Capítulo 46

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Alcancei William e fui surpreendida ao ser puxada para os seus braços com tanto fervor. Desfrutei do sabor dos seus lábios e do toque apertado de seus braços, enquanto sentia as  batidas descompassadas do seu coração contra a palma das minhas mãos. Quando nosso beijo foi finalizado, abro meus olhos, encontrando seu rosto, William parece apreensivo.
— Tudo bem mesmo? — Torno a perguntar. E ele apenas acente com a cabeça, mas tenho a impressão que está mentindo.
— Onde você estava? — Me surprendo com a sua pergunta. Ele sabe onde eu estava.
— Com a Rebecca, no banheiro.
— Você demorou... — Ele suspira. — Fiquei preocupado.
— Rebecca demorou a retocar a maquiagem, foi só isso. — Estranho sua preocupação. Ele está tão tenso. Lembro que o deixei com meu pai, ele certamente falou algo impróprio.
— Tudo bem. Vamos nos sentar. — Concordo e o deixo me guiar até umas das mesas. Puxa a cadeira para mim, e senta ao meu lado. Olho para nossas mãos entrelaçadas sobre a mesa, e coloco a minha outra por cima, segurando a sua.
— Whisky por favor, e algum drink sem álcool para minha esposa. — William diz ao garçon. Ele já sabe meus gostos, não bebo nada com álcool além de alguns goles de vinho.
Enquanto esperamos as bebidas, observo as pessoas dançarem, conheço algumas delas, amigas de Rebecca que viviam lá em casa. E outras apenas de vista em festas como estas. No ano retrasado, meu pai decidiu se lançar como político, então fez muitas festas para conseguir aliados, não sei porque ele desistiu na ultima hora, talvez percebeu que não iria ganhar. Minha visão da pista é interrompida pelo garçom que coloca o drink sobre a mesa. Numa taça transparente, o liquido é colorido é parece ter algumas frutas dentro. Bebo pelo canudinho o primeiro gole, é delicioso, tem um sabor familiar que não consigo identificar qual é.
— Do que será que é feito isso? Tem um gosto tão diferente. - Bebo mais um gole, esperando William me responder, mas ele não o faz. Ao olhá-lo, vejo que ele está distante, bebendo o seu whisky, olhando a pista de dança, muito pensativo.
— William... — Ele só me olha quando toco o seu braço.
— Sim.
— Tudo bem? — Sei que já é a terceira vez que pergunto isso, mas estou preocupada.
— Sim, porque?
— Falei com você e não me respondeu, parece preocupado com algo. — Ele nega.
—  Apenas estava distraido, desculpe. O que tinha me falado?
— Ah... Sobre o drink, do que será que é feito?  Tem um gosto tão diferente.
— Posso provar.
— Claro. — Ele pega a taça.
— Realmente... Deve ser alguma mistura de sabores, com frutas, não tenho certeza.
— Bem, é muito gostoso. — William sorri, mas vejo que seu sorriso não alcança os olhos. Ele passa o braço por trás das minhas costas, me sinto melhor assim, mais segura. Embora eu não possa deixar de notar que ele volta a ficar pensativo, sério e muito distante daqui.
Sabia  que não devia ter deixado ele sozinho com meu pai. Jorge certamente falou algo que o incomodou, talvez sobre mim ou sobre nós. Talvez tenha convencido ele a se divorciar de mim. A hipótese me atinge como um soco, e é doloroso sequer imaginar essa situação. Eu não suportaria ficar sozinha de novo, voltar a vida que tinha antes de conhece-lo seria um castigo. Escosto a cabeça em seu ombro, não quero chorar aqui, mas quase desabo quando ele me aperta. Eu quero implorar para que não me deixe, para que ele volte a sorrir como a minutos atrás. Ou que simplismente volte a falar comigo.
