quarenta e quatro

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CAPÍTULO QUARENTA E QUATRO

Harry's POV

Eu levantei a cabeça do volante para encontrar uma imagem horrível. A Avery estava no painel do carro. Não tinha o cinto posto, fazendo com que saísse disparada e a sua cabeça batesse no vidro da frente. Eu estiquei os meus braços para a puxar para mim e envolver o seu corpo com os mesmos.

Eu senti o meu corpo a tremer enquanto o seu corpo inconsciente descansava no meu peito. Agora a minha pele estava coberta com o seu sangue.

Eu deixei de apertar o seu corpo e vi o que me assustava mais. A sua cabeça continuava a sangrar mais.

Eu virei a minha cabeça para ver a sua cara e meti-a nas minhas mãos, "Avery?" eu chamei-a, nem sequer conseguia sentir as pernas, de certeza que estavam magoadas. Havia fumo a sair do meu carro e do camião com o qual chocámos.

"Avery!" eu gritei, a minha voz seca e rouca. Ela não respondia.

Isto era tudo culpa minha. Eu devia tê-la ouvido e deixá-la ir embora quando ela me pediu.

Eu bati no volante com força fazendo com que os meus nós dos dedos rasgassem em carne viva. Então eu comecei a gritar e a chorar.

Eu ouvi enquanto alguém se aproximava, o ruído das sirenes a ecoar na minha cabeça.

Um bombeiro aproximou-se do carro e começou a ajudar-nos.

"Senhor," disse um bombeiros, "Vamos tirá-lo daqui."

Eu abanei a cabeça. "Não, ajudem-na a ela primeiro."

O homem negou, "Temos que cerrar o carro para poder tirar-vos. Seria perigoso tirar ambos."

Eu assenti.

Quando tiraram a parte de cima do carro, ajudaram-me primeiro. Deitaram-me numa maca embora eu já podia sentir a circulação a voltar às minhas pernas.

"Vamos tratar destas feridas." Disse uma enfermeira. Eu estava sentado na parte de trás de uma ambulância a ver como eles tiravam a Avery do carro.

"Ela vai sobreviver?" eu perguntei, mordendo o lábio.

A enfermeira olhou ao redor para ver se eu estava a falar com ela, "Oh, seria um milagre."

Eu senti a minha pulsação a aumentar e as lágrimas voltaram aos meus olhos. "Porquê?"

"Hemorragia inteira, bateu com a cabeça com demasiada força. Pode entrar em coma." Ela disse.

Eu tapei a cara com as minhas mãos ao ouvir aquilo. Eu respirei profundamente antes de levantar a cabeça e passar as minhas mãos pelos meus lábios.

Outro enfermeiro veio a correr até nós. "Tens o número de telefone dos pais dela? Temos que lhes ligar para decidirem que a vamos levar ao hospital."

A enfermeira que estava a tratar das minhas feridas deu-me um bocado de papel e o homem saiu a correr para outro lado.

Eu vi a Sarah de lado com as mãos na boca enquanto olhava para o cenário. Ela passou por baixo da fita e alguns polícias iam atrás dela mas ela começou a gritar o meu nome. Embora isto não acontecesse se eu não tivesse ido de carro atrás do Mason, eu pensava que a culpa era toda minha.

"Já está, senhor." A ajudante da enfermeira disse, "Mas temos que o levar ao hospital."

Eu assenti. "Posso vê-la?"

"Quem? A Avery?" ela abanou a cabeça. "Não, a não ser que ela acorde."

Eu cerrei os olhos com força e deitei-me na maca. Uns segundos depois e senti como a ambulância se ligava e saíamos dali.

*

Eu encontrava-me sentado na sala de espera. O médico tinha-me deixado ir depois de eu pagar a fatura do hospital e o reboque do meu carro.

Eu fui até à caixa principal. "Podia por favor ver a Avery Jefferson?"

A enfermeira olhou para mim com uma cara triste. "És o namorado dela, certo?"

Eu revirei os olhos e assenti.

"Trágico," ela pôs uma mão no seu peito e franziu a testa, "Receio dizer-te que ela está em coma."

"O que se passa?" eu perguntei enquanto sentia a necessidade de chorar.

"Ela fraturou o crânio e isso causou uma hemorragia interna e um traumatismo sério."

"É mortal?"

"Algumas pessoas sobreviveram, mas outros tinham um cérebro que não conseguia suportar a pressão..."

Eu derrubei-me contra uma cadeira da sala de espera, golpeando o meu pé contra o chão ansiosamente.

Eu levantei a cabeça das minhas mãos quando ouvi um par de sapatos de salto alto a correr pelo corredor.

Era a Isabella.

"Harry!" ela gritou, correndo até mim, "Que raio se passou?"

"É tudo culpa minha..." e as lágrimas começaram a sair pelos meus olhos. A Isabella abraçou-me.

Eu ouvi o seu choro silencioso também.

"Eu tenho que a ver." Ela olhou em redor, a sua maquilhagem borratada.

Eu agarrei o braço dela. "Não são permitidas visitas."

Ela sentou-se na cadeira ao meu lado e passou as suas mãos pelo seu cabelo.

Eu olhei para trás dela para ver o pai da Avery juntamente com o Isaac a correr pelo corredor do hospital e parando no balcão.

Eles correram até às portas e desapareceram por elas.

"Porque é que eles a podem ver mas nós não?" A Isabella mandou as suas mãos ao ar.

"Apenas família direta pode." Eu relembrei-a.

Mas na realidade, apesar de estar a morrer para ver a Avery, eu não queria ver o que eu tinha feito.

O seu pai saiu pelas portas e aproximou-se de mim. "Temos que falar."

Eu cerrei o meu maxilar.

"Agora."

Eu assenti e caminhámos até ao elevador, clicando no botão do estacionamento.

"Senhor, sinto muito."

"Uma desculpa não a vai salvar, ou vai?" ele apertou os punhos.

Nós saímos do elevador e andámos até ao seu carro, ele apoiou-se no capô.

"A minha ex mulher avisou-me sobre ti..." ele começou, "Disse-me que te tinha dito para ficares longe da minha filha."

Eu não disse nada.

"Eu ouvi-a?" ele falou, "Não."

"Deveria tê-la ouvido? Sim."

"Eu não a queria magoar e meti-a em perigo. Eu sou o culpado de tudo isto."

Ele cerrou a sua mandíbula e os seus punhos, batendo-me na bochecha. Eu caí ao chão, impressionado com o que acabou de acontecer.

"E se ela morrer?" ele gritou, a sua voz a ecoar pelo estacionamento subterrâneo.

Eu levantei-me e ele bateu-me de novo, mas desta vez no nariz. Eu não lhe podia bater de volta, não seria correto.

"Sinto muito, okay?" eu abanei a cabeça, tentando parar o sangue, "Eu estou desiludido comigo mesmo. Eu preocupo-me com com outra gente mais do que com a rapariga que eu amo e foi aí que eu errei..."

O pai da Avery ficou em silêncio por uns segundos, franzindo falsamente a testa. "Tu magoaste-a... se ela voltar a acordar, não a voltas a ver, nunca mais." O seu punho conectou-se à minha mandíbula por uma última vez.

Eu caí ao chão de novo enquanto o via a voltar ao elevador e a entrar antes de as portas se fecharem.

frat boy / h.s [tradução pt]Onde histórias criam vida. Descubra agora