Décimo oitavo aniversário

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Haviam quatro anjos em meu quarto naquele momento, aquilo era insano, eu realmente não sabia lidar muito bem com aquilo.

- Nós iremos te proteger enquanto isso, mas saiba que sua vida nunca mais será a mesma. - fala um dos anjos.

Eu não sabia como reagir, abaixei a cabeça e ao levantar todos os anjos tinham desaparecido, eu então me deitei, deixei as luzes do quarto acesa e então adormeci. De manhã o despertador toca, eu levanto imediatamente, tomo café, dou um beijo em minha mãe e saio. Chego na parada e não havia ninguém lá ainda, olho de um lado para o outro e nem rastros do Tom e da Abie. Olhei para o outro lado da rua novamente, não havia ninguém, estava me sentindo insegura.

Minutos se passaram e nada da Abie e do Tom, mandei uma mensagem pra Abie e outra pro Tom "Onde você está?" Seguida de "Não vai à escola hoje, o ônibus já vai passar!!!", até que o Tom responde "Estou com a Abie, já estamos chegando ;)". Percebo alguém me observando do outro lado da rua, quando olho um homem de preto me olhando, olhei em seus olhos e percebi seus olhos vermelhos, sabia que se tratava de um demônio, o medo tomou conta de mim, ele não parava de olhar pra mim, aquilo me assustou muito.

Ele então veio caminhando em minha direção, os batimentos de meu coração acelerou, ele já estava se aproximando de mim, até que uma flecha cintilante o atinge ao peito, o demônio então caiu ao chão virando então pó, olhei para todos os lados, para ver de onde veio a flecha, mas não vi nada. Até que Tom e Abie chegam.

- Você está bem Jessie? Parece um pouco tensa. - diz Abie olhando para o meu rosto.

- Nada, eu estou bem, só estava checando se o ônibus vem, e olha ele aí. - disfarço para que eles não fizessem mais perguntas.

- Então, vamos! - vem Tom logo nos empurrando em direção a porta do ônibus.

Entramos no ônibus, antes de sentar ao banco, olhei para cada um dos passageiros, estava extremamente desconfiada, aquele foi com certeza o aniversário mais desconfortável que já tive. Olhava pela janela, até que percebi rostos em árvores, a cada quilômetro que o ônibus andava surgia um rosto em uma árvore, pareciam me observar, as folhas das árvores brilhavam, eu percebia as coisas mudando aquele momento, ao passar em frente de uma igreja vi um pequeno anjo uma arpa em suas mãos na porta, era fascinante, comecei a notar as mudanças aquele instante.

Chegamos a escola, entramos para assistir a primeira aula, era biologia, esse dia consegui me concentrar mais na aula, a segunda aula era de sociologia, professor novo, ele entrou de óculos escuros, tinha boa aparência, aparentava ter uns 30 anos era um pouco forte, logo fiquei desconfiada, ele chegou simpático, dando "bom dia" a turma e se apresentando, disse que seu nome era Ismael o escrevendo na lousa, e então partiu pra aula.

A sua aula me deixou ainda mais desconfiada, ele falou sobre anjos, parecia aula de religião, e ele parecia saber de muitas coisas, ele falou muitas coisas que Raniel tinha me falado, sobre as dependências dos anjos, sobre a guerra no "céu" e sobre Lúcifer, o demônio da dor e destruição, o arcanjo caído, ele falou sobre como ele é persistente.

Eu sentia que ele olhava pra mim, tinha certeza aquele momento que ele era um dos demônios que havia assumido a forma humana, isso era o que mais me assustava em relação a demônios, como já são pecadores eles podem assumir forma humana.

Acabou sua aula, sai imediatamente da sala e fui até meu armário, quando percebi um forte calor passando atrás de mim, quando olhei percebi que o professor havia passado aquele momento, eu simplesmente não sabia o que pensar. Notei que tinham anjos me protegendo quando vi o demônio ser acertado pela flecha mais cedo, mas isso não me deixou tranquila, eu só queria ver um dos anjos aquele momento, mas não tinha ninguém, não entendia o porquê.

A terceira aula era história, eu havia me desconcentrado totalmente aquele momento, a aula finalmente acabou, então fomos todos saíram, fui até a lanchonete, me sentei a mesa com Abie e Tom, estava totalmente desligada, fiquei olhando para o nada aquele momento, até que Tom bateu na mesa, então eu olhei para ele.

- Não vai comer? Você está muito desligada esses dias, você não vai nos contar o que está acontecendo? - pergunta Tom.

- Não é nada, estou bem gente, é sério. - tento disfarçar mais uma vez.

- Ok, tudo bem, se não quer contar... - diz Tom ainda desconfiado.

Olhei para o lado quando percebi 10 caras olhando diretamente para mim, todos com olhos vermelhos, então perguntei.

- Vocês também estão vendo aqueles caras parados ali?

- Que caras? - pergunta Abie de volta.

- Nada! - respondo já levantando da mesa.

Então vou andando rápido até o banheiro, olho para trás e percebo que os demônios vinham atrás de mim, quando ia virando o corredor esbarro com o professor Ismael.

- Você está bem? - pergunta ele ainda com os óculos escuros ao rosto.

- Estou, preciso ir! - digo assustada já adentrando ao banheiro.

Lavo meu rosto, quando levanto percebo algo maligno em um dos boxes do banheiro, ele se tornava grande, não parecia com os demônios lá fora, lágrimas surgiam em meus olhos, até que o professor Ismael entra no banheiro, se coloca em minha frente e joga um líquido em direção ao demônio no box, que logo faz um grande barulho como se estivesse gritando e se dissipa. Segundos depois três garotas entram no banheiro e se deparam comigo e o professor ali, elas apenas olhavam paradas para nós dois, até que saio imediatamente do banheiro, e logo sou seguida pelo professor.

- Jessie, precisamos conversar. - diz ele segurando em meu braço.

- O que você é? Porque me ajudou la dentro? - pergunto logo virando em direção a ele.

Entre Anjos E Demônios - Quando Anjos AmamOnde histórias criam vida. Descubra agora