As aventuras de Lillith & Ally

Capítulo 12 - A festa e suas surpresas part. 3

- Espero que a Alyson tenha ficado bem. - Lillith murmurou, pousando a cabeça no colo do rapaz. - O Matthew foi muito corajoso ao dar uma surra no Elliot.

- Ele só estava protegendo ela. - disse Johnny. - Ainda está muito cedo, por que não saímos dessa festa chata e vamos dar uma volta?

- Tem algo em mente?

- Sim.

    Johnny puxou a mão da Lillith e a guiou pelas ruas vazias de Oxford. Ambos riam e conversavam enquanto caminhavam. Lillith parecia animada, aquilo significava que Felipe era apenas uma lembrança do Brasil.
     Pararam em frente a uma propriedade abandonada. O local era cercado por um murinho, outra parte por arames farpados. Adentraram cautelosos e deram uma olhado ao redor, para se certificarem de que ninguém havia os visto.

- Que lugar é esse? - Lillith perguntou curiosa. - É assustador.

- É um antigo manicômio. - Johnny sorriu -Estão querendo derrubar esse lugar para construír um shopping.

- Uma pena. Esse lugar Seria um ótimo ponto turístico.

- Vem, quero te mostrar algo no quinto andar. - Johnny puxou a mão de Lillith e juntos subiram as escadas. A garota já estava sem fôlego, reclamava a cada degrau que subiam. Johnny não parava de rir.

- Chegamos. - Johnny abriu a primeira porta do corredor, e puxou Lillith para dentro. Caminharam em direção a janela e ficaram maravilhado com a vista para a cidade.

- Há muito tempo não venho aqui. - Johnny encarou o céu. - É como se fosse a primeira vez que vejo o céu e a cidade por esta janela.

- Costumava vir aqui? - Lillith perguntou, ainda admirando a paisagem. Johnny a abraçou por trás.

- Sim. Todos os dias desde que completei onze anos. - sua expressão era séria.

- E como descobriu esse lugar?

- Certo dia estava voltando da escola - Johnny fez uma pausa. - Era costume da minha mãe ir me buscar, mas nesse dia por algum motivo ela não apareceu. Então pela primeira vez, andei sozinho pela cidade. Andei, andei e depois de algum tempo, percebi que estava perdido. - Johnny suspirou pesaroso e continuou - Estava na beira da estrada quando avistei esse lugar. No início senti medo, mas depois de olhar todo o lugar, percebi que me sentia confortável e terrivelmente atraído pela calmaria. Foi então que cheguei nesse andar, exatamente nesse quarto e olhei pela janela, assim como estamos olhando agora. Vi toda a cidade daqui de cima, inclusive a minha casa. Corri, sem mudar a direção. Apenas com o mapa na minha cabeça. - seu tom de voz enfraqueceu. - Foi quando encontrei a minha mãe caída perto da cama na qual dormia.

- Ela estava... - perguntou Lillith e Johnny assentiu. -Sinto muito.

- Desde então, sempre venho pra cá. - Johnny a apertou em seus braços e ficaram em silêncio por um tempo.

- Gostaria de vir aqui mais vezes com você. - Lillith beijou a sua testa.

- Sinto que você é especial. Na verdade é a primeira garota que sabe algo da minha vida.

- E você é o primeiro garoto que me faz sentir coisas estranhas.  - Lillith o beijou.

     Johnny a pegou no colo e colocou em cima de uma cama velha. Deitou-se por cima dela e a beijou carinhosamente. Ambos estavam sincronizados, dois corações quebrados, unidos pelo desejo.

     Se assustaram ao ver que o relógio marcava duas da manhã, se apressaram e correram pelas ruas como dois adolescentes. Johnny levou Lillith até a sua casa. Deu um beijo demorado e se despediu quando a porta se abriu. Era perceptível a cara de espanto que a garota expressava.

- O que faz aqui? - Lillith perguntou espantada.

- Planejei isso o mês todo e aqui estou eu. Não está com saudades? - Felipe a beijou na frente de Johnny. O rapaz ficou imóvel por alguns segundos, deu uma última olhada para a Lillith e saiu decepcionado.

- Felipe, como pode chegar assim depois de me ignoram todo esse tempo? - Lillith estava furiosa.

- Era uma surpresa. Avisei para a sua mãe. - Felipe sorriu.

- O que? A minha mae sabia?

- Ei, quem era aquele rapaz? - Felipe perguntou cruzando os braços.

- Era o... um amigo. - no fundo sabia que era bem mais que isso.