Capítulo 13 - Aeroporto

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"Nós precisamos de ventos e tempestades para exercitar nossa fé, para arrancar o ramo podre da auto-dependência e nos enraizar mais firmemente em Cristo". - C.H. Spurgeon

Rafael

O trânsito está caótico e isso me preocupa a Malu parecia desesperada no telefone. Espero que nada de ruim tenha acontecido a ela e a criança. Me sentiria culpado eternamente se algo acontecesse aos dois.

Que sorte a minha não é mesmo?! Logo agora que as coisas iriam se resolver entre mim e a Hanna, tinha que acontecer algo. Mas enfim... temos que dar graças a Deus em todo tempo. Meu Deus, como eu murmuro. Sabe Deus, as vezes me pergunto como o senhor pode me amar tanto, mesmo depois de falhar tanto contigo o senhor não desiste de mim e insiste na minha vida. Um carro buzina me alertando que o sinal está aberto. Passam 5 minutos e consigo chegar ao seu prédio. A perto o botão do elevador repetidas vezes, sei que isso não o fará vir mais rápido, porém não consigo aguardar sem fazer nada.

Chegando ao seu apartamento entro feito louco gritando por seu nome. Quando escuto seu choro e a voz falhada me respondendo vindo na direção do banheiro. Sim eu conheço o apartamento como a palma da minha mão. Afinal passamos muito tempo juntos aqui, durante minha adolescência e juventude.

- O que aconteceu? - A questiono enquanto pego-a no colo

- Eu fui subir na cadeira para conseguir ajeitar a lâmpada do banheiro e acabei escorregando e caindo. - Sua voz está chorosa e vejo a preocupação estampada em seu rosto.

- Poxa Malu, isso foi irresponsabilidade sua!

- VOCÊ ACHA QUE NÃO SEI RAFAEL? MAS EU SOU SOZINHA, EU NÃO TENHO NINGUÉM PARA ME AJUDAR!!! EU NUNCA TIVE NINGUÉM. - Ela se altera

- Calma Malu, pelo amor de Deus não se altere. - Saio como um louco em direção ao elevador que pela graça de Deus ainda está no andar. Chegando no térreo a coloco no banco de passageiro e sigo para o de motorista. Dou partida no carro e saio desenfreado a caminho da maternidade onde a obstetra dela atende. Suas palavras invadem minha mente. "Eu nunca tive ninguém". O que aconteceu comigo Jesus?! Porque comecei a trata-la tão mal? Sei que ela me magoou e principalmente prejudicou meu relacionamento com a Hanna, mas isso não é desculpa para minhas atitudes. Eu não tenho agido como tu agirias. As vezes esqueço por tudo o que ela tem passado e passou em sua vida. Eu melhor que ninguém sei o inferno que ela tem vivido.

- RAFAELLLLL! - Ela grita, quando percebo que iria batendo desvio o carro e acabamos rodando no meio da pista. Mas não batemos em nenhum carro. "Deus obrigada pelo livramento" Me recomponho e volto a dirigir.

-Você está bem?

- Não - ela chora - Estou sentindo muita dor Rafael. - Ao olhar para ela percebo um sangramento, me assusto, mas não comento. Ela está tão preocupada que não percebe o sangue saindo pelas suas pernas. Segundos depois chegamos a maternidade.

[...]

- ALGUÉM PODE POR FAVOR ME AJUDAR? - Um enfermeiro alto e moreno se aproxima de mim com uma cadeira de rodas quando percebe que estou com Malu em meus braços.

- O que aconteceu senhor?

- Ela caiu e está com sangramento. - Coloco-a na cadeira de rodas

- Bipem a Drª. Fontes. Temos uma emergência - Ele grita quando cruzamos a porta em direção a sala da Drª Fontes - Senhor faremos o nosso melhor para ela ficar bem. O senhor sabe se ela tem alergia a algo? De quantos meses ela está?

- Ela tem alergia a dipirona e está com 5 meses. Por favor não deixe nada de ruim acontecer a eles.

- Senhor se acalme. Ela está em boas mãos. - Sua palavras são firmes e acabam me convencendo.

Um só caminho - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora