Conexão

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Fomos caminhando até a igreja mais próxima dali, mas tinha que ser uma igreja antiga, que é onde um querubim se encontra, eu então perguntei:

– O que a besta é? Não existem apenas 666 criaturas celestiais? Ela é então a 667? – pergunto a Jeff.

– Não, a besta é um demônio, porém ela é diferente de todos os outros, ela faz parte das 666, ela pode ser considerada primeira criatura celestial das 666, já você, a última... – responde ele

Continuamos, fomos caminhando até chegar lá, quando enfim avisto um querubim na porta da igreja, era pequeno em relação aos outros anjos que havia visto.

– Precisamos que você abra o portal para o céu onde está ocorrendo a guerra, agora! – digo já em um Tom sério.

– O que menina? Você está louca? Não posso fazer isso, se você for capturada por demônios a culpa será minha... – responde ele já com uma voz grossa que não combinava com sua aparência.

– Demônios estão matando milhares de pessoas por minha causa, eu não posso deixar isso assim... Preciso passar, por favor. – Clamo para que ele abrisse o portal.

– Não irei fazer isso, caso queira falar com anjos, tente se comunicar com eles daqui e não incomode mais, vamos, saia daqui! – resmunga ele já mandando eu ir embora.

– Eu disse que não seria fácil, se o Raniel estivesse aqui, poderíamos nos comunicar com eles. – diz Jeff quando já saiamos dali.

– Temos que arrumar outra forma de falar com eles. – digo já indo em direção a um parque.

Fomos até uma praça, sentei em um banco e comecei a pensar no que fazer aquele momento, até que decidi ir em outra igreja que era um pouco mais longe. Dessa vez pegamos um ônibus, quando me aproximei...

– Você de novo garota? Já falei que não vou abrir o portal pra você. – diz o mesmo anjo que havia visto na porta da outra igreja.

– O que? Você de novo? – questiono aflita logo saindo dali novamente.

– Como ele pode ficar em dois locais, ele está nos seguindo? – murmuro para Jeff.

– Ele é interligado em muitos portais, essa é uma das características dos querubins, eles não abrem portais apenas para os céus, também abrem para locais do mundo. – diz ele.

– E porquê você não me disse isso antes? – reclamo.

– Você não perguntou... – diz ele.

Sentei na parada de ônibus, não sabia mais o que fazer, estava cansada, não fisicamente, mas mentalmente, aquilo tudo parecia um pesadelo, e cada vez mais eu me sentia culpada e inútil. Fiquei ali esperando o ônibus, de cabeça baixa, até que lembrei que anjos naturais conseguiam se ligar a árvores, então tive a idéia de tentar me comunicar com eles através de uma delas. Me levantei, fui até uma praça e procurei uma árvore mais escondida.

– O que você vai fazer? – questiona Jeff.

– Você vai ver, não sei se vai dar certo, mas vou tentar. – respondo.

Chego então a uma árvore, e então encosto minha mão, não havia acontecido nada no instante em que eu encostei, até que a parte que eu havia encostado começou a brilhar entre a minha mão e o tronco da árvore, então senti meus olhos retirarem, perdi então a visão do local onde eu estava, me senti conectada, então ali avistei 5 demônios e 13 anjos, era tudo branco, não tinha nada além disso, demônios tinham uma névoa escura através de si, anjos tinham névoas cintilantes, era assim que poderíamos diferenciar, caminhei até um anjo, então ao encostar nele senti a conexão, falei sobre tudo que estava acontecendo e então logo me desconectei.

– O que você fez? Como você fez isso? – pergunta Jeff.

– Não sei, só sei que fiz e os anjos estão a caminho – respondo animada, já com esperança de todos os desastres acabarem.

Voltei para casa, ao ligar os noticiários, vi que as coisas já haviam se normalizado, mas o número de mortos era assustadoramente grande, aquilo ainda me deixou para baixo. Me deitei e apenas olhei para o teto por muito tempo até que pergunto:

– Jeff, como o demônio que se diz meu pai, conseguiu adquirir imunidade a água benta?

– Ele vem tentando manter imunidade a anos, desde que foi expulso de um corpo que havia possuído.

– Quem ele possuiu? – questiono.

– O Ismael, ele persegue você a anos. – responde ele.

Eu então encerro as perguntas, não sabia como reagir, minha cabeça já estava carregada de informações, só queria descansar um pouco então decidi ouvir música, passei horas ali ouvindo músicas.

– Jessie, não estamos sozinho, há uma presença demoníaca aqui e não é um simples demônio. – fala Jeff já preocupado.

Felizmente minha mãe não estava em casa aquele momento, mais cedo eu havia colocado água benta em suas roupas e dado um colar que tinha pendurado um pequeno frasco ainda com a água, o bastante para proteger ela por um tempo.

Jeff me mandou sair do quarto aquele momento e me esconder, me recusei a sair e então me escondi ao armário em meu quarto. Olhava pelas brechas que tinha na porta do armário então vi uma criatura negra surgindo ali, não tinha forma de anjos normais, era algo macabro, o que me deixou ainda mais assustada. Jeff pedia para que ela fosse embora, mas o demônio só pedia que ele me entregasse, o que foi recusado.

Então começou uma batalha ali, apesar de não terem conexão a objetos desse mundo, as luzes do quarto piscavam e as coisas começavam a cair, Jeff estava em desvantagem, o demônio era muito poderoso, eu então lembrei que ainda havia um frasco com água benta em minha mochila, que estava mais a frente do armário, abaixei para pegar até que o demônio arremessa Jeff para longe, ele atravessa várias paredes. Então eu estava ali sozinha com o demônio, logo ele vê meu braço e vai se aproximando calmamente do armário, até que abre a porta, era algo assustador, olhei para cima e la estava aquele monstro preto de olhos vermelhos chifres e longas garras olhando para mim, até que uma luz atravessa o seu peito, era a espada de Jeff, segundos depois ele apenas vira pó.

– Você está bem? – pergunta Jeff que estava um pouco ferido.

– Sim estou, mas você...

– Eu estou bem, isso será curado daqui alguns minutos.

– O que era aquela coisa? – pergunto.

– Era um demônio Serafim. – diz Jeff – São extremamente poderosos, só podem ser enviados para o inferno caso sejam atendidos por armas ao coração, e isso nem foi um terço de sua força.

Ele então estende a mão para que eu levantasse, logo levanto, arrumo as coisas ao quarto e logo vou para o banho, Jeff sempre ficava dentro do banheiro comigo ao lado de fora do box, não me incomodava.

Minha mãe chegava, ela trabalhava a tarde e a noite, então logo ela checava, trazia a janta pronta e então comemos. Minutos depois subo para o meu quarto para dormir, mas estava difícil ter uma noite de sono tranquila.

– Jeff, você poderia vir dormir comigo? – envergonhada, pergunto a ele.

– Anjos não dormem. – responde ele.

– Então, apenas deitar aqui. – continuo.

Eu então afasto um pouco para que ele deitasse, ele então deita ao meu lado, eu estava extremamente envergonhada com aquilo, mas ele me deixava segura, então com o tempo acabei adormecendo.

Entre Anjos E Demônios - Quando Anjos AmamOnde histórias criam vida. Descubra agora