Capítulo 4

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(William)
Estou revisando algumas pendencias sobre a inauguração da agência com Clara minha secrétaria quando meu telefone toca. Olho no visor e vejo o número da minha tia, é a terceira vez que ela me liga e todas as vezes não tive tempo pra falar com ela. Imagino sua ansiedade e opto por atender.
  - Clara podemos terminar isso depois, eu presico atender essa ligação.
  - Claro William. - Espero ela sair e atendo. - Oi tia.
- William, por favor me diga que pode falar agora.
  - Sim, agora tenho tempo.
- Graças a Deus. E então? Me conta tudo por favor.  - Meus pensamentos se direcionam a menina que pedi em casamento ontem, sim ainda é uma menina.
- Tudo?
- Sim, William. Como ela é? O que ela disse? Falou algo de mim? Aceitou se casar com você?
  - É... calma tia.
- Não me peça calma, estou a 16 anos sem saber absolutamente nada da minha pequena Isabela. - Ela suspira e sei como essa situação é dificil pra ela.
- Eu sei tia.
- Mas... como foi o jantar?
- Foi estranho.
- Como assim estranho?
  - Não sei... Eu entrei naquela sala disposto a jogar todo meu charme e deixar ela encantada por mim. Assim nós casariamos e seguiriamos o nosso plano tia mas... Quando eu a vi abraçada a si mesma e encolhida em um canto da sala, tudo que desejei foi... - Fecho os olhos lembrando dela, dos seus grandes olhos negros e brilhantes. E sua boca pequena, a qual eu poderia facilmente imaginar envolta do meu pau sugando-o...
  - Foi o que William? Por favor pare de fazer pausas meu filho ou eu vou ter um infarto.
  - Foi...  cuidar dela tia, apenas isso, ela parecia tão indefesa e frágil. - Oculto da minha tia a parte que desejei a pegar nos meus braços e leva-lá para minha cama, beijar cada parte do seu pequeno corpo. Enquanto a ouço gemer e suas mãos me apertam. Porra. Nunca senti tesão por esse tipo menina-mulher, sempre preferi mulheres fartas e gostosas. Mas essa menina é...
  - Me fala mais William, como ela é fisicamente?
  - Bem... Ela é pequena, tem cabelos negros, olhos grandes, um sorriso lindo. Eu realmente a achei bonita, sua beleza é simples de uma forma espetacular.
- E você acha que ela esta bem?
- Bem?... Não sei tia. Mas ela me pareceu muito frágil, carente.
  - E ela aceitou se casar com você?

  - Ainda não. Achei melhor dar um tempo pra ela pensar, não quero pressiona-lá. Iremos jantar no fim de semana e então ela irá me responder.

  - Boa ideia. É uma decisão complicada,  ela mal te conheçe, você surgiu do nada. Ela deve estar muito confusa, como eu queria estar com ela nesse momento.

  - Ela me disse que não tinha escolha, que era importante para o pai. Ela se importa com ele, então ele deve trata-lá bem.
  - Espero que sim.
  - Bem, Jorge já deixou bem claro que ela vai se casar. A ele tudo que importa é não perder a sociedade na construtora.
  - Espero que ele não a obrigue usando a força.
  - Se ele fizer isso, ai estará comprando  briga comigo e ele vai sair perdendo. Não importa como tia, mas vamos tirar ela daquela casa, eu disse que vou lhe ajudar e vou cumprir isso.
  - Obrigado querido. Você é uma pessoa muito especial. Eu nunca vou poder lhe pagar tudo o que esta fazendo por mim. - Sorri.
  - Eu vou vê-lá hoje. Já mandei os convites da inauguração. E eles já confirmaram presença.
  - Que bom, vou estar na internet esperando por alguma foto dela, depois que ela acabou a faculdade, ela não saiu mais de casa e o investigador não conseguiu mais fotos dela.
   - Bem agora eu preciso desligar, hoje eu to numa correria aqui.
  - Esta bem meu filho, me avisa se acontecer alguma coisa.
   - Aviso sim tia, tchau. - Desligo a chamada e fico olhando pro nada. Novamente eu lembro dela, encolhida em um canto, de branco, seus olhos brilhando como se fosse chorar a qualquer momento e os cabelos soltos sobre seus ombros. Uma figura linda, daria uma bela fotografia, porém triste. Saio dos meus devaneios e chamo Clara para continuarmos.

As 18:30 finalmente consigo ir para o meu hotel, estou exausto, tomo um banho pra tentar relaxar, afinal ainda tenho uma noite inteira de trabalho, porque essa inauguração, nada mais é do que falar com possiveis novos clientes. O lado bom é que estarei acompanhado de uma linda mulher. Até consigo a imaginar num vestido branco comportado como na noite anterior. É uma pena que certamente Maite vai achar tudo entediante pois só iremos falar de trabalho. Eu poderia leva-lá para jantar depois da inauguração, sim é uma boa ideia. Espero que ela aceite. Escolho meu melhor terno, e penteio meu cabelo para o lado, é a segunda vez que me olho no espelho pra ver se ficou bom. Sim estou tentando impressiona-lá. Afinal ela não caiu aos meus pés como eu imaginava.
Depois de me olhar no espelho pela terceira vez, eu pego meu celular e volto para a agência. Ao chegar na recepção vejo apenas os funcionarios terminando de arrumar os ultimos detalhes. Verifico tudo com Clara, apenas para ter certeza que tudo esta em ordem. Como ninguém importante chegou, vou para a minha sala, abro alguns e-mails e me concentro em responde-los.
Percebo que é hora de voltar a recepção quando ouço o falatório das pessoas. O local já esta cheio, algumas pessoas me cumprimentam, sou educado e paro para falar com elas. Enquanto converso com os senhores sobre negocios olho para todos os lados procurando por Maite, mas não a vejo em lugar nenhum. Depois de perder alguns minutos conversando com os senhores eu me despeço deles e caminho pelo local a procurando.
  - William...  - a voz de minha mãe soa atrás de mim. Me viro e vejo meu pai abraçado a ela.
  - Oi. - Abraço os dois de uma só vez.
  - Filho... estou tão orgulhosa de você, tudo esta impecável.
  - Obrigado mãe. Você esta lindissima.
  - Concordo filho, a mulher mais linda dessa festa.
  - Vocês sempre me deixando envaidecida. Você que esta lindo filho. - Ela ajeita minha gratava e depois beija meu rosto. Fico conversando com eles por alguns minutos até que...
  - O que você tanto procura William? Não para de olhar para os lados.
  - Pela Maite mãe.
  - Você a convidou?
  - Logico, ela vai ser minha esposa.
  - Pretende mesmo seguir com isso filho?
  - Sim mãe. - Ela esta pronta para me dar um sermão quando a voz aguda de uma mulher soa atrás de mim.
  -  Williamm. - Me viro e vejo Amanda, que sem me dar tempo pra responder me abraça e beija meu rosto.
  - Olá Amanda. - Digo me afastando e olho em volta, Jorge e sua esposa estão ali. Mas não vejo Maite. Aperto a mão dele e cumprimento a esposa.
  - E Maite? - Minha pergunta soa alto e todos me olham.
  - Ela não quis vir. - Amanda fala sorrindo. - Maite é muito anti-social. Mas eu não perderia por nada a inauguração da sua agência.
  - Mandy estava super ansiosa pra vir a inauguração. - A esposa do Jorge, a qual não lembro o nome diz. Apenas aceno com a cabeça. Olho mais uma vez para os lados a procurando, mas não a vejo. Claro que não a vejo, ela não vai vir. Sinceramente eu não entendo porque estou tão frustado. Talvez porque eu tenha me imaginado ao seu lado, falando sobre negócios com pessoas que nunca vi antes e mesmo que o assunto me intediasse, ainda assim eu estaria segurando a sua pequena mão e ela irria sorrir fingindo que estava achando o assunto interresante quando eu a olhasse. Mas se ela vai recusar o meu convite, terá que dizer isso na minha cara.
  - Com licença. - Deixo Amanda falando sozinha sobre algo que não prestei atenção e vou em direção a saida.