A música para de repente, ergo o olhar e vejo meu pai com o microfone do DJ, logo todos o aplaudem, menos eu. Sei que é errado, mas
nunca tive tanta raiva dele, como agora. Já não bastou ele ter feito da minha infância e adolescência um inferno. Agora ele também quer arruinar meu casamento.
— Boa noite a todos, obrigado pela presença, é muito importante para nós, ter vocês aqui participando da nossa felicidade e festejando conosco. Minha mulher e eu agradecemos. — Todos aplaudem novamente. — E antes de mostrar a surpresa que tenho para você meu amor.... — Ele diz a Rebecca. — Tenho que te confessar, que você não é a única mulher da minha vida. — Um telão no alto mostra os dois e Rebecca faz uma cara surpresa, mas está sorrindo. — Então eu gostaria de chamar ao palco a outra mulher da minha vida. — Ele olha pra frente e pelo telão, tenho a impresão que ele olha pra mim. — Minha filha, venha ao palco, você é um pedaço muito importante da nossa história. — Por um instante, só por um segundo, eu senti que ele havia mudado, e que eu teria um pouco do seu amor, mas eu já deveria saber, que do seu amor, eu jamais ganharia, uma só migalha. — Amanda, venha aqui por favor. — Os aplausos soam altos,  enquanto ela sobe ao palco, sendo recebida com abraços e beijos pelo meu pai.
O meu William voltou, ele me aperta forte, e beija o topo da minha cabeça, fecho os olhos sentindo seu toque.
— Me leva pra casa? — Peço.
— Sim, meu amor, vem. — Ele me ajuda a levantar e sem soltar a minha cintura me levou para fora. Eu não olhei pra ninguém, não me importei com a opinião de ninguém, eu só queria sair dali.
Respiro aliviada quando saímos lá fora, o vento frio me atinge, mas William me abraça enquanto liga para o Pedro.
— Tudo bem? — Ele toca o meu cabelo, me fazendo olhá-lo.
— Sim, eu já estou acostumada com isso. — Ele não parece nada contente e beija a minha testa, me abraçando novamente. Em alguns instantes Pedro chega com o carro. William abre a porta, me deixando entrar, e eu passo para o outro lado, lhe dando espaço.
Dispenso o cinto de segurança e quando Wil fecha a porta, me mudo para seu colo, sendo acolhida por seus braços. Permanecemos em silêncio o caminho todo, mas constantemente William beijava meu rosto.
Fecho os meus olhos lutando contra o choro,
já devia estar acostumada com as grosserias do meu pai, mas sempre dói como se fosse a primeira vez. E como se isso não fosse o suficiente, meu coração aperta com medo de perder o William, imagino todas as mentiras que meu pai falou, querendo forçar ele a me deixar. Tenho certeza que não precisou de muito, as pessoas que amo, tem a tendência de me abandonarem.
— Chegamos. — William fala. Saío dos seus braços, notando que já estamos na garagem. Como eu estou no seu colo, saio primeiro do carro. E devagar caminho para o elevador.
— Obrigado, Boa noite Pedro.
— Boa noite. — Ouço eles se despedirem e
William me alcança, me abraçando pelos ombros.
Quando ficamos frente a frente no elevador, eu não consegui segurar as lágrimas, e senti elas escorrerem pelo meu rosto.
— Bela... — William tenta me puxar para os seus braços, mas seguro sua mão, olhando fixamente em seus olhos.
— Eu amo você e não quero que me deixe. — Digo em um só fôlego, em uma súplica. William não tem nenhuma reação num primeiro instante, mas depois de respirar profundamente. Suas mãos sobem até meu rosto e ele encosta a sua testa na minha.
— Esse elevador está indo para o sexto andar, mas eu tenho a impressão de estar no céu. — Se afasta apenas o suficiente para olhar em meus olhos e diz: —  Eu também amo você Bela. — O ar pareceu fugir dos meus pulmões e só conseguir sorrir entre as lágrimas.
