Capítulo 24

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William e eu estamos deitados na cama, abraçados e enroscados. Minhas pernas estão por cima das dele. O edredom está no chão. E estamos dividindo um único travesseiro. Depois de tomarmos um banho William me puxou para cama, recusando até o café que eu disse que faria. Desde então estamos aqui, sua mão está por trás da minha nuca acariciando meu cabelo e me viro de lado, sentindo seu cheiro, limpo, de sabonete e de William. Ele tem um cheiro único, dele próprio, melhor que qualquer perfume caro. E toda noite, eu fecho os olhos e aspiro profundamente, sentindo seu cheiro. Pode parecer estranho, mas esse cheiro está ligado a um sentimento muito peculiar, que eu não lembro de ter sentido antes: felicidade.
Eu não consigo lembrar como chegamos a esse assunto, acho que William falou sobre gostar do frio. É foi isso. O ar condicionado estava no máximo e ele disse amar o frio. Desde então estamos nos fazendo pergunta aleatórias, sobre coisas que gostamos. Esta divertido e estou conhecendo coisas novas sobre ele.
— Uma cor. — Ele pergunta encarando o teto.
— Rosa, rosa clarinho. — Ele sorri.
— Rosa combina com você. — Diz me olhando.
— E você? Qual cor?
— Cinza, porque é uma cor neutra, combina com tudo. Principalmente quando se trata de fotos. — Sorri. Ele ama fotografar, sempre liga tudo a fotografia.
— Um filme. — Falo.
— Filme?
— O Som do coração. Me emocionei muito com ele.
— Nunca assisti.
— É muito bonito. Podemos assistir qualquer dia.
— Claro. Bom, agora o meu filme favorito é Senhor Dos Anéis. Melhor trilogia na minha opinião.
— Eu também gosto, as cenas são de arrepiar.
— As de batalhas né. 
— Sim, são tão emocionantes. — Ele concorda.
— Nos tiram o fôlego. Os filmes são longos, mas valem a pena cada minuto. Bem, agora uma música.
— Música? Eu sempre vou trocando de música preferida. Mas hoje é Let Her Go da banda Passenger. To ouvindo sempre, no meu celular novo. — Falo me gabando e ele RI. — Agora você.
— Ultimamente to gostando bastante daquela que passa no final de Velozes e Furiosos, See You Again.
— É linda.
— Muito. — Sorrimos um para o outro. E ele pergunta.
— Um momento.
— Momento? — Franzo a testa.
— Sim, um momento feliz. Um que você gostaria de reviver. — Mordo o lábio pensando. — O momento mais feliz da sua vida. — Ele completa. Aceno com a cabeça. E penso em algum momento, William me olha curioso.
— Quando mergulhamos.
— Mergulhamos?
— É, quando fomos mergulhar, na lua de mel. Eu gostei muito, foi incrível. — Ele está me olhando com a testa franzida.  — O que? — Pergunto.
— Seu momento mais feliz foi comigo? — Ele pergunta surpreso.
— Eu não tive uma vida muito feliz até agora. — Dou de ombros, envergonhada. — Mas e você? Qual seu momento mais feliz?
— Hum, agora me sinto na obrigação de escolher um momento com você. — Fala rindo.
— Não precisa ser comigo. — Ele nega.
— Precisa sim.... — Fala encarando o teto e então me olha sorrindo. — Bem... o momento que tivemos em cima da mesa agora pouco, foi bem feliz pra mim. — Diz rindo. E eu fecho os olhos com vergonha e escondo o rosto no seu peito. Mas não consigo segurar o riso. Foi um momento mais que feliz, intenso e único, como os muitos outros que ele me proporcionou até agora.
Quando meu riso cessa, William toca meu queixo fazendo eu o olhar e então me beija. Sua mão sobe pela minha coxa acariciando minha bunda e aperta por cima do shorts. Puxando minha pélvis de encontro a dele, fazendo eu sentir seu pênis sob o calção.
Mal acabamos de transar na mesa da cozinha e ele já está querendo de novo. E o pior, é que eu já estou pronta pra ele novamente, sinto minha parte sensível latejando, ansiando por ele, como se o quisesse toda hora. Nunca havia sentido isso, tesão como a Camilla fala, nenhum homem havia me despertado nada parecido. Nem mesmo com Arthur, que foi meu namorado por cinco meses. Nunca passamos de beijos, e seus beijos nunca me fizeram sentir assim, quente, como William faz.
Inclino minha cabeça dando a William, acesso ao meu pescoço. É quando ouço batidas na porta do quarto, isso faz ele parar e erguer a cabeça olhando.
— Menina? — É a voz da Candinha.
— Sim. — Falo alto. E William se afasta.
— Posso entrar?
— Eu to me trocando. — Não que estivéssemos sem roupa, mas acho que vai parecer óbvio demais que estávamos prestes a transar se ela entrar.
— Eu comprei as coisas pra você fazer o bolo de chocolate que queria.
— Ta bem, eu logo vou lá fazer.
— Ta bom. — Quando tudo fica em silêncio eu olho para William.
— Me deu vontade de fazer um bolo de chocolate. — Digo envergonhada.
— Eu quero um pedaço. — Aceno com a cabeça e ele me beija novamente. Mas dessa vez é mais calmo, sem suas mãos me apertando e finaliza o beijo com um selinho longo. — Depois terminamos o que começamos então... — Sem ter coragem de olhá-lo nos olhos eu confirmo com a cabeça e saio da cama. — Aquele café que você me ofereceu ainda está valendo? — Me viro novamente para ele.
— Sim, quer que eu te traga aqui.
— No escritório. Vou trabalhar em casa hoje.
— Ta bem. Quer mais alguma coisa? Tem pão, bolo de baunilha e uns docinhos bem gostosos que a Cândi fez.
— Obrigado, mas só café esta bom.
— Ta bem. — Saio do quarto e vou até a Candinha que esta guardando tudo na geladeira.
— Quer ajuda?
— Não, tudo bem, já estou acabando, minha menina. Você vai fazer o bolo agora?
— Não vou preparar o café do William primeiro. — Candi me olha e por um instante ela parece saber tudo que fizemos na mesa da cozinha, a qual estou evitando de olhar ou vou começar a rir.
— Ele ainda não foi trabalhar?
— Não, ele vai trabalhar em casa hoje. — Vou para perto da cafeteira pra evitar mais perguntas e começo a preparar o café. Quando levo no escritório William está falando no telefone e apenas sorri em agradecimento. Volto para a cozinha e começo a fazer o bolo de chocolate. E   a Candinha se dedica a fazer o almoço.