  - Hey William. - Encontro com Rafael na porta. - Onde esta indo?
  - Buscar a sua irmã. - Bato em seu ombro e saio.
  - O que? - Ele grita. Mas já estou do outro lado da rua indo para o estacionamento. Vinte longos minutos depois eu estou em frente a casa dela. Penso se eu deveria mesmo ir em frente com isso. Eu não posso obriga-lá a ir num lugar que não quer. Mas como já vim até aqui, não posso voltar de mãos vazias. Toco a campainha... uma... duas... três vezes e quando penso em desistir a porta se abre. Mas não é ela.
  - Pois não? - Uma moça bonita de cabelos castanhos fala.
  - Oi, sou o William eu vim... é buscar a Maite. - Na verdade vim em buscar de uma explicação, mas se ela quizer ir comigo melhor ainda.
  - Ah... você é o cara que queria se casar com ela?
  - Sim. - Digo sorrindo.
  - E tem coragem de aparecer aqui depois do que fez com a Bel? 
  - Como?
  - O que você estava pensando em? Vou ficar com a irmã mais gostosa, a mais atirada, pois saiba que cometeu o maior erro da sua vida escolhendo a Amanda e quer saber? Eu desejo que os dois sejam muito infelizes. - Ela bate a porta na minha cara me deixando sem reação. Não consigo entender nada do que ela disse. Estou ainda tentando entender o que acabou de acontecer quando a porta abre novamente. Mas dessa vez não é a moça desconhecida e maluca,  desta vez é a Maite, ela esta linda em um vestido comportado como eu imaginei, com a diferença que o vestido é rosa e não branco, seus cabelos estão soltos, mas seu rosto esta vermelho, assim como seus olhos. Sinal de que chorou e eu não gosto nada disso.
  - William... o que faz aqui? - Eu olho o chão, agora envergonhado por não saber aceitar sua recusa.
  - Eu... eu realmente fiquei chateado com sua recusa e vim não sei... pedir o porque. Eu não pensei muito antes de sair.
  - Não estou entendo. De que recusa esta falando? - A olho, ela parece estar sendo sincera.
  -  Sobre não ter ido a inauguração. - Ela olha pra cima e suspira.
  - Você não me mandou nenhum convite, eu não entendo porque esta aqui agora.
  - O que? É claro que te mandei, até mesmo liguei para confirmar e a... a esposa do seu pai disse que os recebeu.
  - Sim, mas apenas três convites, um para meu pai, um para Rebecca e um para Amanda.
  - Não, deve ter dito algum engano. Eu mandei colocarem quatro convites. Eu jamais esqueçeria do seu convite. - Ela sorri e seu sorriso contrasta com seus olhos vermelhos.
  - Esta tudo bem? Você parece que chorou. - Ela abre a boca pra responder, mas não fala nada. Então a moça desconhecida e maluca surge novamente.
  - Estavamos testando algumas maquiagens e caiu pó no olho dela.
  - É foi isso. - Maite diz suspirando. - Entra por favor...
  - Bem... na verdade esta acontecendo uma inauguração, a qual eu deveria estar presente agora.
  - Assim... claro.
  - Você vem comigo? - Ela sorri. E me sinto um grande homem por faze-lá sorrir. - Como o convite não chegou até você, te convido pessoalmente.
  - Eu... acho que... tenho que retocar a maquiagem.
  - Eu te espero.
  - Ta bem. - Ela continua sorrindo, mas não se move.
  -  Vem Bel eu te ajudo. - A moça a puxa pela mão. - Entra, sinta-se em casa. - Ela grita antes de desaparecer na escada com a minha... acompanhante, por esta noite é apenas minha acompanhante. E não consigo esconder o sorriso, ao saber que ela vai estar comigo esta noite.

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