Entre Anjos E Demônios - Quando Anjos Amam

Demônios não são a única ameaça

Mais um dia a se enfrentar, minha disposição era quase inexistente. As aulas haviam recomeçado, mesmo com o ocorrido das duas mortes que ainda estavam sob investigação.

Fui com mamãe para escola, não haviam tantos alunos, muitos faltaram pelo ocorrido com Deisy e Kaio, mas iria haver aula normalmente. Encontrei com Abie e Tom, no dia anterior eles disseram que não iriam faltar, então por isso e porque minha mãe tinha que ir, também decidi ir para aula.

Mais um dia onde eu ficava paranóica, tinha dúvida sobre todas as pessoas ao meu redor, a chance de algum deles estar possuído era grande. Conferi se a Abie e o Tom estavam com o colar que continham um pequeno frasco com água benta ao pescoço o que se concretizava.

As três primeiras aulas foram tranquilas, nada de demônios, foram aulas calmas, havia apenas metade dos alunos na sala.

No intervalo fomos pra cantina, estava um clima bastante pesado, afinal foi ali que ocorreu duas mortes, onde nós presenciamos tudo.

– O Conan não veio hoje, você sabe dele? – pergunta Abie.

– Não, não sei, talvez ele não teve vontade de vir. – suponho o porquê dele ter faltado aquele dia.

– Bom, mas me conta, aconteceu alguma coisa ontem? Você não falou nada sobre. – pergunta Tom.

– Sim, aconteceram muitas coisas, quase morri de novo... – afirmo para eles.

– O que? – pergunta Abie.

– É, eu não aguento mais passar por isso, já tomei uma decisão, mas só não sei como conseguir chegar até o cálice sem que demônios saibam disso, não tem como eu ir até ela. – falo.

– Bom, se não tem como ir até o cálice, traga-o até você, simples. – diz Abie.

– Seria bom mas não é tão simples assim! – fala Raniel.

Eu penso sobre aquilo, será que não teria uma forma de realmente trazer o cálice até mim? Sem que demônios o vissem ou soubessem disso. Pensei sobre essa hipótese. Em meio a conversa com Tom e Abie falei detalhes sobre o ocorrido no dia anterior. O sinal para nos recolhermos para as salas então toca, antes de ir para sala, vou até o banheiro.

– Será mesmo que não teria uma forma de trazer o cálice até mim? – pergunto para os anjos que estavam no banheiro junto a mim.

– É muito arriscado Jessie, para isso ocorrer os serafins teriam que autorizar, eles quem mantém o cálice seguro. – fala Jeff.

– E se algo der errado, tudo pode piorar! – fala Elton.

– Deveríamos ao menos propor isso para os serafins, eu não posso passar uma vida sendo perseguida por demônios, não posso deixar as pessoas que amo correr mais perigo... – falo para eles e em seguida saio do banheiro.

Mais algumas aulas para assistir, e como sempre nunca prestando atenção ao assunto. O trabalho de história foi cancelado, devido ao ocorrido. A última aula era de Ismael, única aula que eu conseguia me concentrar. Ele passou um exercício para a turma e enquanto todos faziam me chamou até sua mesa, fui até ele então ele fala:

– Eu pesquisei e a ponta da flecha realmente é do grupo dos Denvors.

– Imaginei que seria, mas eles não serão uma preocupação por muito tempo, eu já estou decidida, assim que der irei fazer a transformação. – Falo para Ismael que faz um gesto com a cabeça concordando com minha decisão.

Fim da aula, entregamos os exercícios para Ismael e em seguida arrumamos nossas coisas para sairmos da sala. Mamãe já estava me esperando para irmos embora, ela havia largado mais cedo esse dia.

Enfim fomos para parada de ônibus, esperávamos o ônibus, haviam algumas pessoas na parada, aquelas pessoas me deixava nervosa. Minutos depois o ônibus chega, entro ao ônibus e então noto duas pessoas sentadas ao banco do ônibus com os olhos com as mesmas características de wisords, continuamos andando e então sentamos ao final do ônibus.

– Você viu? Tem dois aqui! – fala Tom.

– O que? – pergunta Abie rapidamente.

– Sim eu vi. – confirmo – Há dois wisords aqui!

– Onde? – murmura Abie.

Então aponto para o assento onde os dois se encontravam. Fiquei preocupada com mamãe, Abie e Tom ali junto a mim, estava nervosa. Até que em um momento eles levantam, olhavam diretamente para mim, então o ônibus para e eles descem.

– Por um momento achei que eles iam fazer algo. – falo aliviada ao vê-los descendo do ônibus.

– Os olhos deles não são igual ao de Ismael ou Tom, eram normais... – afirma Abie.

– Como assim? Eram olhos claramente de wisords. – falo para ela.

– Eu também vi olhos normais. – fala mamãe.

– Há uma magia de bruxos que fazem os olhos de wisords parecerem normais a olhos de simples humanos, apenas quem enxerga o mundo sobrenatural podem ver. – me fala Steve.

Fiquei muito desconfiada por conta da forma que olharam pra mim, não eram os mesmo que haviam me atacado na floresta.

Além de todos os demônios e Adão e Eva, agora também teria que me preocupar com wisords. Quando achava que as coisas não poderiam piorar, o universo me surpreende.

Finalmente chegamos no ponto e descemos do ônibus, me despedi de Abie e Tom e pedi para eles se cuidarem.

Eu eu mamãe aceleramos os passos em direção a minha casa, apesar de está acompanhada de 4 anjos isso não me tranquilizava nenhum pouco, afinal eles só poderiam me proteger de demônios, que não eram a única ameaça.

Enfim chegamos na rua de casa, me senti observada por um momento, mas nenhum dos anjos detectou a energia de um demônio, e também não vi nada sobre a rua.

Estava prestes a entrar em casa, até que ouço alguém sussurrar meu nome. Olho para trás então me vejo Conan ao chão, estava pálido, mandei mamãe entrar, ele estava com dois furos ao pescoço, estava muito fraco, então decidi ir até ele.

– Jessie, você não pode ir, é uma emboscada! – fala Jeff me segurando para que eu não saísse da barreira que o próprio Conan havia feito em volta da casa.

– Eu estava fora da barreira segundos atrás, eles poderiam me atacar facilmente, não vou deixar ele morrer. – respondo Jeff já o fazendo largar meu braço.

Saí da barreira, mas antes que eu chegasse até Conan, Adão e Eva apareceram e entraram à frente de seu corpo, então ficamos frente a frente.