Capítulo 8

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Observo Maite pegar sua mala e entrar no banheiro. Tiro meu paletó e o jogo sobre a poltrona, me sirvo com uma dose de wiski e vou para a varanda, bebo um gole grande pra me aquecer do frio que faz aqui fora, as luzes de São Paulo piscam quase em sintonia.
E me dei conta que estava casado, irremediavelmente e inegavelmente ligado à outra pessoa, ela carregaria meu sobrenome apartir de agora e seria minha responsabilidade. Uma mulher que beijei somente uma vez, Cristo eu mal a conheço e agora ela é minha esposa, se me contassem isso a alguns meses atrás eu não acreditaria. Espero que possamos conviver bem esses dias, até ela encontrar Isabel e tudo se resolver.
Ouço seus passos e me viro para ve-lá, Maite continua com seu vestido, mas seu cabelo está preso em um coque e vejo que está sem maquiagem, o que não muda nada, pois continua muito bonita. Ela se encolhe quando o vento frio a atinge, seus olhos estão em mim. Saio da varanda e fecho a porta, logo o quarto estará quente novamente.
  - William... - Olho pra ela, a esperando continuar. - Você poderia me ajudar a abrir meu vestido? O fecho é nas costas e eu não consigo alçançar. - Ela se vira de costas antes de ouvir minha resposta.
  - Claro. - Eu digo, estreitando meus olhos. Ela impôs a condição de dormimos em camas separadas até nos conhecermos melhor e agora me aparece com isso? Qual é seu jogo garota? Coloco o copo de wiski sobre a mesa e caminho em sua direção, Maite continua de costas, esperando, sua respiração é profunda. Eu realmente não sei o que ela quer que eu faça, mas eu não vou pensar duas vezes, ela é bonita e minha esposa, transar com ela está noite é uma obrigação, a qual eu terei o prazer de cumprir. Toco suas costas procurando o fecho, posso sentir sua respiração e seu perfume, ela cheira maravilhosamente bem. Alguns segundos depois eu encontro o fecho, escondido na parte interna do vestido, com alguns movimentos eu o solto. É realmente um pouco complicado, e agora estou em dúvida se ela me chamou porque realmente precisava de ajuda ou porque quer que eu durma com ela. Maite continua ali esperando, mas eu já abri o fecho, então deduzo ser a segunda opção.
Me inclino e beijo seu pescoço, isso a faz ficar em alerta, num só movimento puxo o zíper até o final e seu vestido desce ficando preso em sua cintura. Sem sutiã em? Isso me faz pensar como seus seios são empinados e durinhos. Com uma presa exagerada ela puxa o vestido para o lugar, eu beijo novamente seu pescoço e ela se inclina pra frente e de repente de vira pra mim.
  - Obrigada. - Ela murmurra com os olhos arregalados. O que é? Porque essa reação, de verdade não entendo.
  - De nada. - Digo suspirando e ela praticamente corre para o banheiro. Me deixando ali pensativo, talvez esse seja o problema, estou pensando demais. Talvez ela precisasse mesmo de ajuda para abrir o vestido e apenas isso. Ouço o barulho do chuveiro, eu gostaria de estar lá com ela, obviamente seu banho seria mais longo. Suspiro fundo, e seu cheiro ainda está aqui, seu doce perfume continua no ar, me fazendo respirar fundo pra senti - lo novamente. Eu definitivamente gostaria de ir pra cama com ela, ela é bonita, doce, tão menina, diferente das mulheres com que sai, ela não é vulgar e gosto disso nela. Desde que a conheçi, já tive milhares de pensamentos a envolvendo, e a maioria incluía uma cama e Maite núa sobre ela. 
A porta do banheiro se abre e ela sai segurando uma toalha na frente do seu corpo, não entendo pois posso ver as alças de sua camisola, então sei que ela está vestida. Maite coloca a mala ao lado da porta do banheiro e de cabeça baixa vai para a cama, de lado posso ver uma camisola nada discreta mostrando tudo que ela tem de melhor, é quase transparente então vejo sua calcinha fio dental e me chingo mentalmente por não ter a agarrado quando tive a chance. Agora ela já está em baixo das cobertas, ajeitando o travesseiro, eu quero me deitar com ela e arrancar aquela camisola. Mas em vez disso eu vou para o banheiro, tiro minhas roupas rapidamente e ligo o chuveiro, a agua é tão relaxante, depois de toda essa emoção eu presico me aliviar um pouco, a imagem que me vem a mente enquanto me masturbo é a de Maite e sua camisola nada discreta, PORRA tenho uma mulher linda na minha cama, que por sinal é minha esposa e estou aqui como um adolecente me masturbando pra conseguir prazer. É William, é nisso que dá querer ser um cavaleiro e honrar sua palavra.
Alguns minutos depois estou bem mais relaxado, me seco e visto uma cueca box. Saio do banheiro secando o cabelo, Maite está deitada de costas pra mim, com certeza já está dormindo. Bufo, eu ainda tinha esperanças que essa noite terminasse de uma maneira mais quente. Já que só me resta dormir, eu deito ao seu lado e apago a luz. Ela se mexe como tivesse levado choque.
