Capítulo 9 - Desventuras em série part.2

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- Lillith você está bem? - Johnny perguntou preocupado.

- Estou. Eu só bati a cabeça.

- Vem, deixa eu te ajudar a levantar. - Johnny a levantou e antes que pudesse ficar de pé, Lillith deu uma cambaleada para trás. O garoto apoiou a mão em suas costas e a guiou para o canto da parede. - Fica quietinha aqui. Vou ver se acho alguma coisa para você apoiar a cabeça.

- Johnny não precisa, estou bem. - Lillith o encarou - De verdade.

- Tem certeza? - insistiu.

- Tenho.

   Johnny deu uma olhada pelo local e achou uma espécie de fogão a lenha. Ao examinar bem, achou o que deveria ser um armário na parede, abriu e tocou os objetos que estavam la dentro, ja que não podia ver nada. Para a sua sorte, achou velas e fósforo.
  Acendeu três delas e colocou em cima de um murinho, que dividia o lugar em duas partes.

- Isso é um depósito? - Lillith perguntou.

- Acho que armazenam comida aqui.

- Nossa, isso é ótimo. Estou faminta. - Lillith acariciou a barriga.

- Pega! - Johnny lançou um pequeno pacote, que continua um bolinho com geleia de framboesa. Assim que pegou um bolinho para si, sentou-se ao lado de Lillith. - Hey, desculpa por ter gritado com você.

- Tudo bem - Lillith sorriu - Fui desagradável quando disse que você era o culpado por estarmos aqui. A sala secreta foi a melhor parte desse dia.

- Como não pensei nisso. - Johnny se levantou e pegou duas velas. - Vamos para a sala secreta-não-secreta.

     Os dois subiram as escadas e iluminaram o local com as velas. O lugar parecia mais sombrio a noite. Lillith se assustava toda vez que tropeçava em algo, fazendo Johnny rir. Finalmente acharam a sala que continha a persiana. A afastaram e abriram a porta.

- Finalmente. - bufou Lillith - Achei que nunca chegaríamos aqui.

- Que drama. Não andamos tanto assim. - Johnny revirou os olhos e jogou uma almofada para a garota. - Melhor dormimos logo, temos que acordar cedo.

- Você está certo. - Lillith deitou próximo a parede. Johnny se aproximou e deitou ao seu lado, um pouco afastado. Colocou as mãos atrás da cabeça e suspirou cansado. - Johnny?

- O que foi? - disse a encarando.

- Esqueceu de apagar as velas.

- Ah, claro. - Johnny se levantou e caminhou em direção a escrivaninha. Soprou as velas e tentou voltar para a lugar onde estava deitado. - Lillith, fala algo? Não consigo ver nada.

- Segue a minha voz. - Lillith começou a cantarolar uma música do Journey, quando Johnny tropeçou em seus pés e caiu em cima da garota. Ficaram um tempo naquela posição desconfortável. Ambos sentiam a respiração do outro. Johnny se aproximou do ouvido da Lillith e sussurou "você canta muito mal" , mesma riu e o empurrou para o lado.

- Como assim canto mal? Only the young  é um clássico, em qualquer voz a música soa como o hino americano. - retrucou Lillith, sentando de frente para Johnny.

   Johnny sorriu e aos poucos se aproximou de Lillith. Colocou uma mecha de cabelos atrás da orelha da garota e ia beija-la quando Lillith se afastou.

- Não posso, desculpa. E-eu...

- Você tem namorado? - Johnny perguntou, sentindo-se culpado. Lillith ficou em silêncio por algum tempo. - Acho melhor irmos dormir, está tarde. - dessa vez estava ríspido. Deitou-se de costas para ela.

    Lillith por um momento pensou em Felipe. Pensou em todas as promessas que fizeram durante três anos. Mas tinha que se acostumar com a ideia de que estavam longe um do outro, que talvez Felipe estivesse com outra pessoa e por esse motivo não respondia aos seus e-mails.
    Deitou-se ao lado de Johnny envolvendo o seu braço na cintura do rapaz. Ainda de costas para ela, Johnny apertou a sua mão.

- Johnny?

- Hum.

- Estou querendo beijar você, mas se ficar de costas vou acabar dormindo. - Disse Lillith, fazendo Johnny sorrir.

- Posso te contar um segredo?

- Pode sim.

    O rapaz se virou, ficando frente a frente com Lillith. Continuou segurando a sua mão e se aproximou mais.

- Você não canta mal. - E a beijou levemente. Ambos sentiram uma coisa diferente. O fato de estarem presos naquela biblioteca pública não era coincidência e sim destino. Após vários beijos, dormiram abraçados o resto da noite.
      Acordaram assustados ao ouvir passos do lado de fora.

- Lillith, levanta, temos que ir! Agora!

   Lillith levantou ainda sonolenta. Johnny espiou pela porta e se certificou de que não havia ninguém no local. Assim que a sala ficou vazia, fecharam a porta atrás de si e correram o mais rápido possível. Passaram por alguns guardas, que os seguiram. Após uma longa corrida chegaram ao lado de fora. Quando estavam a uma certa distância, pararam ofegantes para descansar. Se entreolharam e deram gargalhadas.

- Viu aquele guarda tropeçando no tapete? - Lillith zombou.

- Sim - Johnny riu - Ele nos xingou de vários nomes.

- Como vamos fazer a réplica? Acredito que não nos deixarão chegar perto dessa biblioteca.

- Vamos dar o nosso jeito. Esse trabalho vale muita nota. Bom, é melhor irmos para casa, sua mãe deve estar preocupada.

  Lillith ficou estática. Havia se esquecido da mãe, que deveria estar muito preocupada.
Ja estava imaginando a bronca que iria levar por ter esquecido o celular em casa.

- Acho que não vou para a aula hoje, estou cansada.

- Tudo bem. Nos vemos na segunda. - Johnny beijou sua testa.

- Você não vai para a festa do Elliot? - Lillith fez biquinho.

- Odeio aquele cara.

- Por favor. Vá. - Lillith insistiu.

- Tudo bem. - murmurou - Nos vemos lá.

    

As aventuras de Lillith & AllyOnde histórias criam vida. Descubra agora