vinte e oito

3.7K 215 10
                                    

CAPÍTULO VINTE E OITO

Eu tive que apertar o café com mais força para me certificar que ele não caía das minhas mãos.

"E-ele disse-te isso?" eu perguntei, pondo a minha mala de volta no meu ombro.

Ela ficou calada no outro lado da linha por uns segundos antes de a ouvir a respirar fundo, "O que é que eu te disse, Avery Grace?"

Eu continuei a andar em direção ao edifício para a minha aula enquanto falava, "Mãe, eu tenho dezanove..."

"Isso não significa absolutamente nada!" ela gritou, "Tu ainda não sabes nada sobre o amor a sério, Avery. Tu sabes a conversa que tivemos quando eras mais nova, tu não fazes isso a não ser que tenhas a certeza que amas o rapaz."

Eu estava prestes a desligar mas ela começou a falar de novo, "Ouve, o teu pai tem tentado ligar-te..."

Eu segurei o meu telemóvel contra a minha orelha com uma mão e abri a porta com a outra. Eu não queria ver o meu pai de todo. Eu não o vejo há anos e eu não fazia a mínima ideia do porquê de ele assim de repente querer falar comigo.

"O que é que ele quer?" eu perguntei, ficando do lado de fora da porta.

"Ele quer que conheças a Anastasia."

Eu ergui as minhas sobrancelhas. "Quem é a Anastasia?"

Ela hesitou por uns minutos, "A sua noiva."

Eu assenti lentamente com a cabeça.

"Liga-lhe, querida." Ela disse, antes de desligar.

Tudo o que conseguia pensar durante a aula era como é que eu iria ter que ver o meu pai depois de anos sem ele. E se a noiva dele era mal-educada? E se ela tem filhos?

Quando o professor nos deixou sair, eu andei de volta para o campus e tirei o meu telemóvel. Eu deslizei pelos contactos até chegar ao número do meu pai.

A linha tocou quatro vezes antes de ele atender.

"Olá?" a sua voz preencheu os meus ouvidos e trouxe imediatamente as memórias de volta de quando eu era uma rapariga pequena.

"Pai?" eu perguntei, certificando-me que liguei para o número certo.

"Avery!" ele falou feliz.

"A mãe disse-me que querias falar comigo." Fui direta ao assunto. Não me apetecia falar com ele mais do que era preciso.

"Ah, sim..." ele lembrou-se, "Eu quero que conheças a tua futura madrasta e meio-irmão hoje à noite."

Meio-irmão? Oh ótimo.

Eu suspirei antes de responder, "Onde é que vou ter com vocês os três?"

"Upper East Side," ele deu-me a morada e nós despedimo-nos antes de desligar.

Eu olhei para as horas no meu telemóvel e apercebi-me que tinha apenas uma hora para me preparar e conduzir até ao centro da cidade.

Eu apressei-me para os dormitórios e peguei num par de calças escuras, um top bonito e um par de botas. Não sabia se me devia aperaltar ou manter-me casual.

Eu desci as escadas em direção ao meu carro e comecei a dirigir para a cidade.

Assim que cheguei ao restaurante, um empregado de fato ajudou-me a sair do carro e eu dei-lhe as minhas chaves. Eu já sabia que assim que entrasse iria estar extremamente mal vestida. Toda a gente neste restaurante estava vestido com roupas que custavam mais do que o meu curso da faculdade.

frat boy / h.s [tradução pt]Onde histórias criam vida. Descubra agora