  - Tudo bem? - Pergunto.
  - Não apaga. - Ela sussura, quase não ouço sua voz. Então ergo o braço e acendo a luz. Maite está com a cabeça escondida embaixo do edredom.
  - Já liguei a luz novamente.  - Então lentamente ela descobre a cabeça e olha o quarto iluminado, como uma criança assustada.
  - Não gosta de escuro? - Pergunto. Ela assente. 
  - Trauma de infância. - Concordo com a cabeça. Pensando no que poderia ter causado esse trauma tão grave, que persiste até na sua vida adulta. Eu também tinha medos quando era criança, mas eles naturalmente sumiram com o tempo.
- Me desculpe... Mas eu realmente não consigo dormir no escuro. - Ela murmura encolhida no seu lado da cama.
  - Tudo bem, pra mim não faz diferença. - Sorrio pra ela. De fato não me importo com a luz.
  - Obrigado. - Ela sorri agradecendo. E  ela fica linda quando sorri.
  - De nada. Boa Noite. - Suspiro desviando o olhar, se não vamos transar, não quero ficar vendo como ela é linda.
  - Boa Noite. - Ela me dá as costas e tenta voltar a dormir. Me pego pensando no que ela disse, certamente esse trauma de infância tem a ver com seu pai, Isabel me disse que ele não era uma boa pessoa. Mas o que ele poderia ter feito? Trancado ela num quarto escuro como punição? Talvez. Foi a primeira coisa que me veio a mente. Bom se for isso, então estou fazendo a coisa certa a afastando dele. Penso sobre isso, mas  desisto de tentar arrumar teorias para esse fato, e me ajeito de lado para dormir.

O despertador do meu celular começa a tocar mostrando que já amanheceu, suspiro ainda cansado. E Maite se remexe no meu peito, sim ela está em meus braços, não me pergunte como, mas ela tem a cabeça sobre meu peito e eu estou a envolvendo com meu braço. Continuo com os olhos fechados, mas o barulho do despertador está realmente me incomodando. Então com cuidado eu rolo Maite para seu travesseiro e levanto desligando o celular. Quero voltar para a cama, especialmente agora que as pernas de Maite estão descobertas, eu queria arrancar o edredom e descobrir todo o resto, mas nós temos que sair as 9 para a casa de praia, afinal estamos em lua de mel e para Maite eu me casei porque estou apaixonado por ela.
Vou para o banheiro me arrumar, o relógio mostra que são 8:20 quando acabo. Ao sair vejo que Maite já acordou, mas continua na cama.
  - Bom dia Maite.
  - Bom dia.  - Ela esta de lado, com o edredom até o pescoço.
  - Bem, nos temos que sair as 9 horas, eu aluguei uma lancha para nós levar até a casa de praia, fica numa ilha.
  - Ah... Tudo bem. Que horas são?
  - Agora são oito horas e 23 minutos. - Digo olhando o relógio. - Mas iremos tomar café abordo, então você ainda tem tempo.
  - Ta bem.
  -  Você trouxe algum biquíni? - Maite ergue a sobrancelha e vejo suas bochecas ficarem vermelhas. Tento esconder um sorriso. É querida, eu vou ver você de biquíni. E estou ansioso por isso.
  - Eu não sei. - Ela diz finalmente chacoalhando a cabeça. - Camilla arrumou a minha mala, não faço idéia do que ela colocou dentro.
  - Bem se ela não colocou, podemos passar em alguma loja e comprar.
  - Tudo bem. - Ela esta olhando pra qualquer lugar, menos pra mim.
  - Eu vou trabalhar um pouco até que você se arrume. - Pego meu notebook e me sento no sofá começando a verificar meus e-mails. Vejo que Maite levantou quando a porta do banheiro se fecha. Sorrio com a rapidez que ela fez isso.  Me concentro em responder os e-mails que chegaram e em selecionar as melhores fotos que fiz para a campanha com uma linha de maquiagem. Estou distraído quando ela sai do banheiro.
  - Estou pronta. - Ergo meus olhos, ela está parada perto da porta, veste um vestido rosa de alça até o joelho e uma sapatilha. Seu cabelo está preso num rabo de cavalo.
  - Ok. Só me deixe terminar aqui e logo vamos.
  - Ta bem. - Termino de selecionar as fotos e envio o e-mail. Fecho o notebook e o guardo na mala, logo em seguida a coloco no chão e puxo a alça. Maite continua parada na porta.
  - Vamos?
  - Sim. - Abro a porta e deixo ela ir na frente, depois que eu a tranco eu seguro a mão de Maite e a guio pelo corredor até o fim onde fica o elevador. Aperto o botão  para chamá - lo. 
  - E sobre os biquínis?
  -  Camilla colocou alguns na mala.
  - Certo. - Digo sorrindo. O elevador chega e descemos até o primeiro andar, um taxi já nos aguarda. Enquanto o taxista guarda as malas, eu abro a porta pra Maite e entro do outro lado. Ela parece muito pensativa olhando pela janela, enquanto vamos pelo caótico trânsito de São Paulo.