William está numa video conferência quando o almoço fica pronto. Então eu levo o prato pra ele no escritório, que se desculpa por não ir almoçar comigo na cozinha. Mas eu sinceramente não me importei com isso. Nunca fui o tipo de pessoa que necessita e quer atenção o tempo todo. Eu sei dos seus problemas, de como está sendo difícil começar a agência aqui no Brasil e eu entendo.

É quase duas horas da tarde quando o bolo que fiz terminou de assar, então coloco a calda de chocolate por cima dele e corto dois pedaços.
Abro a porta escritório e William me olha por cima do computador.
— O bolo ficou pronto. — Ergo o prato para mostrar pra ele, que sorri. Então entro no escritório e coloco o prato na sua frente.
— Parece delicioso. — Ele comenta pegando o garfo. Realmente parece, a calda de chocolate está derretendo pelos lados. Ele prova um pedaço. — Muito bom, está muito gostoso.  — Sorri.
— Se quiser outro pedaço me chama, vou deixar você trabalhar.
— Espera... É hora do intervalo. — Ele ergue o braço me chamando e vou até ele, que me puxa para seu colo. Rio sem jeito quando ele leva o garfo até minha boca, me dando um pedaço de bolo.
— Hum, desculpa por não ter ido almoçar com você, resolveram começar uma video conferência bem na hora do almoço. — Nego com a cabeça.
— Não tem problema, eu compreendo que está sendo muito dificil começar a agência aqui no Brasil. Não se preocupe com isso. — Então William sorri de lado.
— Quer dizer que além de eu ter uma esposa que cozinha bem, ela também é compreensiva? — Fico envergonhada e ele beija meu rosto.  — Que bom que entende. Os problemas estão se multiplicando essa semana, mas por enquanto estamos dando conta.
— Você vai ver que vai melhorar. — Passo as mãos por seus ombros e o abraço me aconchegando nele. Estar no seu colo é tão bom ou até melhor que estar deitada com ele. Me sinto pequena e protegida ali entre seus braços.
— Quer mais um pedaço de bolo? — Perguntei pois já havíamos comido todo aquele.
— Depois... — Diz sem me soltar.

Mesmo estando em casa, William trabalhou até tarde. Mas na hora do jantar, ele comeu junto comigo e depois foi tomar banho, eu já estava pronta pra dormir, então me deitei primeiro esperando por ele.
William retirou a camisa e apagou a luz antes de se deitar,logo me puxando para deitar no peito dele, fechei os olhos e me agarrei a ele. William esqueceu que eu tenho medo de escuro e apagou a luz.
Eu podia sentir o escuro em volta, me observando, pronto pra me pegar, mas eu me forçei a parar de pensar nele e foquei no som do coração do William, eu
conseguia ouvir, cada batida. 
Depois de alguns minutos, eu já estava mais relaxada, ainda sentia medo, mas ele havia diminuído e estou feliz por estar lidando com isso. Mesmo assim, sei que não vou conseguir dormir se a luz não estiver acessa.
— William... — Sussurro.
— Que? — Ele se mexe.
— Acende a luz, por favor.
—  Ah... — Imediatamente ele levanta e e acende a luz. Então volta para a cama. — Pode abrir os olhos. Eu esqueci, me desculpe. Porque não falou antes? — Abro meus olhos encontrando seu rosto sério.
— Não, tudo bem. Eu... não senti tanto medo, não como antes e queria lidar com isso.
— Você não precisa fazer isso, eu não me importo com a luz.
— Eu sei, mas eu quero. O que não quero ficar pressa a esse medo pelo resto da minha vida.
— Entendi. —  Ele acaricia meu cabelo.  — E então? Não sentiu tanto medo?
— Não. — Disse sorrindo. E ele sorriu também. — Eu fechei os meus olhos e te abraçei. E foi como se o escuro não fosse uma ameaça tão grande, não como era antes.
— Que bom, se você nos quiser podemos fazer isso todas as noites. Apagamos a luz um pouco e quando quiser ligar, ligamos novamente. Até você se acostumar com o escuro.
— Eu quero. — Falo sorrindo. William beija minha testa e me puxa para seus braços.
— Vai ver que daqui a pouco não vai ter mais nenhum medo. — Sorrio me aconchegando nele, assim espero.













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