Lillith chegou em casa com um sorriso no rosto. Lembrara da reação de Johnny ao vê-la mexer no cabelo. "Ainda existem garotos assim?" pensou e mais uma vez sorriu.
Se jogou no sofá de forma preguiçosa e verificou se não tinha alguma mensagem em seu tablet. Como nas vezes anteriores, nenhuma havia chegado.- Filha, o seu amigo está aqui. - Disse Feliciana.
- Oi Lillith. - Matthew estava tímido - Podemos conversar.
- Podemos sim. Vamos até o meu quarto.
- Porta aberta, por favor. - advertiu Feliciana.
- Mãe!
Ao chegar no quarto, Matthew se sentou no pé da cama. Lillith fechou a porta e sentou ao lado do novo amigo.
- Preciso da sua ajuda.
- Em que posso ajudar, Matthew? - Lillith sorriu simpática.
- Quero melhorar a minha aparência, mas não sei por onde começar.
- Não está fazendo isso pela Alyson, está? - Lillith o encarou e o garoto corou.
- Estou fazendo por mim. Quero me sentir bem. - concluiu.
- Tudo bem. Olha, vou á biblioteca hoje, então que tal resolvermos isso no sábado? Terá uma festa na casa do Elliot e é o momento perfeito para isso. - Lillith sugeriu.
- Eu não vou á festa desse cara.
- Se você quer conquistar a Alyson, vai ter que seguir passo a passo do meu plano.
- E qual é o plano? - Matthew parecia estar preocupado com o que estaria por vir.
- O primeiro passo é dar um tapa no visual. - A garoto riu e Matthew concordou.
Mais tarde, Lillith pegou um ônibus que a deixou perto da biblioteca de Bodleiana. O dia estava um pouco nublado, com alguns raios de sol cortando as nuvens. Sentia falta do calor do Brasil, do clima, do ânimo das pessoas.
- Fechamos daqui a meia hora pessoal. - gritou um guarda que estava na entrada do local.
Lillith se apressou e entrou. Ficou admirada com o tamanho da biblioteca, sentiu vontade de colocar todos os livros em um caminhão e levar para a sua casa. Estava a olhar os livros de uma fileira quando percebeu que alguém do outro lado a observava. Os olhos a seguiam a medida que seus pés se moviam. Ao chegar no fim do corredor, ficou frente a frente com o garoto estranho da classe.
- Johnny! O que faz aqui? - Lillith perguntou recuperando o fôlego.
- O mesmo que você.
- Mas você disse que...
- Você faz perguntas demais garota. - Johnny sorriu.
- É melhor observarmos bem o lugar, logo estarão fechando. - Disse Lillith olhando para o relógio.
- Quero te mostrar um lugar secreto.
Andaram por entre as prateleiras até que chegaram em um corredor. Atravessaram discretamente para que o guarda não os vissem e os e expulssassem. Johnny mostrou uma porta atrás de uma persiana e ambos entraram por ela. Ao acender a luz, Lillith ficou maravilhada. Era um lugar confortável, não havia mesas ou cadeiras. Havia apenas almofadas por todos os lados e prateleiras com livros raros. Um paraíso.
- Nossa! Como descobriu este lugar? - a garota perguntou boquiaberta.
- Minha avó ja trabalhou aqui. Sempre me trazia quando criança, pois minha mãe trabalhava muito.
- Deve ter tido uma infância muito boa. - Lillith sorriu.
- Vamos mudar de assunto. - Lillith assentiu. - Prefiro que não coloque esse pequeno paraíso no nosso trabalho. - Johnny sorriu - Vamos deixar apenas entre a gente.
- E por que me contou?
- Por que você parece ser normal. Só eu acho que aquela Universidade parece aquele hospício do American Horror Story?
- Não acho. O hospício do American Horror Story tinha pessoas menos malucas. - Lillith riu ao lembrar da Kristen gritando com todo mundo. - Talvez devessem internar algumas pessoas. - fez aspas no ar com os dedos.
- Acho melhor irmos andando, já deve estar na hora de... - Johnny olhou no relógio e se assustou quando viu a hora. - Lillith, corre!
Os dois correram pelos corredores estreitos da biblioteca e depois de alguns minutos conseguiram chegar na entrada principal.
- Ai meu Deus, só pode ser brincadeira. - Disse Lillith ofegante, olhando para a porta que estava trancada.
- Não é brincadeira. Estamos realmente trancados.
- A culpa é sua. Não devíamos ter ido la. - Lillith fez careta, tirando Johnny do sério.
- Culpa minha? Você foi porque quis, não me lembro de ter te arrastado.
Lillith revirou a bolsa á procura do celular mas não o encontrou. Colocou as mãos no bolso e percebeu que havia esquecido em casa.
- Por favor, diga que está com o seu celular.
- Não uso celular. - Johnny estava calmo, e isso irritava Lillith.
- Como assim? Não tem um celular em pleno século XXI ?
- Olha aqui garota - Johnny segurou os seus braços - Estou tão preso quanto você, agora baixa essa bola.
Lillith o olhou com desdém e saiu batendo o pé. Tentou procurar algum telefone, mas toda noite a energia era desligada, o que não os ajudou muito, pois estavam perdidos no escuro.
- Para de andar pra la e pra cá Lillith, está me dando nos nervos.
- Tem alguma ideia melhor? - A garota o encarou.
- Tenho. Vamos tentar achar a sala secreta. - Lillith revirou os olhos e deu de ombros.
Andaram devagar pelos corredores, alisando as paredes á procura de alguma persiana com uma porta atrás. Fizeram isso por um bom tempo até que entraram por uma porta que encontraram.
- Que lugar é esse? - Perguntou Lillith, quando de repente ambos saíram rolando escada abaixo. - Aii.
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As aventuras de Lillith & Ally
RomanceO que você faria se da noite pro dia tivesse que se mudar para um país muito diferente do seu? Esse foi o caso de Lillith, uma garota simples e inteligente, que morava em Brasília e por obra do destino teve que se mudar para a Inglaterra, para que...