.

—  Quem é você? — meu olhos  assustados, voltam para o local onde deveria está o meu corpo.  Mas desapareceram! — E onde eu estou?

 Eu não recebo nenhuma resposta por algum tempo, até eu começar a andar com minhas pernas tremendo de medo, e sei que o pavor está pairando sobre o meu rosto.

—  Não precisa sentir medo. — viro meu corpo por instinto. Vendo um reflexo meu em frente a mim. — Apesar de eu ser o seu próprio medo.

 Estou em estado de choque, em frente ao meu reflexo observando ele rir de mim. Uma risada fria e com gosto, eu o vejo com a mesma roupa que aquele garoto a alguns segundos atrás. Ele dá um passo em minha direção, ficando bem próximo e sinto sua mão. As mãos dele estão quentes, seu toque é tão familiar.  Acariciando o meu rosto. Logo tudo se torna frio tão frio quando tira sua mão. Parecia um toque tão mágico.

— Q-quem é você?— droga! Minha voz sai falhada, sei que meu medo acabou de sair em minha voz.

— Ah! Desculpa-me, fui mal educado da minha parte. — eu não sei porque, mas o alarme de meu corpo é acionado, e meu medo é maior e apavorante. — Sou sua morte.

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