— Mesmo? — Pergunto incrédula, com a voz trêmula. E William afirma sorrindo de lado.
— Desde que te vi pela primeira vez, tão meiga e tímida na sua casa, por alguma razão, você não saia daqui. — Ele ergue a mão tocando sua cabeça. — Mas eu esqueci a razão quando percebi que você já estava completamente aqui. — Chorei quando a sua mão desceu tocando seu coração. E em um movimento rápido, suas mãos rodearam meu corpo, me trazendo pra ele, num abraço apertado antes de sua boca descer na minha. Me empurrou para trás, sem separar nossos corpos, quando a porta se abriu. Fui prensada na porta do nosso apartamento e beijada muito lentamente...
Quando William se afastou para abrir a porta, ele sorria, como uma criança quando acabara de aprender a andar de bicicleta. Fui puxada para ele novamente quando a porta se abriu. Tropecei no vestido e meu salto se perdeu no caminho, William me ergueu do chão nesse instante, apenas pela cintura.
Empurrou a porta do quarto, me colocando perto da cama. Ele desceu as alças do meu
vestido para os lado, fazendo com que o mesmo deslizasse pelo meu corpo até o chão. Ao ser colocada na cama com todo carinho, percebo que a luz do quarto está apagada, fecho meus olhos com medo. William se afasta, beijando entre meios os meus seios, imagino que esteja retirando a sua roupa. O medo foi esquecido quando seu corpo deitou sobre o meu, beijando meu ombro até minha boca. Me cortorci de desejo quando ele retirou a minha calcinha, acariciando-me, somente para ter certeza que estava molhada para ele. E como não poderia estar? Ele é o motivo de todos os meus desejos. O único homem em meus pensamentos, único em meu coração. 
— Bela... — Geme sussurrando, voltando a colocar seu corpo por cima do meu. Em um único movimento, desliza pra dentro de mim. Me enrosco nele, deixando ele morder o meu pescoço.
— Está escuro. — Ele sussura. — Você quer que eu ligue...
— Shii.... não... — O aperto contra mim, não quero que ele saia daqui. William não se move, apenas permanece ali, beijando meu
pescoço, a sensação é maravilhosa. Vai além do tesão, isso é amor, puro e único amor. Que ambos sentimos um pelo outro. Fazer ammor com ele hoje, vai ser como sentir que eu posso tocar as estrelas.
William espalma suas mãos ao lado do meu corpo, para se apoiar e começa a se mover, no início bem lentamente, ganhando velocidade, num vai e vem constante. Gemo baixinho, é mavilhoso sentir ele dentro de mim, sentir o homem que eu amo, me fazendo sua mulher. Como na primeira vez, quando eu ainda não sabia o verdadeiro significado da palavra amor, com carinho e delicadeza. Tão colados quando o possível...
— Vem por cima. — Pediu, deitando na cama. Fui pra cima dele, colocando as mãos em seu peito e cavalgando em seu pênis. William pôs as mãos na minha cintura me ajudando. Com os olhos fechados eu gemia, sentindo o prazer me consumir.
Os nossos suor se misturavam, e o som de nossos corpos se encontrando preenchiam o silêncio do quarto. Entre beijos, mordidas e chupoes prolongamos o prazer ao máximo. Demorou, mas chegou com uma intensidade enloquecedora, gemi perdida, senti aquela sensação maravilhosa se formar no meu ventre e explodir pelo meu corpo todo.
William me beijou carinhosamente, puxando minha cintura, me fazendo ficar sentada no seu colo, de frente pra ele, terminou o beijo com um  selinho. E tirou do meu rosto, uma mecha de cabelo. Rebolou dentro de mim me fazendo gemer.
— Eu te amo... — Sussurou, passando as mãos pelas minhas costas. — Você é perfeita.
— Eu também, te amo muito. — Recebo outro beijo demorado nos lábios. E pernacenemos assim, abraçados, colados, juntos.

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