  - Com fome? - Pergunto chamando sua atenção e ela sorri.
  - Um pouco.
  - Logo chegamos, mandei prepararem um café pra nós. - Seguro sua mão que estava sobre seu joelho, gosto desse contato, ela olha nossas mãos juntas. - Você gosta de andar de barco?
  - Bem, eu nunca andei em um.
  - Nunca? Mas porque? - Franzo a testa. Seu pai tem muito dinheiro, certamente tem um barco ou poderia alugar um. Ela me olha e dá um sorriso leve.
  - Eu estudei em colégios internos até meus 16 anos e depois eu começei a faculdade.
  - Mas e durante as férias? 
  - Eu geralmente não saia de férias quando adolecente.
  - Porque?
  - Meu pai nunca dava autorização. - Ela dá de ombros.
  - Cada vez gosto menos do seu pai. - Deixo escapar, Maite me olha torto.
  - Ele é apenas uma pessoa difícil, a morte da minha mãe mudou muito ele. 
  - Bem... - Coloco meu braço sobre seu ombro e a puxo junto a mim, sinto seu corpo imediatamente ficar tenso. Por Deus. Ela por acaso é virgem e recém saída de um convento? - Acho que serei eu a lhe mostrar os prazeres da vida.  - Digo sorrindo, devasso, Maite apenas desvia o olhar.  - Você vai adorar.
  - O que? - Ela diz engasgando.
   - Andar de barco.
  - Ah... - Ela sorri. Talvez eu possa dar um pouco de diversão a ela antes de entrega - lá a Isabel. Quando o táxi estaciona eu abro a porta pra ela e caminhamos pelo cais até a lancha.
  - Bom dia Bernardo, já está tudo pronto pra irmos?
- Bom Dia. - Ele pula pra fora da lancha. - Sim, tudo está organizado William. - Ele aperta minha mão.
  - Certo... Esta é minha... esposa Maite.
  - Ah sim, Bom dia senhora.
  - Bom dia. - Maite sorri pra ele, e por alguns segundos, vejo o piloto da lancha ficar preso olhando o sorriso dela. Porra ela é minha esposa. E dane - se se não é um casamento real, não quero ninguém dando em cima dela.
- Deixe-me ajuda-lá com isso. - Bernardo pega a mala de Maite e a leva para a lancha. Subo na lancha e coloco minha mala no chão, então estendo minha mão para Maite e a puxo pra dentro. Ela espalma suas mãos em meu peito pra se afirmar e eu a seguro em meus braços.
  - Ah... não quero cair no meu primeiro passeio de barco.
  - Eu jamais deixaria você cair. - Maite ergue a cabeça e me dá um sorriso timido.
  - Obrigada.
A levo para dentro da lancha onde uma mesa está preparada para nós.
  - Senta por favor. - Puxo uma cadeira para ela e assim começamos nosso café, termino primeiro e saio para ver se Bernardo presica de alguma ajuda, mas tudo está em ordem. Aproveito para sacar minha câmera e tirar algumas fotos do mar.
Maite aparece se segurando nas barras para não cair, o mar está agitado hoje. Vou até ela.
  - Tudo bem?
  - Sim, só é um pouco difícil pra manter o equilíbrio aqui.
  - No início sim, mas depois você vai conseguir caminhar normalmente.  O problema é que o mar está agitado hoje.
  - Ah... - Ela diz olhando o mar. 
  - Venha comigo. - Seguro sua mão e a levo para a ponta da lancha. A coloco entre a barra de segurança e meu corpo, isso vai a manter segura.
  - Uau, é muito bonito ver o mar assim. - Puxo seu rabo de cavalo para o lado e coloco o rosto em seu pescoço pra ver melhor. Novamente sinto seu corpo ficar tenso. Bem creio que posso achar uma maneira de relaxa - lá. Beijo seu pescoço como na noite anterior, ela se encolhe.
  - Seu perfume é muito bom. - sussurro em seu ouvido, enquanto passo o nariz pelo seu pescoço.
  - Obrigada. - Sua voz está embargada. Puxo seu braço e ela se vira de frente pra mim. Seus olhos estão maiores, ela parece estar esperando ser atacada a qualquer momento. E eu quero atacar. Coloco a mão em sua cintura e a puxo pra mais perto.
  - É melhor eu te manter assim, não quero perder minha Bela esposa no mar. - Maite abre a boca como se fosse falar algo, mas se cala. Ergo a mão colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha, seus olhos estão em mim, acho que ela nunca me olhou por tanto tempo sem desviar o olhar. E ela é tão bonita assim pertinho. Me enclino pra frente e a beijo, um beijo de verdade e não a encenação que fiz no casamento. Maite não corresponde no início e penso que ela vai me empurrar quando coloca as mãos em meu peito, mas depois de soltar o ar de seus pulmões, ela acaricia minha língua com a sua e logo entramos em sintonia.

Desculpem a demora pra postar os capítulos. Estão gostando da história?

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